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Tipo: Tese
Título: Henriqueta Lisboa e Maurice Blanchot: o ato criativo e a estranha aproximação com a morte
Autor(es): Araújo, Márcia de Mesquita
Orientador: Bylaardt, Cid Ottoni
Palavras-chave: Henriqueta Lisboa;Ato criativo;Linguagem;Maurice Blanchot
Data do documento: 2019
Citação: ARAÚJO, Márcia de Mesquita. Henriqueta Lisboa e Maurice Blanchot: o ato criativo e a estranha aproximação com a morte. 2019. 160f. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: Esta pesquisa consiste fundamentalmente no estudo crítico de uma seleção de poemas de Henriqueta Lisboa, Obras Completas (1985), em possibilidade de diálogo com o pensamento do crítico Maurice Blanchot sobre o ato criativo e sua estranha aproximação com a morte, marcando, dessa maneira, uma vizinhança e/ou distinção entre ambos. Blanchot se configura como nosso principal aporte teórico, contudo, outras vozes se somam no decorrer desta escrita. No estudo dos poemas de Henriqueta percebemos uma afinidade com o tema da morte, especialmente nas obras Prisioneira da Noite (1939), A Face Lívida (1945) e Flor da Morte (1949), as duas últimas especialmente. Com o exercício da escrita, que Henriqueta denomina sua profissão de fé, a poeta mineira foi transmudando cada vez mais seu estilo e a temática da morte sempre esteve presente. O filósofo francês Maurice Blanchot experimenta, delineia uma concepção singular do texto literário. Seu pensamento navega na direção do improvável, do impensado, do (im)possível de todas as coisas engendradas no limiar da escrita, investimento traçado por uma grafia vigorosa, destiladas nas linhas que irradiam, arrastando-nos para as bandas de um lugar soturno, num espaço onde uma das imagens que nos parece mais caras a Blanchot é a da morte. Com efeito, às voltas do L’espace Littéraire (1955), ponto de partida inicial para os diálogos reflexivos que se pretende desenvolver aqui, surgem questões que cintilam entre escrita, pensamento, linguagem, vida e morte; mas não a morte no mundo, do senso comum, uma morte que não morre, que está sempre a morrer. Destarte, o entrecruzamento de textos teóricos e literários fá-los aproximarem-se por reflexões acerca do processo da escrita literária, em que percebemos concepções do ato criativo simbolizadas pela morte em ambos os autores citados. Desenvolveremos nossa pesquisa em três veredas: “Querida Henriqueta”, cujas missivas estudadas nos revelam diálogos sobre questões literárias e concepções de poesia discutidas no espaço espistolar; “A poesia vê a guerra”, em que lançamos uma reflexão sobre o período da segunda guerra mundial e como a poesia reflete ou dialoga com esse contexto de horror; e, por fim, “Estranha aproximação com a morte”, em que adentramos mais efetivamente pelo tema da morte na poesia de Henriqueta Lisboa. Nessas sendas, através das quais somente a escrita nos guia, levantamos questões relativas à arte, à literatura e à crítica literária. A fundamentação teórica da pesquisa contempla nomes, além de Henriqueta e Blanchot, como: Giorgio Agamben, Martin Heidegger, Gilles Deleuze & Felix Gatarri, Mallarmé, Octavio Paz, dentre outros. E a escrita vai... sempre acrescida de possibilidades, pluralidades.
Abstract: This research consists fundamentally in a critical study of a selection of poems by Henriqueta Lisboa, from her Complete Works (1985), in a possible dialogue with Blanchot’s thought about the creative act and it’s strange approximation to death, marking, thus, a neighborhood or a distinction between them. While studying the poems, we have realized some affinity between them and the theme of death, especially in the books Prisioneira da noite [Prisoner of the night] (1939), A face lívida [The livid face] (1945) e Flor da Morte [Flower of death] (1949), mainly the last two ones. With the exercise of writing, which Henriqueta calls her profession of faith, the poet from Minas Gerais transmuted increasingly her style, in which the theme of death was always present. The french philosopher Maurice Blanchot experiences, delineates a singular conception of literary text. His thought navigates towards the improbable, the unthinkable, the (im)possible of everything engendered in the threshold of writing, as an investment traced in a vigorous spelling, distilled in lines that irradiate, dragging us to the edges of a lugubrious place, in a space where one of the most dear images is that of death. In effect, around L’espace Littéraire (1955), starting point for the reflexive dialogues we intend to develop, questions that scintilates among thought, language, life and death arise here; but not our world’s death, the common sense’s death, instead, it’s a death that does not die, that is dying forever. Therefore, the tangle of theoretical and literary texts make them approach each other by means of reflections on the process of literary writing, in which one can see conceptions of the creative act symbolized by death in both mentioned authors. We shall develop our research in three paths: “Dear Henriqueta”, in which the letters studied reveal dialogues on literary questions and poetry conceptions discussed in the epistolary space; “Poetry sees the war”, in which we make a reflection on the period of the Second World War and how poetry establishes a dialogue with this context of horror; finally, “The strange approximation to death”, in which we go more effectively through the theme of death in Lisboa’s poetry. In these paths, through which only writing guides us, we have raised issues concerning art, literature and literary criticism. The theoretical basis of the research includes names, beyond the ones of Henriqueta and Blanchot, such as Giorgio Agamben, Martin Heidegger, Gilles Deleuze & Felix Guattari, Mallarmé, Octavio Paz, among others. And writing goes on… always increased with possibilities, pluralities.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46055
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