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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/64560
Type: | Tese |
Title: | “Esquizofrenia”, produção do sofrimento e alteridade negada: análise crítica dos discursos da psiquiatria biológica |
Title in English: | “Schizophrenia”, production of suffering and denied alterity: critical analysis of discourses in biological psychiatry |
Authors: | Maia, João Vitor Moreira |
Advisor: | Freire, José Célio |
Keywords: | Esquizofrenia;Produção do sofrimento;Alteridade negada;Crítica;PsiquiatriabBiológica |
Issue Date: | 2020 |
Citation: | MAIA, João Vitor Moreira. “Esquizofrenia”, produção do sofrimento e alteridade negada: análise crítica dos discursos da psiquiatria biológica. Orientador: José Célio Freire. 2020. 186 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020. |
Abstract in Brazilian Portuguese: | Argumenta-se que o sofrimento deve ser tomado como uma produção, contrapondo-se as concepções que o mostram como algo inerente, natural, ao que na sociedade convencionou-se chamar de adoecimento mental; ideia de sofrimento ainda mais marcante no que se refere a “Esquizofrenia”. Defende-se o argumento de que a produção do sofrimento se expressa como Alteridade Negada. Ressaltando a perspectiva de produção, entende-se a necessidade de compreender a relação subjetividade e cultura na constituição dos sujeitos e do fenômeno psicopatológico. Neste sentido, recorre-se ao pensamento crítico de Michel Foucault, privilegiando suas reflexões atinentes à histórica constituição das sendas psicopatológicas, psiquiátricas e psicológicas, destacando a relação saber-poder nas formas de sujeição e as possibilidades de resistência contra as maneiras de subjetivação e submissão. Busca-se aproximação com o pensamento éticofilosófico de Emmanuel Lévinas, que em suas reflexões nos provoca à abertura e acolhimento ao Outro em sua diferença essencial, instaurando-se efetivamente uma possibilidade de escuta de outrem. Analisam-se, criticamente, os discursos da Psiquiatria Biológica acerca do que se convencionou chamar de esquizofrenia, sendo obtida a materialidade de tais discursos por meio da pesquisa e seleção de trabalhos coletados na plataforma da Biblioteca Virtual em Saúde. Recorreu-se às categorias “Psiquiatria Biológica” e “esquizofrenia”, e utilizou-se o filtro de trabalhos publicados desde o início do século, precisamente de 2001 até 2017, havendo-se obtido 83 textos, dos 76 foram publicados em Inglês, Espanhol e Português. Após a leitura foram selecionados 27 para compor a materialidade dos discursos da Psiquiatria Biológica acerca da “esquizofrenia”. Para a análise crítica dos discursos da Psiquiatria Biológica referentes à “esquizofrenia”, elabora-se um percurso investigativo que explicita as condições de possibilidade para a emergência do discurso da Psiquiatria Biológica; as representações sobre a “esquizofrenia” formuladas por esse discurso e, também, as “cenas de cura” favorecidas. Examinam-se, ainda, de modo transversal, as indicações sobre o sofrimento e “esquizofrenia”, as estratégias discursivas na feitura e consolidação dos regimes de verdade, procedendo-se, também, a um estudo dos efeitos de tais dispositivos discursivos na constituição das subjetividades. Problematizam-se os resultados do reducionismo biológico na constituição das subjetividades, analisando a operação por meio da qual o sujeito da “esquizofrenia” é representado de modo totalizante e submetido ao silêncio pela cena de cura dos antipsicóticos, em que se escamoteia a dimensão humana e política do sofrer e do padecer, pelo favorecimento da admissão de um sujeito eminentemente biológico, cerebral, disciplinado e carente de significação. Entende-se que o exercício crítico (no sentido foucaultiano de uma indocilidade refletida ante os regimes de verdade) e ético (na proposição levinasiana de crítica do saber) favorecem a emergência de outras feições de constituição dos sujeitos e significação de suas experiências, sendo um exercício necessário perante os discursos da seara psicopatológica. |
Abstract: | It is argued that suffering should be considered as a production, contrasting the conceptions that present it as something inherent, natural, to what in our society has been called mental illness; the idea of an even more striking suffering with regard to “Schizophrenia”. The thesis that the production of suffering is expressed as Denied Alterity is defended. By emphasizing the perspective of production, one understands the need to comprehend the relationship between subjectivity and culture in the constitution of subjects and the psychopathological phenomenon. In that sense, Michel Foucault’s critical thinking is referred to, by privileging his reflections on the historical process of the constitution of the psychopathological, psychiatric, and psychological fields, by highlighting the knowledge-power relationship in the forms of subjection, and the possibilities of resistance against the forms of subjectivation and submission. One seeks to approach the ethical-philosophical thinking of Emmanuel Lévinas, who in his reflections provokes us to open and welcome the Other in his essential difference, by effectively establishing a possibility of listening to others. The Biological Psychiatry discourses are critically analyzed about what is conventionally called schizophrenia, with the materiality of such discourses being obtained through the research and selection of works collected on the Health Virtual Library platform. The “Biological Psychiatry” and “Schizophrenia” categories were used, as well as the filter of works published since the beginning of the century, more precisely from 2001 to 2017, resulting in a total number of 83 studies, of which 76 were published in English, Spanish, and Portuguese. After reading them, 27 were selected to compose the materiality of the Biological Psychiatry discourses about “schizophrenia”. For the critical analysis of the Biological Psychiatry discourses about “schizophrenia”, an investigative path is elaborated to make explicit the possibility conditions for the emergence of the Biological Psychiatry discourse; the representations about “schizophrenia” formulated by such discourses; and also the “healing scenes” that are favored. The indications about suffering and “schizophrenia” are also analyzed in a transversal way; discursive strategies in the construction and consolidation of truth regimes; and an analysis of the effects of such discursive devices on the constitution of subjectivities. The effects of biological reductionism on the constitution of subjectivities are questioned, by analyzing the operation through which the subject of “schizophrenia” is represented in a totalizing way, and submitted to silence by the healing scene of antipsychotics, in which by concealing the human and political dimension of suffering, by favoring the admission of an eminently biological, cerebral, disciplined, meaningless subject. It is understood that the Critical exercise (in the Foucauldian sense of an indocility reflected before the truth regimes) and the Ethical exercise (in the Levinasian sense of knowledge criticism) favors the emergence of other forms of constitution of the subjects, and meaning of their experiences, being a necessary exercise before discourses in the psychopathological field. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64560 |
Appears in Collections: | PPGP - Teses defendidas na UFC |
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