Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/27310
Tipo: TCC
Título: "Quando vamos aparar um copo d'água e dizer que ela não está envenenada?": água, território e política de irrigação no Ceará: violações do direito humano à água no caso do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi
Autor(es): Santos, Francisco Taffarel dos
Orientador: Moraes, Germana de Oliveira
Palavras-chave: Direito de águas;Água;Perímetros irrigados
Data do documento: 2013
Citação: SANTOS, Francisco Taffarel dos. Quando vamos aparar um copo d'água e dizer que ela não está envenenada?: água, território e política de irrigação no Ceará: violações do direito humano à água no caso do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi. 2013. 67 f. Monografia (Graduação em Direito) - Faculdade de Direito, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013.
Resumo: A partir da década de 1960, ocorre no nordeste brasileiro um processo de modernização da agricultura, com a criação de perímetros irrigados na região do semiárido. Essas obras visavam, segundo o Estado, combater a seca e levar água ao sertão. Entretanto, existem controvérsias quanto à maneira de construção e destinação dessas obras, a quem elas serviram e se realmente conseguiram mudar a problemática da seca. Esta pesquisa foi realizada com base em estudos bibliográficos e análise documental. Os principais materiais utilizados foram livros, artigos, relatos de estudos de caso tecidos pelo Movimento 21 de Abril na região, legislação correlata. O estudo tem como função pesquisar a situação do direito à água e a forma de apropriação desse elemento na implementação do Perímetro irrigado do Jaguaribe Apodi, no baixo Jaguaribe. O estudo parte da análise da legislação brasileira e de tratados e resoluções internacionais acerca da água. A partir daí passaremos a analisar o modo de criação do perímetro irrigado do Jaguaribe Apodi e a posterior instalação da lógica do agrohidronegócio nesse território. Com o estudo constatamos violações do direito à água na região decorrente da instalação das grandes empresas de fruticultura irrigada, uma dela é a contaminação das águas por agrotóxicos e fertilizantes das águas da região, atingindo inclusive o Aquífero Jandaíra. O processo de instalação do modelo agroexportador produz toneladas de frutas, que usam milhares de litros de água para serem produzidas, em uma região semiárida e que depois são exportadas aos grandes mercados. Em um território, onde a água é escassa e a população difusa, a criação desse modelo de perímetro acaba por ser uma apropriação da natureza pelo grande capital agrícola, em detrimento do modo de vida tradicional de convivência com o semiárido, ocorre uma destruição do território camponês seguida de uma precarização das relações de trabalho na Chapada. Por fim seguimos acreditando que a água deve ser tratada como um direito dos povos e que seu uso primordial deva ser para uso humano primário, fugindo da lógica de mercado e da apropriação por grandes corporações.
Abstract: Desde la década de 1960, se produce en la región nororiente e Brasil un proceso de modernización de la agricultura, con la creación de las zonas de irrigación en el ecosistema caatinga, caracterizado por ser semiárido. Estas obras estaban destinadas, según el Estado, a combatir la sequía y llevar agua al interior del país. Sin embargo, existen controversias en relación a la forma de construcción y destinación de estas obras, en relación a quienes de hecho son beneficiados por ellas y si efectivamente amenizaron el problema de la sequía. Esta investigación fue realizada con base en estudios bibliográficos y análisis de documentos. Los principales materiales utilizados fueron los libros, artículos, informes de estudios de casos realizados por el Movimiento 21 (compuesto por movimientos sociales y académicos/as), la legislación y los documentos relacionados. El estudio tiene como objetivo identificar los impactos y soluciones relacionados al derecho al agua y la forma de apropiación de este elemento en la parte baja del río Jaguaribe (en el departamento de Ceará), desde el análisis de la manera como se construyó el Perímetro Irrigado Jaguaribe – Apodi agricultura de irrigación Jaguaribe Apodi y la posterior instalación de la lógica del agrohidronegócio en este territorio. Con el estudio encontramos violaciones del derecho al agua en la región , debido a la instalación de grandes empresas de horticultura de regadío , uno de ellos es la contaminación por plaguicidas del agua en la región , llegando incluso a afectar el acuífero Jandaíra. La exportación virtual de agua es un tema importante para destacar. Se trata del agua contenida en cada producto agrícola. Toneladas de frutos son producidos, utilizando miles de litros de agua en una región semiárida y luego se exporta a los principales mercados. En una zona donde el agua es escasa y la población es dispersa geográficamente, la creación de este modelo de perímetro irrigado resulta ser una apropiación de la naturaleza por el gran capital agrícola, al envés de la forma tradicional de vida de convivencia con el semiárido , la desterritorialización ocurre seguida de una proletarización de los y las campesinos y campesinas. Al sulear nuestras ideas , creemos que la lógica del perímetro irrigado y la instalación de la agroindustria representa un modelo de desarrollo cuya elección no fue hecha con participación de las comunidades locales. El agua es explotada, envenenada y exportada virtualmente en detrimento de la buena vida de los habitantes de la meseta Apodi . Finalmente seguimos creyendo que el agua debe ser tratada como un derecho de los pueblos y que su uso debe ser primordialmente humano, alejándose de la lógica del mercado y de la apropiación por las grandes corporaciones.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/27310
Aparece nas coleções:DIREITO - Monografias

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2013_tcc_ftsantos.pdf808,66 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.