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Tipo: Tese
Título: O tempo, a ficção e a morte: as escritas de Augusto dos Anjos (1901-1920)
Autor(es): Teodoseo, Danilo Linard
Orientador: Ramos, Francisco Régis Lopes
Palavras-chave: Literatura e história;Anjos, Augusto dos,1884-1914 - Crítica e interpretação;Morte na literatura;Civilização moderna - 1901-1920
Data do documento: 2019
Citação: TEODOSEO, Danilo Linard. O tempo, a ficção e a morte: as escritas de Augusto dos Anjos (1901-1920). 2019. 261f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em História, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: A atividade poética do paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914) normalmente é associada ao seu único livro, “Eu”, publicado no Rio de Janeiro, em 1912, assim como, à sua segunda edição, já póstuma, intitulada “Eu (Poesias Completas)”, cuja publicação ocorreu na Paraíba, em 1920. Em razão do rótulo de “Poeta da Morte”, atribuído por conta da temática predominante nas duas edições de seu livro de versos, alguns estudos interpretaram suas imagens poéticas como sendo expressões de sua personalidade, a qual seria tão mórbida quanto suas representações literárias. Outros estudos focam os traços estilísticos e seu pertencimento, ou não, à escolas ou movimentos literários. Outros, por fim, procuram nos aspectos sociais e econômicos os condicionantes para a forma e o conteúdo de seus versos. Em nosso estudo, visamos elaborar uma análise de seus versos a partir de uma perspectiva historiográfica. Em vista disso, nosso objetivo foi o de investigar os sentidos históricos expressos nos versos de Augusto dos Anjos e suas articulações com as sensibilidades derivadas da temporalidade moderna. Para tanto, incluímos em nosso corpo de fontes, além dos textos poéticos compilados no “Eu”, em suas duas edições, aqueles que permaneceram publicados apenas em jornais e periódicos paraibanos. Nosso recorte temporal, dessa forma, compreende sua atividade com a poesia, iniciada em 1901, até a publicação da segunda edição de seu livro, em 1920. Investigando esse período, foi possível identificar as articulações de seus versos com os sentidos históricos presentes em seus estratos temporais. Para abordar nossas fontes e elaborar as discussões pretendidas, tivemos como principais undamentos teóricos, metodológicos e conceituais algumas das reflexões propostas por Reinhart Koselleck (2006, 2014), Pierre Bourdieu (2010), Luiz Costa Lima (1980, 2012), Wolfgang Iser (2002, 1999), Phillipe Lejeune (2008), Alain Corbin (1991), Phillpe Ariès (2012) e Paul Ricoeur (2014). Através do diálogo com esses e outros autores, foi possível compreender as relações da poesia de Augusto dos Anjos com as dinâmicas do campo literário, com as discussões acerca da temporalidade e tempo histórico; com as possibilidades da mímesis e da ficção; com as experiências de individualização; com a historicidade da morte, de seus espaços e agentes; assim como, com as relações entre identidade e narrativa. Avaliando os resultados obtidos, consideramos que a poética de Augusto dos Anjos, às vésperas de mais um centenário, continua fértil em problematizações e sentidos históricos ao dialogar com três dimensões: o Tempo, a Ficção e a Morte.
Abstract: The poetic activity of Augusto dos Anjos (1884-1914), born in Paraíba, is usually associated to his single book, “Eu”, published in Rio de Janeiro, in 1912, as well to its second, posthumous edition named “Eu (Poesias Completas)”, whose publishing occurred in Paraiba, in 1920. Due to the title “Poet of Death”, given to him because of the prevailing theme in both editions of his book of verses, some studies read his poetic images as if they are expressions of his own personality, which would be as morbid as his literary representations. Other studies focus more on stylistic traits and its belonging, or not, to schools or literary movements. Others, search on social and economic aspects as the reason for the shape and content of his verses. In our research, we seek to elaborate an analysis of his verses from a historiographical perspective. Knowing that, our goal has been to investigate the historical meanings expressed on the verses of Augusto dos Anjos and its articulations with the sensibilities derived from the modern temporality. To do so, alongside the compilation of poetic texts present in both editions of “Eu”, we also included the texts that remained published only in newspapers and periodicals from Paraíba. Our research takes in his poetic activity began in 1901, until the publishing of the second edition of his book, in 1920. Researching this period of time, we were able to identify articulations of his verses with the historical meanings present in its time layer. To approach the source and elaborate the intended discussions, we had as our main methodology, theoretical and conceptual foundation some thoughts proposed by Reinhart Koselleck (2006, 2014), Pierre Bourdieu (2010), Luiz Costa Lima (1980, 2012), Wolfgang Iser (2002, 1999), Phillipe Lejeune (2008), Alain Corbin (1991), Phillpe Ariès (2012) and Paul Ricoeur (2014). Through the dialogue with these and other authors, it was possible to understand the relation between Augusto dos Anjos’ poetry and the dynamic of the literary field, the discussions about temporality and historical time; the possibilities of mimesis and fiction; the experiences that comes with individualization; the history of death even as its agents and spaces; as well as the relations between narrative and identity. Evaluating the results we gathered, we considered that the poetic by Augusto dos Anjos, on the brink of another centenary, continues fertile of problematization and historical meanings when it dialogues with three dimensions: the Time, the Fiction and the Death.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/47405
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