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Type: Capítulo de Livro
Title: Projeto Um Novo Tempo: protagonismo juvenil para a construção da cultura de paz
Authors: Viegas, Ana Patrícia da Silva Mendes Paton
Gondim, Silvana Fernandes Rodrigues
Keywords: Cultura de paz;Juventude - Pesquisa;Ambiente escolar
Issue Date: 2012
Publisher: Edições UFC
Citation: VIEGAS, Ana Patrícia da Silva Mendes Paton; GONDIM, Silvana Fernandes Rodrigues. Projeto Um Novo Tempo: protagonismo juvenil para a construção da cultura de paz. In: MATOS, Kelma Socorro Alves Lopes de (org.). Cultura de paz, ética e espiritualidade III. Fortaleza, CE: Edições UFC, 2012. p. 111-124.
Abstract in Brazilian Portuguese: O culto à juventude no mundo pós-moderno ocidental é uma realidade. Os aparelhos midiáticos em sua incessante produção enaltecem o valor da juventude como ideal a ser perseguido, desde sua característica de vigor e energia diante da vida, até ao inalcançável desejo de permanecer jovem (MATOS, 2003), muitas vezes com posturas obsessivas e doentias, tornando a entropia biológica fator de profundo mal-estar e frustração, gerando entropias psíquicas e existenciais. A cultura narcisista e a cultura subjetivista pós-moderna contribuem decisivamente para que o imaginário coletivo Iegitime a ideia de que a juventude por si só possui o poder de realização pessoal. Paradoxalmente, a juventude configura-se como uma das mais conflitantes fases da vida, um fenômeno biopsicossocial que carreia sentimentos contraditórios, fruto das mudanças e demandas frenéticas que ocorrem em nível físico, psíquico, social e cultural. Mas o conceito de juventude e o tratamento a ela dispensado nem sempre foi assim. A ideia da juventude surgiu no capitalismo pela necessidade da burguesia preparar seus rebentos para a vida adulta, permitindo-lhes um processo de transição que os dotassem de ferramentas para conservar o capital cultural e o capital monetário de cus agrupamentos familiares (BOURDIEU, 1998). Forçoso, portanto, é questionar: qual o motivo de tanto interesse no fenômeno juventude no mundo pós-moderno e qual o conceito de juventude que subsidia toda essa atenção? A pergunta é norteadora tendo em vista que não existe apenas uma juventude ou apenas uma cultura juvenil. Várias são as juventudes e consequentemente a maneira de produzir e expressar sua cultura. Segundo a United Nation Educational, Scientific and Cultural Organization - UNESCO (2007), não existe somente um tipo de juventude, mas grupos juvenis que constituem um conjunto heterogêneo, com diferentes parcelas de oportunidades, dificuldades, facilidades e poder nas sociedades (ABRAMOVAYE ESTEVES, 2007). Nesse sentido, a juventude, por definição, é uma construção social (ABRAMOVAYE ESTEVES, 2007, MATOS, 2003), ou seja, a produção de uma determinada sociedade, originada a partir das múltiplas formas como ela vê os jovens, produção na qual se conjugam, entre outros fatores, estereótipos, momentos históricos, múltiplas referências, além de diferentes e diversificadas situações de classe, gênero, etnia, grupo etc. E se as juventudes são construções sociais elas o são a partir do olhar do adulto, em sociedades adultocratas (ABRAMOVAYE ESTEVES, 2007) que muito embora cultuem o jovem, o fazem em uma perspectiva superficial e estigmatizadora. A perspectiva dúbia e superficial como é vista a juventude permite que a mesma seja tratada como elemento secundário no estabelecimento e concretização das políticas públicas e, segundo Abramo (1994; MATOS, 2003 ), invisibilizando essa importante parcela da população, tornando-a alvo fácil, e contribuindo no aumento das estatísticas dos grupos em situação de vulnerabilidade social.[...]
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/49544
ISBN: 978-85-7282-530-6
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