Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83213
Tipo: Dissertação
Título: A louca autofágica: a invenção de si na escrita de Maura Lopes Cançado em hospício é Deus - diário I (1965)
Autor(es): Augusto, Carolina de Fátima Linhares
Orientador: Rios, Kênia Sousa
Palavras-chave em português: Escrita de si;Ficção;Loucura;História
Palavras-chave em inglês: Self-writing;Fiction;Madness;History
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Data do documento: 2025
Citação: AUGUSTO, Carolina de Fátima Linhares. A louca autofágica: a invenção de si na escrita de Maura Lopes Cançado em hospício é Deus - diário I (1965). 2025. 119 f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025.
Resumo: O presente trabalho busca analisar o diário de Maura Lopes Cançado, “Hospício é Deus: diário I” (1968), escrito no hospício Gustavo Ridel (Rio de Janeiro), como um movimento literário de invenção de si através das práticas da escrita de si. Através dos escritos de Philippe Lejeune acerca da autobiografia e do diário, e das considerações de Mikhail Bakhtin acerca dos gêneros de discurso, a proposta é investigar como a autora utiliza esse meio de escrita íntima para ficcionalizar acerca de si como uma escritora louca. Ao fazer-se do gênero diário como escolha discursiva, Maura seleciona também as características fundantes dessa estrutura, aquelas que a compõem e a fazem transmitir certo enunciado, sendo a sinceridade a principal marca do diário. A hipótese é que esse exercício ficcional parte de uma vontade de inventar-se como uma grande escritora, utilizando o diário e a loucura para aproximar-se de autores, alguns que ela própria cita no seu escrito íntimo: Dostoiévski, Sartre, Clarice Lispector. Partindo disso, é possível refletir sobre a escrita de Maura como uma produção pensada: ela seleciona, recorta, narra e publiciza, caminha entre as brechas desse gênero e faz o jogo da sinceridade, criando assim uma personagem crível. A pesquisa cruza o movimento inventivo e a sua recepção pela crítica através da publicação do diário, dado que Maura já publicava no Jornal do Brasil e já era relacionada com escritores como Reynaldo Jardim, Assis Brasil, Ferreira Gullar. Seu diário é lido e aparentemente bem recebido pela crítica carioca. A análise da crítica é fundamental para entender como seu empreendimento ficcional foi lido, portanto, pensando novamente nas contribuições de Mikhail Bakhtin, o presente trabalho pensa o próprio diário como esse espaço em que o tempo ganha corpo, incorporando-o ao seu movimento e passando a integrar a narrativa como uma forma de percepção do que está ao redor. A pesquisa pretende investigar, então, o diário enquanto a corporeificação do “tempo loucura”, forma de experimentação da passagem do tempo em um hospício.
Abstract: This study aims to analyze Maura Lopes Cançado’s diary, Hospício é Deus: diário I (1968), written during her confinement at the Gustavo Riedel asylum (Rio de Janeiro), as a literary movement of self-invention through the practices of self-writing. Drawing on Philippe Lejeune’s work on autobiography and the diary, as well as Mikhail Bakhtin’s reflections on speech genres, this research investigates how the author employs this intimate writing form to fictionalize herself as a “mad” writer. By choosing the diary as her discursive form, Maura also adopts the foundational characteristics of the genre—those that shape its structure and enable it to convey a particular kind of enunciation—chief among them, sincerity. The hypothesis is that this fictional exercise stems from a desire to invent herself as a great writer, using the diary and madness as a means of affiliating herself with authors she explicitly mentions in her intimate writing, such as Dostoevsky, Sartre, and Clarice Lispector. From this starting point, Maura’s writing may be understood as a deliberate literary construction: she selects, edits, narrates, and publishes, navigating the inherent fissures of the genre and playing the “game of sincerity,” thus crafting a credible character. The research connects this inventive process to its critical reception following the publication of the diary, considering that Maura had already published in Jornal do Brasil and was connected to writers such as Reynaldo Jardim, Assis Brasil, and Ferreira Gullar. Her diary was read and, apparently, well received by the literary critics of Rio de Janeiro. Analyzing this reception is crucial to understanding how her fictional endeavor was interpreted. In this sense, and once again drawing on Bakhtin’s theoretical contributions, the diary is conceived as a space in which time takes form—becoming part of its movement and integrating itself into the narrative as a mode of perceiving the surrounding world. The research thus seeks to investigate the diary as the embodiment of “madness-time,” a mode of experiencing the passage of time within the asylum.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83213
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/6218906924923427
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0003-0138-8433
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/1319642653599184
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:PPGH - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Termo_autorizacao_disponibilizar_documentos.pdf434,47 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir
2025_dis_cflaugusto.pdf1,27 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Los ítems de DSpace están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, a menos que se indique lo contrario.