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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/79036
Tipo: | Tese |
Título: | Dimensões da crise e ultraliberalismo no Brasil (2014-2022) |
Autor(es): | Medeiros, Richelly Barbosa de |
Orientador: | Rech, Hildemar Luiz |
Palavras-chave em português: | Crise;Democracia;Ultraliberalismo;Reacionarismo;Bolsonarismo |
Palavras-chave em inglês: | Crisis;Democracy;Ultraliberalism;Reactionism;Bolsonarism |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Data do documento: | 2024 |
Citação: | MEDEIROS, Richelly Barbosa de. Dimensões da crise e ultraliberalismo no Brasil (2014-2022). 2024. 230 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós- Graduação em Educação Brasileira, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024. |
Resumo: | Este estudo analisa a crise econômica mundial e nacional, assim como os conflitos de forças políticas e culturais que resultaram na ascensão da extrema direita e na adoção de uma agenda ultraliberal regressiva no Brasil, com ênfase no ajuste fiscal permanente, nas contrarreformas e no contracionismo em relação aos gastos sociais. Para isso, avaliou-se o fenômeno da crise econômica na teoria de Karl Marx e as suas formas de manifestação no capitalismo contemporâneo, sobretudo no bojo do ultraliberalismo. Além disso, problematizaram-se as dimensões da crise brasileira nas perspectivas econômica, política e cultural, ressaltando a conjuntura na qual emergiu o recente projeto de aprofundamento da estratégia neoliberal. Este estudo, de natureza quanti-qualitativa, no que diz respeito à abordagem, e exploratório, quanto ao objetivo, combinou revisão de literatura com levantamento de dados empíricos em Fontes primárias e secundárias. Na análise, constatouse que a agenda ultraliberal se tornou hegemônica no Brasil sob os efeitos de longo prazo da crise econômica mundial, que recrudesceu neste país no final do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 2014. Isto é, ainda que a crise estrutural do capitalismo contemporâneo tenha se manifestado em 2007/2008, seu agravamento ocorreu em grande parte dos países periféricos no decênio seguinte, a contar do esgotamento do superciclo das commodities e, no Brasil, em especial, desde a desaceleração econômica da China, principal destino das exportações de bens primários do país. Nesse percurso, videnciou-se que o ultraliberalismo ascendeu sustentado por três dimensões da crise brasileira: 1) pela eclosão da recessão no sistema de acumulação capitalista; 2) pelos conflitos políticos, que resultaram no antipetismo, no impeachment de Dilma Rousseff, na prisão do, à época, ex-presidente Lula da Silva e na ascensão da extrema direita reacionária, ilustrada pelo bolsonarismo; e 3) devido à cultura autocrática da burguesia brasileira, que Florestan Fernandes definiu como 9 burguesia em estado político permanente de contrarrevolução. Uma classe que lança mão de todos os esforços, inclusive da violência, para garantir sua autodefesa e seu autoprivilegiamento, sendo avessa à democratização e a qualquer divisão que ameace os seus interesses particulares. Com base nos achados teóricos e nas reflexões críticas adensadas pelo levantamento empírico, foi possível identificar três fases do ultraliberalismo no Brasil: no final do primeiro mandato de Dilma Rousseff (esquerda), na gestão de Michel Temer (direita) e no governo de Jair Bolsonaro (extrema direita reacionária). Resguardadas todas as suas particularidades (analisadas nesta tese), o projeto destrutivo ultraliberal colocou em prática (com efeitos de longo prazo) uma agenda draconiana de espoliação do trabalho e de rebaixamento das condições de vida dos trabalhadores. Apesar do objetivo ter sido a recomposição das taxas de crescimento do capital, nenhum desses ciclos apresentou, como demonstraremos, resultados econômicos sustentáveis, embora tenham sido, no geral, eficientes em aprofundar o fosso das desigualdades sociais existentes no país. |
Abstract: | This study analyzes the global and national economic crisis, as well as the conflicts among political and cultural forces that resulted in the rise of the far-right and the adoption of a regressive ultraliberal agenda in Brazil, with an emphasis on permanent fiscal austerity, counter-reforms, and contractionism in relation to social spending. To this end, the phenomenon of the economic crisis was evaluated through Karl Marx's theory and its manifestations in contemporary capitalism, particularly within the context of ultraliberalism. Moreover, the study problematizes the dimensions of the Brazilian crisis from economic, political, and cultural perspectives, highlighting the circumstances in which the recent project of deepening the neoliberal strategy emerged. This study, quantitative-qualitative in nature regarding its approach, and exploratory in its objective, combined a literature review with the collection of empirical data from primary and secondary sources. The analysis revealed that the ultraliberal agenda became hegemonic in Brazil under the long-term effects of the global economic crisis, which intensified in the country at the end of President Dilma Rousseff's first term in 2014. In other words, although the structural crisis of contemporary capitalism manifested in 2007/2008, its worsening occurred in most peripheral countries in the following decade, following the end of the commodities supercycle and, in Brazil's case, especially since the economic slowdown in China, the primary destination of the country‟s exports of raw materials. In this trajectory, it became evident that ultraliberalism ascended, supported by three dimensions of the Brazilian crisis: 1) the outbreak of recession in the capitalist accumulation system; 2) political conflicts, which resulted in anti-Workers' Party sentiment, the impeachment of Dilma Rousseff, the imprisonment of former President Lula da Silva at the time, and the rise of the reactionary far-right, illustrated by bolsonarism; and 3) due to the autocratic culture of the Brazilian bourgeoisie, which Florestan Fernandes defined as a bourgeoisie in a state of permanent political counter-revolution. A class that resorts to all 11 means, including violence, to ensure its self-defense and privilege, being averse to democratization and any division that threatens its particular interests. Based on the theoretical findings and critical reflections deepened by the empirical data collection, it was possible to identify three phases of ultraliberalism in Brazil: at the end of Dilma Rousseff's first term (left), during Michel Temer's administration (right), and under Jair Bolsonaro's government (reactionary far-right). Despite all their particularities (analyzed in this thesis), the destructive ultraliberal project implemented (with long-term effects) a draconian agenda of labor exploitation and the lowering of workers' living conditions. Although the goal was to restore capital growth rates, none of these cycles presented, as we will demonstrate, sustainable economic results, although they were generally efficient in deepening the gap in existing social inequalities in the country. |
URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/79036 |
Currículo Lattes do(s) Autor(es): | http://lattes.cnpq.br/1389988914756446 |
Currículo Lattes do Orientador: | http://lattes.cnpq.br/3048573722374977 |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Aparece nas coleções: | PPGEB - Teses defendidas na UFC |
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