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Tipo: Artigo de Periódico
Título: Comissão das lágrimas: o horror é representável?
Título em inglês: Comissão das lágrimas: is the horror representable?
Autor(es): Bylaardt, Cid Ottoni
Palavras-chave: Testemunho;Ficção;Literatura-Contemporânea
Data do documento: 2015
Instituição/Editor/Publicador: Revista do Centro de Estudos Portugueses
Citação: BYLAARDT, Cid Ottoni. Comissão das lágrimas: o horror é representável?. Revista do Centro de Estudos Portugueses, Belo Horizonte, v. 35, n. 54, p. 101-115, 2015.
Resumo: No romance Comissão das lágrimas, de Lobo Antunes, a personagem Cristina encontra-se em uma cli´nica em Lisboa escrevendo, lembrando os horrores da Comissão das lágrimas, nome que se deu ao massacre dos dissidentes do regime de Agostinho Neto em Angola entre 1977 e 1979. O leitor percebe que a voz de Cristiana compõe-se de múltiplas vozes que vão construindo o relato, de maneira fragmentada, embaraçada, descontínua. Este texto tem por objetivo refletir sobre o testemunho, sua constituição, como ele se processa na ficção, na tentativa de articular respostas para algumas questões. É possível representar o irrepresentável, se é que ele existe? É possível testemunhar? Como pode um texto literário servir de testemunho e representação do horror? A hipótese deste texto é que o testemunho se manifestará como um ressoar do evento, uma vibração que o mantém distante da literatura, mas que confere ao imaginável o estatuto de hiperimaginável.
Abstract: In the novel Comissão das lágrimas, by Lobo Antunes, the character Cristina stays in a psychiatric clinic in Lisbon, writing, remembering the horror of the so-called "Comissão das Lágrimas" ("Comission of Tears"), the name given to the massacre of the dissidents of Agostinho Neto's political system in Angola from 1977 to 1979. Her voice is made up of multiple voices that build the narrative in a fragmented way. This paper aims to think about testimony and its constituition, establishing a dialogue between the novel and the thought of Blanchot, Rancière, Didi-Huberman and Agamben, and trying also to articulate answers to some questions. Is it possible to represent what seems to be unrepresentable? How can a literary text witness and represent horror? This text's hypothesis is that testimony will be expressed as vibration that keeps it far from literature, but bestows on the unimaginable the status of hyperimaginable.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/19462
ISSN: 2359-0076 (online)
1676-515X (impresso)
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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