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Tipo: Tese
Título: Diálogo entre a filosofia crítica de Theodor Adorno e o cinema de Glauber Rocha: formação e experiência estética
Autor(es): Oliveira, Emanuelle Beserra de
Orientador: Rech, Hildemar Luiz
Coorientador: Callado, Tereza de Castro
Palavras-chave: Teoria Crítica;Theodor Adorno;antifilme;cinema;Glauber Rocha
Data do documento: 2021
Resumo: A partir da crítica ao esclarecimento feita por Theodor Adorno, investigaremos o papel formativo da experiência estética, tomando como objeto central o cinema como uma arte emancipada. O fundamento para essa abordagem é o conceito de antifilme indicado pelo autor em seu texto Notas sobre o filme (1966) e na discussão das propriedades estéticas e formais do cinema sendo retratadas em Composições para o filme (1944). A partir de conceitos-chave, tais como: indústria cultural, mundo administrado, kitsch, catarse, veremos como o processo de instrumentalização afeta a arte, quando até mesmo seu direito à existência no mundo contemporâneo está sub judice. Decorrem daí as consequências que a racionalidade técnica traz ao indivíduo, principalmente a anulação de sua subjetividade e a construção de um homem semiformado. Empregando essa análise em obras fílmicas de Glauber Rocha, a saber, a Trilogia da Terra, percebemos que tais filmes, ao romperem com as narrativas tradicionais, estimulam o espectador a refletir sobre o que está posto na tela e o faz entrar um estágio de “transe” do pensar. Nesse processo, destacamos a importância da catarse sob a perspectiva adorniana como ocorrendo na própria obra e não no indivíduo. Em oposição à indústria cultural, o filme seria arte como reposição objetivadora de experiência crítico-reflexiva. Para além da alienação e da domesticação do indivíduo na indústria cultural, o cinema pode de fato proporcionar uma experiência subjetiva emancipatória, através de seus aspectos formais (técnica de montagem), e dessa forma ser convertido em um dispositivo de ampliação da consciência crítica por meio da reeducação dos sentidos.
Abstract: Based on the critique of the Enlightenment made by Theodor Adorno, this study investigates the aesthetic experience’s formative role, using as main object the cinema as an emancipated art. The foundation for this approach is the notion of antifilm mentioned by the author in his text Transparencies on Film (1966) and in the discussion of the aesthetic and formal properties of cinema being portrayed in Composing for the Films (1944). Through key concepts such as: cultural industry, administered world, kitsch and catharsis, we will look into how the process of instrumentalization has an impact on art, even when its right to being in the contemporary world is sub judice. The consequences that the technical rationality brings to the individual comes from there, especially the annulment of his subjectivity and the construction of a semiformed man. Using this analysis in Glauber Rocha's filmic works, that is, the trilogy of the earth, it is found that such movies stimulate the viewer to reflect on what is put on the screen and bring them into a stage of "trance" of thinking by breaking with traditional narratives. In this process, we highlight the importance of catharsis from the Adornan perspective as happening in the work itself and not in the individual. As opposed to the cultural industry, the film would be then art as an objective replacement for a critical-reflective experience. In addition to the alienation and domestication of the individual in the cultural industry, cinema can in fact provide a subjective emancipatory experience, through its formal aspects (assembly technique), and thus be converted into a device for expanding critical conscience through the reeducation of the senses.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61701
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