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Tipo: Dissertação
Título: Capacitismo no contexto escolar: entre preconceito estrutural e perspectivas emancipátorias
Autor(es): Mapurunga, Francisco Alexandre Dourado
Orientador: Lustosa, Francisca Geny
Palavras-chave em português: Capacitismo;Modelo social da deficiência;Educação inclusiva;Pesquisa emancipatória
Palavras-chave em inglês: Ableism;Social model of disability;Inclusive education;Emancipatory research
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Data do documento: 2024
Citação: MAPURUNGA, Francisco Alexandre Dourado. Capacitismo no contexto escolar: entre preconceito estrutural e perspectivas emancipátorias. 2024. 119 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024.
Resumo: A presente pesquisa explora a temática do capacitismo na educação inclusiva, relacionada aos sujeitos com deficiência e ao seu direito de acesso e aprendizagem na escola comum. O termo capacitismo advém dos estudos da deficiência para designar o preconceito e a opressão estrutural contra pessoas com deficiência, enquanto a educação inclusiva é a perspectiva emancipatória da educação especial que entende a escola comum como o local democrático de acolher e de educar todos sem que ninguém seja excluído com base na sua deficiência. Assim, este estudo tem como objetivo geral analisar o capacitismo no contexto educacional a partir da perspectiva de distintos atores dessa comunidade - professores, gestores, familiares, sujeitos com deficiência, movimentos sociais. Os objetivos específicos, por seu turno, intencionaram: i) mapear a gênese do conceito de capacitismo no Brasil; e ii) identificar manifestações de capacitismo nas práticas educacionais desenvolvidas no contexto da escola pública regular, sob a perspectiva dos participantes dessa investigação. A fundamentação teórica desta pesquisa pode ser dividida em dois eixos principais que dialogam e se complementam como referencial conceitual: Educação especial na perspectiva da educação inclusiva (Lustosa, 2009; 2021; 2023; Mantoan, 2006 e Figueiredo, 2010; 2013); os Estudos da deficiência e Capacitismo (Mello, 2009, 2012, 2014; Gesser, Block e Mello, 2020; Gáverio, 2017; Diniz, 2012; Dias, 2013), Bardin (1970; 1977); e Bogdan; Biklen (2019) na abordagem metodológica. A metodologia adotada é a pesquisa qualitativa do tipo colaborativa, norteada na perspectiva do Modelo Freiriano de Pesquisa Emancipatória da Deficiência, proposta por Deepak (2019). Os dados empíricos foram coletados em 4 (quatro) oficinas reflexivas e analisados por meio da Análise de Conteúdo (Bardin, 1977). Os sujeitos dessa pesquisa são atores da comunidade escolar que convivem com a perspectiva da educação inclusiva: ativistas da inclusão (OPD), pessoas com deficiência e familiares, professores do atendimento educacional especializado, professores da sala de aula regular e gestores, engajados como sujeitos-colaboradores que permitiram a realização de uma co-investigação com suas narrativas e compartilhamento de experiência e saberes. Os resultados dessa pesquisa evidenciam que os Estudos da Deficiência e a Teoria Aleijada alcunharam o termo capacitismo no Brasil, advindo como neologismo, uma tradução da palavra inglesa ableism, também adotado em outros países de língua espanhola e portuguesa. A pesquisa argumenta que, para haver inclusão educacional e desmonte do capacitismo, faz-se necessário a adoção do modelo social da deficiência, concepção que reconhece a deficiência como uma expressão da diversidade humana, e não como um estado diminuído de ser. As informações produzidas apontam, ainda, que o capacitismo erode e corrompe a própria noção de inclusão, imiscuindo concepções individualizantes e caritativas e distorcendo a percepção de dignidade inerente às pessoas com deficiência. Conclui-se que a inclusão, enquanto movimento que se instala no contexto escolar, é atravessada por processos de resistências e negações que podemos atribuir ao capacitismo. Ao mesmo tempo, tem o condão debelar de procedimentos discriminatórios e excludentes, a inclusão passa a ser corroída pela estrutura que gera a exclusão e que tenta acabar, por vezes, de maneira explícita, outras de maneira sub-reptícias.
Abstract: This research explores the theme of ableism in inclusive education, related to individuals with disabilities and their right to access and learn in mainstream schools. The term ableism comes from disability studies to designate prejudice and structural oppression against people with disabilities, while inclusive education is the emancipatory perspective of special education that views mainstream schools as democratic spaces for educating everyone without excluding anyone based on their disability. Thus, this study aims to analyze ableism in the educational context from the perspective of various community actors - teachers, administrators, families, individuals with disabilities, and social movements. The specific objectives are: i) to map the genesis of the concept of ableism in Brazil; and ii) to identify manifestations of ableism in educational practices in the context of public regular schools, from the perspective of the participants of this investigation. The theoretical foundation of this research can be divided into two main axes that dialogue and complement each other as conceptual references: Special Education from the perspective of Inclusive Education (Lustosa, 2009; 2021; 2023; Mantoan, 2006; Figueiredo, 2010; 2013); and Disability Studies and Ableism (Mello, 2009; 2012; 2014; Gesser, Block, and Mello, 2020; Gáverio, 2017; Diniz, 2012; Dias, 2013), Bardin (1970; 1977); Bogdan & Biklen (2019) in the methodological approach. The methodology adopted is qualitative collaborative research, guided by the Freirean Model of Emancipatory Disability Research, proposed by Deepak (2019). The empirical data were collected in four reflective workshops and analyzed using Content Analysis (Bardin, 1977). The subjects of this research are actors in the school community who live with the perspective of inclusive education: inclusion activists (OPD), people with disabilities and their families, special education teachers, regular classroom teachers, and administrators, engaged as co-researchers who contributed with their narratives and shared experiences and knowledge. The results of this research show that Disability Studies and Crip Theory coined the term ableism in Brazil, emerging as a neologism, a translation of the English word "ableism," also adopted in other Spanish- and Portuguese- speaking countries. The research argues that for there to be educational inclusion and the dismantling of ableism, it is necessary to adopt the social model of disability, a conception that recognizes disability as an expression of human diversity, rather than a diminished state of being. The information produced also indicates that ableism erodes and corrupts the very notion of inclusion, infiltrating individualistic and charitable conceptions and distorting the perception of inherent dignity of people with disabilities. It concludes that inclusion, as a movement that installs itself in the school context, is traversed by processes of resistance and denial that can be attributed to ableism. While it has the power to eliminate discriminatory and exclusionary practices, inclusion can be undermined by the very structure that generates exclusion and attempts to end it, sometimes explicitly, other times subversively.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/78619
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/9802514363178311
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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