Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/20101
Type: Dissertação
Title: Juventude em marcha: o desmonte da máquina-cinema
Other Titles: Jeunesse en mouvement: le démantèlement de la machine-cinéma
Authors: Aguiar, David Leitão
Advisor: Furtado, Sylvia Beatriz Bezerra
Keywords: Cinema – Portugal – Aspectos sociais;Cinema – Portugal – Crítica social;Documentário português – Aspectos sociais;Fontainhas;Machine-cinéma
Issue Date: 2016
Citation: AGUIAR, David Leitão. Juventude em marcha: o desmonte da máquina-cinema. 2016. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Fortaleza (CE), 2016.
Abstract in Brazilian Portuguese: No ano de 1997, Pedro Costa, realizador português, finaliza seu filme Ossos, que foi rodado em Fontainhas, bairro lisbonense de subproletariados e toxicodependentes provenientes sobretudo de Cabo Verde. Estes fatos interessam à Costa como fios condutores de um realismo e experiências perdidas no mundo de realidades roteirizadas (COMOLLI, 2008). Ele constrói sua obra com a máquina-cinema: uma equipe numerosa, numa grande linha de produção, dominada pelos aparatos técnicos e infraestrutura que, como propõe Vilém Flusser (2011a), está totalmente absorvida pelas programações de uma superestrutura hegemônica. Afetado pela sua experiência em Fontainhas, que não se concretiza plenamente na mise-en-scène de Ossos, Costa tenta nova estratégia: no filme No Quarto da Vanda (2000) ele reduz sua máquina-cinema a uma câmera de vídeo, um técnico de som e um montador, saindo do regime do industrial, tornando-se artesão, e passa praticamente a morar durante nove anos no bairro. Dessa maneira, apostamos na hipótese de que ele começa a decompor a máquina-cinema para criar uma nova escrita. No ano de 1997, Pedro Costa, realizador português, finaliza seu filme Ossos, que foi rodado em Fontainhas, bairro lisbonense de subproletariados e toxicodependentes provenientes sobretudo de Cabo Verde. Estes fatos interessam à Costa como fios condutores de um realismo e experiências perdidas no mundo de realidades roteirizadas (COMOLLI, 2008). Ele constrói sua obra com a máquina-cinema: uma equipe numerosa, numa grande linha de produção, dominada pelos aparatos técnicos e infraestrutura que, como propõe Vilém Flusser (2011a), está totalmente absorvida pelas programações de uma superestrutura hegemônica. Afetado pela sua experiência em Fontainhas, que não se concretiza plenamente na mise-en-scène de Ossos, Costa tenta nova estratégia: no filme No Quarto da Vanda (2000) ele reduz sua máquina-cinema a uma câmera de vídeo, um técnico de som e um montador, saindo do regime do industrial, tornando-se artesão, e passa praticamente a morar durante nove anos no bairro. Dessa maneira, apostamos na hipótese de que ele começa a decompor a máquina-cinema para criar uma nova escrita. Em Juventude em Marcha (2006), obra na qual este estudo se detém e que finaliza a Trilogia de Vanda, Costa, que estabeleceu vínculos com os excluídos de Fontainhas, foi atravessado pelas realidades de barbáries em pleno mundo civilizado. Suas personagens, dotadas de experiências únicas, num mundo de pobreza de experiências, como assevera Benjamim (1996), tornam-se matéria-prima para o cineasta-artesão, que dá corpo e voz a personagens que efetuam com ele uma sócio-mise-en-scène e acabam por realizar, em seu hibridismo, um filme mutante (COMOLLI, 2008). Dessa forma, acreditamos que o diretor passa a perceber o projeto de reificação intrínseca à cultura ocidental, na qual a máquina-cinema é uma infraestrutura e cuja programação produz resíduos; nesse caso específico, resíduos imagéticos que Costa tenta reconstituir, burlando o programa da ontologia biopolítica ocidental e confrontando-a existencial, poética e signicamente. Que potências possui o regime de filme mutante perante as realidades roteirizadas do mundo contemporâneo? Como é formada a mise-en-scène compartilhada na negociação entre o narrador (Ventura) e o artesão (Pedro Costa) e como isto os afeta? Como o realizador artesão reconstitui o residual do mundo capitalista ocidental, captando sua linguagem e quais forças tencionam esse processo?
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/20101
Appears in Collections:PPGCOM - Dissertações defendidas na UFC

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2016_dis_dlaguiar.pdf1,5 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.