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Type: Dissertação
Title: Narrativas sobre lesbianidades sob uma perspectiva interseccional: um estudo com jovens lésbicas das periferias de Fortaleza-CE
Title in English: Narratives about lesbianities from an intersectional perspective: a study with young lesbians from the outskirts of Fortaleza-CE
Authors: Gonzaga, Jamyle Maria de Sousa
Advisor: Barros, João Paulo Pereira
Keywords in Brazilian Portuguese : Lesbianidades;Lesbofobias;Resistência;Psicologia
Keywords in English : Lesbianities;Lesbophobias;Resistance;Psychology
Knowledge Areas - CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Issue Date: 2024
Citation: GONZAGA, Jamyle Maria de Sousa. Narrativas sobre lesbianidades sob uma perspectiva interseccional: um estudo com jovens lésbicas das periferias de Fortaleza-CE. 2024. 253 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024.
Abstract in Brazilian Portuguese: As experiências lésbicas são historicamente invisibilizadas, tanto no cotidiano quanto no que se refere às produções científicas. Essa invisibilização é intensificada à medida que outros marcadores sociais se interseccionam, sendo as lésbicas negras e periféricas as mais atingidas, inclusive, por lesbofobias. Em 2022 foi lançada a primeira etapa do I LesboCenso Nacional, que apresentou resultados acerca de autoidentificação, trabalho, saúde, família, redes e violências. Ao que se refere ao último eixo, 78,61% participantes do censo afirmaram que já sofreram lesbofobia. Além disso, de acordo do Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil: de 2014 a 2017, há uma crescente taxa dessa violência no Brasil entre os referidos anos, sendo as lésbicas entre 19 e 29 anos de idade (74%), nordestinas (26%) e não-feminizadas (55%) as mais atingidas. Diante disso, esta investigação pretende produzir análises guiadas pela seguinte questão-problema: Que narrativas sobre experiências de lesbianidades são produzidas por jovens lésbicas moradoras de periferias de Fortaleza?. Como objetivo geral, a pesquisa se propôs a analisar, sob um prisma interseccional, as experiências de lesbianidades de jovens lésbicas moradoras de periferias de Fortaleza, a partir de suas narrativas acerca de suas trajetórias de vida. Tal objetivo se desdobra nos seguintes objetivos específicos: conhecer como marcadores de gênero, sexualidade, raça e classe se interseccionam nas trajetórias de vida de jovens lésbicas inseridas em periferias de Fortaleza; problematizar como as lesbofobias se expressam nas trajetórias de jovens lésbicas inseridas em periferias e suas intersecções com opressões raciais e de classe; e identificar que práticas de re-existência frente às lesbofobias têm sido produzidas por jovens lésbicas de periferias de Fortaleza. Para tanto, o delineamento metodológico da pesquisa assumiu uma perspectiva qualitativa, aliada às perspectivas feministas subalternas, que articulam gênero a outros marcadores sociais. A epistemologia feminista utilizada nesta pesquisa é a lesbofeminista negra, que é de(s)colonial e utiliza a interseccionalidade como um método, propondo-se a pensar as singularidades das existências lésbicas, a partir, sobretudo, de mulheres, negras e não heterossexuais. Foram realizadas entrevistas narrativas autobiográficas com 4 jovens lésbicas e moradoras de periferias de Fortaleza. Os resultados apontam para: a heterossexualidade compulsória é a condição comum nas experiências lésbicas de jovens de periferias de Fortaleza; os marcadores sociais de gênero, sexualidade, raça e classe atuam de modo indissociável, produzindo diferentes experiências lésbicas à medida que se interseccionam; sapatão é a materialidade da intersecção do gênero, sexualidade, raça e classe; e a raça é a espinha dorsal da intersecção do gênero, sexualidade, raça e classe. Foi evidenciado que as experiências lésbicas são atravessadas por diversas formas de lesbofobias, sendo discutida a lesbofobia familiar, lesbofobia e fundamentalismo religioso, violência sexual corretiva como uma forma de lesbofobia, lesbofobia no mercado de trabalho, lesbofobia no território e lesbofobia cometida por desconhecidos, denotando que não há espaços seguros para as lésbicas, sendo essas violências intensificada a medida que os marcadores sociais e dispositivos se interseccional. Por fim, são pontuadas as resistências e re-existências estabelecidas pelas participantes frente às lesbofobias.
Abstract: Lesbian experiences have historically been made invisible, both in everyday life and in relation to scientific productions. This invisibilization is intensified as other social markers intersect, with black and peripheral lesbians being the most affected, including by lesbophobia. In 2022, the first stage of the 1st National LesboCenso was launched, which presented results on self-identification, work, health, family, networks and violence. Regarding the last axis, 78.61% of the census participants stated that they had already suffered lesbophobia. Furthermore, according to the Dossier on Lesbocide in Brazil: from 2014 to 2017, there was an increasing rate of this violence in Brazil between those years, with lesbians between 19 and 29 years of age (74%), northeasterners (26%) and non-feminized (55%) were the most affected. Given this, this investigation intends to produce analyzes guided by the following problem question: What narratives about lesbian experiences are produced by young lesbians living on the outskirts of Fortaleza? As a general objective, the research proposed to analyze, from an intersectional perspective, the lesbian experiences of young lesbians living on the outskirts of Fortaleza, based on their narratives about their life trajectories. This objective unfolds into the following specific objectives: to understand how markers of gender, sexuality, race and class intersect in the life trajectories of young lesbians living in the outskirts of Fortaleza; problematize how lesbophobia is expressed in the trajectories of young lesbians living in peripheral areas and their intersections with racial and class oppression; and identify which practices of re-existence in the face of lesbophobia have been produced by young lesbians from the outskirts of Fortaleza. To this end, the methodological design of the research assumed a qualitative perspective, combined with subaltern feminist perspectives, which articulate gender with other social markers. The feminist epistemology used in this research is black lesbofeminist, which is de(s)colonial and uses intersectionality as a method, proposing to think about the singularities of lesbian existences, starting, above all, from women, black and non-heterosexual. Autobiographical narrative interviews were carried out with 4 young lesbians living on the outskirts of Fortaleza. The results point to: compulsory heterosexuality is the common condition in the lesbian experiences of young people from the outskirts of Fortaleza; the social markers of gender, sexuality, race and class act inseparably, producing different lesbian experiences as they intersect; dyke is the materiality of the intersection of gender, sexuality, race and class; and race is the backbone of the intersection of gender, sexuality, race, and class. It was evidenced that lesbian experiences are crossed by different forms of lesbophobia, discussing family lesbophobia, lesbophobia and religious fundamentalism, corrective sexual violence as a form of lesbophobia, lesbophobia in the job market, lesbophobia in the territory and lesbophobia committed by strangers, denoting that there are no safe spaces for lesbians, with this violence intensifying as social markers and devices intersect. Finally, the resistance and re-existence established by the participants in the face of lesbophobia are highlighted.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77348
Access Rights: Acesso Aberto
Appears in Collections:PPGP - Dissertações defendidas na UFC

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