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Tipo: Tese
Título: O complexo migmatítico de bemposta (nordeste transmontano de Portugal): implicações para a evolução do orógeno varisco
Título em inglês: Bemposta migmatitic (noreste de Trás-os-Montes de Portugal): implicaciones para la evolución del orógeno varisco
Autor(es): Martins, Fábio André Craveiro
Orientador: Nogueira Neto, Jose de Araujo
Palavras-chave: Orogenia Varisca;Migmatitos;Fusão parcial
Data do documento: 2022
Citação: MARTINS, Fábio André Craveiro. O complexo migmatítico de bemposta (nordeste transmontano de Portugal): implicações para a evolução do orógeno varisco. 2022. 216 f. Tese (Doutorado em Geologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Resumo: Na região de Bemposta, localizada no nordeste de Portugal, aflora um complexo migmatítico varisco, conhecido como Complexo Migmatítico de Bemposta (CMB). Do ponto de vista geológico, o CMB está inserido na Zona Centro Ibérica do Maciço Ibérico, um segmento crustal que constitui a parte mais ocidental da Cadeia Varisca Europeia. A sua evolução está relacionada com a colisão entre os continentes Gondwana e Laurussia que culminou com a formação do Supercontinente Pangeia, no final do Paleozóico Superior. O CMB corresponde a uma faixa metamórfica de alto grau, alongado na direção NE-SW, composto por metassedimentos migmatizados do Grupo do Douro e por ortognaisses glandulares variavelmente migmatizados. Esta sequência de rochas foi intrudida por numerosos corpos graníticos de idade varisca. Os dados estruturais e a análise petrográfica revelam que o CMB foi afetado por 3 fases de deformação durante a Orogenia Varisca (D1, D2, D3), que provocaram a sua intensa deformação, metamorfismo e migmatização. O bandado migmatítico do tipo estromático é a estrutura mais penetrativa nas rochas do CMB. Está disposto de forma concordante à S2 regional, que é, em geral, sub-horizontal, embora possa estar dobrada e/ou verticalizada junto aos corredores de cisalhamento tardi-D3. As evidências de campo, em conjunto com a análise petrográfica, revelam que o metamorfismo prógrado terá culminado com a fusão parcial dos metassedimentos que afloram no CMB. Estas rochas terão atingido as condições de fusão parcial no início do regime extensional D2, que é interpretado também como o pico metamórfico do trajecto evolutivo destas rochas. Após o pico metamórfico, as rochas entraram num estágio de descompressão a altas temperaturas, onde as condições de anatexia deverão ter prevalecido até ao início da D3. Os leucossomas intercalados não são bordejados por melanossomas e alguns destes contêm granada peritética, o que leva a supor que a maioria destes fundidos se formaram em níveis estruturais mais profundos (a partir da reação de fusão incongruente da biotita) e foram injetados ainda durante a D2 nos terrenos onde actualmente se encontram. Para além dos leucossomas, o CMB está intrudido por corpos de maiores dimensões de granitos Sin-tardi-D2, cuja génese está relacionada com o mesmo evento de fusão parcial. São corpos tabulares do tipo Sill dispostos concordantemente com as estruturas D2. Através da análise das texturas e das microestruturas indicativas de deformação, pode-se assumir que a cristalização dos fundidos anatéticos ocorreu durante a D3. Os dados de geoquímica de rocha total mostram que tanto os leucossomas como as rochas graníticas derivam, em grande parte, da fusão parcial de protólitos com composição análoga à dos metassedimentos do Grupo do Douro. A maioria dos leucossomas exibe acumulação de feldspato potássico. Contudo, todos estes possuem uma assinatura geoquímica de líquidos fraccionados, afetados por processos de acumulação de feldspato potássico em estádios avançados da sua evolução magmática. Assim admite-se que durante a ascensão dos fundidos tenha ocorrido a sua diversidade geoquímica controlada por mecanismos de cristalização fracionada e acumulação. Os dados isotópicos (Sr- Nd) reforçam a ideia de que os metassedimentos do Grupo do Douro são a principal fonte envolvida no evento de anatexia e geração de fundidos anatéticos. Os valores εNd e idades TDM sugerem que poderá haver uma contribuição de fundidos derivados da fusão de ortognaisses na petrogénese de alguns leucossomas e granitos. O granito de Faia d’Água Alta é um dos granitos Sin-D2 que ocorrem na região estudada. As idades de cristalização U-Pb obtidas em zircões desse granito (324 ± 3 Ma) fornecem uma boa estimativa para a anatexia durante a D2 no CMB.
Abstract: In the Bemposta region, located in the northeastern Portugal, outcrops a Variscan Migmatitic Complex, known as Bemposta Migmatic Complex (BMC). The BMC is part of the Iberian Massif which represents the westernmost segment of the European Variscan Belt, formed during the collision between Gondwana and Laurussia and that culminated with formation of the super-continent Pangea, in the final of the Paleozoic. The Bemposta Migmatitic Complex (BMC) is an high-grade metamorphic belt composed by Douro group-derived stromatic migmatites and variably migmatized orthogneisses. These rocks showing evidences that were affected by partial melting during the second Variscan deformation event (D2). The anatexis culminated with intrusion of syn-tardi-D2 granites sills in the BMC. Field and petrographic evidences suggest that the anatexis of the metasediments was controlled by muscovite dehydration melting reactions. On the other hand, the stromatic leucosomes show evidences that were probably produced at a slightly deeper structural level (through biotite dehydration melting reaction) and subsequently injected in these terrains. The whole rock geochemical data shows that the leucosomes and granites derived mainly from partial melting of metasediments with similar composition to Douro Group. The geochemical data also reveals that leucosomes no longer corresponding to the original melt compositions. During melt migration and ascent, they were undergone fractional crystallization and accumulation of K-feldspar. Syn-tardi-D2 Leucogranites that intruded CMB, should have been produced by high degrees of partial melting. They have fractionated compositions and variable degrees of contamination with residual accessory mineral phases. Isotopic data (Sr-Nd) supports the idea that the Douro group metasediments are the main source material involved in the anatexis event and generation of granitic magmas in this sector. However, the εNd values and TDM ages suggest that melts derived from partial melting of orthogneisses may have contributed to the leucossome and granite petrogenesis. The SHRIMP U-Pb crystallization age obtained for this granite (324 ± 3 Ma) provides a good estimate for the age of the D2-anatectic event in the CMB metamorphic terrane.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/68966
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