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Tipo: Dissertação
Título : Caracterização da atividade pesqueira artesanal no litoral oeste do estado do Ceará
Autor : Freitas, Yasmim Vieira
Tutor: Garcez, Danielle Sequeira
Palabras clave : Pesca extrativista marinha;Conhecimento ecológico local;Pesqueiros;Estratégias de pesca
Fecha de publicación : 2023
Citación : FREITAS, Yasmim Vieira. Caracterização da atividade pesqueira artesanal no litoral oeste do estado do Ceará. 2023. 92 f. Dissertação(Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumen en portugués brasileño: O conhecimento da dinâmica da pesca é essencial para que os gestores desenvolvam medidas adequadas para o manejo dos recursos pesqueiros. Neste tocante, pescadores artesanais detém de uma base de conhecimento empírico e prático que em associação ao conhecimento científico se faz útil aos processos decisórios e de gestão da atividade pesqueira. O presente estudo realizado na comunidade de Emboaca, mediante duas jornadas de campo entre os anos de 2020 e 2021, litoral oeste do Ceará buscou analisar as relações entre uma comunidade pesqueira e o ambiente marinho e recursos, na forma como esses são utilizados, a fim de identificar sistemas pesqueiros utilizando como base o conhecimento empírico de pescadores artesanais. Para isto, 23 pescadores artesanais, experientes, selecionados de forma intencional e não aleatória com a ajuda de representantes do sindicato local e da pesquisadora que é moradora de Emboaca, foram selecionados. As metodologias aplicadas para a coleta de dados consistiram em técnicas participativas, estas foram entrevistas semiestruturadas, mapeamento participativo e observação participante. Os resultados obtidos permitiram evidenciar estratégias de pesca diretamente interligadas ao ambiente e recursos marinhos, e identificar os padrões espaciais dos 50 pesqueiros explorados pelos pescadores artesanais locais. Entre os resultados obtidos as pescarias com linha e anzol apresentam a maior abrangência espacial, enquanto as pescarias com redes e armadilhas se concentram próximas a costa. Os principais pontos explorados são os mais distantes da costa (cerca de 57 quilômetros), sendo também os mais produtivos, haja vista que apresentaram os maiores valores de Captura por Unidade de Esforço (CPUE= 6 kg.pescador.dia). As pescarias com linha de bóia e pargueira predominam entre os pesqueiros com fundos compostos por sedimentos rochosos, o que é explicado pela fisiografia do ambiente marinho que favorece as pescarias com linha e anzol na região Nordeste do Brasil. Além disso o aparelho é versátil, apresenta baixo custo de confecção, e é capaz de capturar espécies de grande porte e alto valor comercial. As estimativas indicaram uma média de produção de 52 toneladas de pescado (desvio padrão=50 t) capturadas anualmente pela frota artesanal da comunidade em estudo, considerando a CPUE igual a 5,6 Kg/pescador/dia (± 5,4 Kg) e uma estimativa de 89 pescadores que atuam em média 104,7 dias (± 33,2 dias) por ano. Foram registrados 47 tipos de pescado ocorrentes na região, capturados para consumo e venda, sendo que indicam pelo menos, 44 espécies de importância comercial. Dentre estas estão: cavala (Scomberomorus brasiliensis), cioba (Lutjanus analis) e ariacó (Lutjanus synagris) como as mais frequentemente citadas pelos pescadores, capturadas ao longo do ano. As pescarias de lagostas do gênero Panulirus se concentram em pesqueiros compostos por cascalho, sendo o manzuá utilizado para suas capturas. Apesar do menor percentual de captura entre as espécies registradas (2% do total), as lagostas apresentam o maior valor comercial de venda em Emboaca (R$ 250,00 por quilograma). A estimativa de produção anual do pescado foi de 1,1 toneladas (±1,05 t). Quanto a comercialização, o peixe é vendido de forma fresca e in natura, e a lagosta é comercializada em cauda, congelada. O beneficiamento consiste na retirada dos órgãos internos de peixes, principalmente de cavala (Scomberomorus brasiliensis), serra (Scomberomorus brasilliensis) e beijupirá (Rachycentrum canadum). Os peixes vermelhos são comercializados inteiros, sem nenhuma forma de beneficiamento. É importante que os gestores considerem as estratégias de pesca desenvolvidas pelos pescadores de Emboaca, pois estas podem colaborar em parte com a conservação dos recursos pesqueiros explotados no litoral Cearense. O conhecimento tradicional dos pescadores artesanais da comunidade em estudo sobre o ambiente marinho e os recursos ali existentes, refletido nas questões territoriais que abordam áreas de uso ou pesqueiros, também é de extrema importância para o auxílio a gestão dos recursos marinhos e zoneamento ambiental. Por fim, a atividade da pesca na comunidade de Emboaca ainda resiste em sua forma tipicamente artesanal, pelos tipos de embarcações confeccionadas por carpinteiros locais, emprego de artes rudimentares e esforço laboral atrelado a relações familiares. No entanto, a atividade tradicional que permeia entre gerações tem encontrado adversidades para sua continuidade devido ao crescimento do turismo e dos conflitos decorrentes pelo uso em espaços comuns. Porém, os moradores da comunidade se mantêm resistentes e resilientes frente às mudanças regionais, sendo a pesca uma atividade de forte caráter identitário para manutenção da segurança alimentar e das práticas culturais locais.
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/71041
Aparece en las colecciones: LABOMAR - Dissertações defendidas na UFC

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