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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/6847
Type: | Dissertação |
Title: | Economia solidária, o novo espírito do capitalismo e o governo das subjetividades: uma análise do discurso dos trabalhadores do assentamento Coqueirinho |
Title in English: | Solidarity economy, the new spirit of capitalism and the government of subjectivities: a discourse analysis of the Coqueirinho settlement workers |
Authors: | Maia, Camila Moreira |
Advisor: | Germano, Idilva Maria Pires |
Keywords: | Solidarity Economy. New spirit of capitalism. Critical Discourse Analysis. Government of subjectivities;Assentamentos humanos – Ceará;Trabalhadores rurais – Ceará;Análise do discurso;Economia social |
Issue Date: | 2013 |
Publisher: | www.teses.ufc.br |
Citation: | MAIA, Camila Moreira. Economia solidária, o novo espírito do capitalismo e o governo das subjetividades: uma análise do discurso dos trabalhadores do assentamento Coqueirinho. 2013. 123f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2013. |
Abstract in Brazilian Portuguese: | Este trabalho visa a compreender de que forma discursos de trabalhadores de empreendimentos coletivos solidários ajudam a reproduzir a ordem social característica do último capitalismo (a partir de 1970). Segundo a Nova Sociologia do Capitalismo, cada versão do modelo de produção capitalista tem sido acompanhada por uma ideologia que o justifica. Essa ideologia, denominada de “espírito do capitalismo”, transforma-se ao sabor das críticas que lhe são empreendidas. Um novo espírito surge, então, como resultado da articulação entre espírito anterior e crítica que é, atendida, apenas, parcialmente, perdendo seu poder de reivindicação. O novo espírito do capitalismo surge em respostas às críticas das décadas de 1960 e fundamenta-se pelo funcionamento em redes, pela flexibilidade e pelo incentivo à autonomização dos sujeitos. Sob a perspectiva da Análise Crítica do Discurso, o novo espírito do capitalismo trata-se de uma ordem de discurso que, ao mesmo tempo em que constrange o discurso de atores sociais, é constrangida por eles. Essa ordem de discurso, então, pode ser incorporada ao discurso dos sujeitos em suas diversas funções, seja de representação, de inter(ação) ou de identificação e isso, é o que permite sua reprodução. A Economia Solidária tem sido adotada nos últimos governos (2002 – 2013) como estratégia de resolução da “questão social”. Considerando a íntima relação entre Estado e manutenção de ordens hegemônicas, percebe-se que esses incentivos do Governo Federal a empreendimentos coletivos solidários têm-se apresentado como uma das manifestações da incorporação de elementos da crítica que favorece às reestruturações capitalistas. Nossa argumentação reside na resposta a três hipóteses de trabalho: a primeira diz respeito à correspondência entre o discurso da ES com a crítica ao segundo espírito do capitalismo, uma vez que partilham das reivindicações desenvolvidas tanto pelos movimentos operários do século XIX, como pelos movimentos sociais da década de 1960. A segunda defende a aproximação do discurso de trabalhadores de ES às ideologias que tem justificado o novo espírito do capitalismo e a terceira consiste no entendimento da ES como uma estratégia de governo das subjetividades, uma vez que engendram um sentimento de empoderamento no trabalhador solidário que cessa sua motivação para a crítica. Realizamos uma aproximação etnográfica a uma associação de agricultores assentados do interior do Estado do Ceará que funciona nos moldes da Economia Solidária. O corpus de pesquisa foi obtido através de diários de campo, construídos a partir de observação participante e de entrevistas individuais, e analisado à luz da Análise de Discurso Crítica. Concluiu-se que: o Estado se compromete ambiguamente com a superação da pobreza e do desemprego e com formas neoliberais de gestão que são, elas próprias, geradoras de desigualdade; a relação entre o trabalhador solidário e o Estado é contraditória, pois, ao mesmo tempo em que aquele desenvolve atividades produtivas que visam à autonomia em relação a este, seu discurso aponta para a dependência dos incentivos concedidos pelo mesmo; por fim, há uma incoerência entre a condição precária do trabalhador e o seu sentimento de autonomia, de liberdade e de segurança. |
Abstract: | This work aims to understand how discourses of workers of solidarity collective enterprises help reproduce the social order characteristic of the last capitalism (since 1970). According to the New Sociology of Capitalism, each version of the model of capitalist production has been accompanied by an ideology that justifies it. This ideology, called the "spirit of capitalism", is transformed by the criticisms that it receives. A new spirit, then, arises, as a result of the relationship between the former spirit and the criticism that is only partially met, and, hence, loses its demanding power. The new spirit of capitalism arises in response to criticism from the 1960s and is based on networking, flexibility and the incentive for the empowerment of individuals. From the perspective of Critical Discourse Analysis, the new spirit of capitalism is an order of discourse that constrains the discourse of social actors whilst being constrained by it. This order of discourse can, thus, be incorporated into the discourse of the subjects in its various roles, be it of representation, of inter(action) or identification, and this is what allows its reproduction. Solidarity Economy has been adopted by the last governments (2002 - 2013) as a strategy for solving the "social issue". Considering the close link between the State and the maintenance of hegemonic orders, it is clear that these incentives from the Federal Government to solidarity collective enterprises have been presented as one of the manifestations of the incorporation of elements of criticism that benefit capitalist restructuring. Our argument lies in the response to three working hypotheses: the first concerns the correspondence between the discourse of Solidarity Economy and the criticism to the second spirit of capitalism, since they share the claims developed by both the labor movements of the nineteenth century and the social movements of the 1960s; the second advocates the closeness between the speech of solidarity economy workers and the ideologies that have justified the new spirit of capitalism; and the third consists in the understanding of Solidarity Economy as a strategy for the government of subjectivities, once it promotes the feeling of empowerment in the solidarity worker that ceases his motivation for criticism. We conducted an ethnographic approach in an association of farmers settled in the state of Ceará, which functions along the lines of Solidarity Economy. The research corpus was obtained from field diaries, made from participant observation and interviews, and analyzed through Critical Discourse Analysis. It was concluded that the State ambiguously engages in overcoming poverty and unemployment and in neoliberal forms of management that generate inequality. The relationship between the solidarity worker and the State is contradictory because, while the first develops productive activities aimed at autonomy regarding the latter, their speech points to the dependence on the incentives granted by it. Lastly, there is inconsistency between the workers’ precarious condition and their feelings of autonomy, freedom and security. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6847 |
Appears in Collections: | PPGP - Dissertações defendidas na UFC |
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