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Tipo: Artigo de Evento
Título : A lepra no regime do visível e do dizível: o discurso da imprensa cearense no começo do século XX
Autor : Ferreira, Antônio Nelorracion Gonçalves
Palabras clave : Documentos oficiais - Estado do Ceará - século XIX;Problema sanitário, social, político ou econômico
Fecha de publicación : 2012
Editorial : Expressão Gráfica; Wave Media
Citación : FERREIRA, Antônio Nelorracion Gonçalves. A lepra no regime do visível e do dizível: o discurso da imprensa cearense no começo do século XX. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA, 3.; SEMINÁRIO DE PESQUISA DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DA UFC, 10., 1-3 out. 2012, Fortaleza (Ce). Anais... Fortaleza (Ce): Expressão Gráfica; Wave Media, 2012.
Resumen en portugués brasileño: Uma análise dos documentos “oficiais” do Estado do Ceará do século XIX, sobretudo dos Relatórios dos Presidentes de Província, revela a escassez de referência à lepra. Essa rarefação, praticamente uma ausência, indica muitas outras presenças – mais especificamente quanto à questão de saúde e de assistência médica – as desventuras, os abalos, os medos e as desordens, advindas com a força de doenças epidêmicas como a varíola, a febre amarela e a cólera-morbo. A não entrada da lepra no regime discursivo pode atestar tanto a sua inexistência, como a sua insignificância enquanto problema sanitário, social, político ou econômico. Embora, nos registros oficiais e administrativos desse momento a ausência seja a regra, houve diminutas referências à lepra. Uma das mais interessantes – embora não se refira diretamente a lepra no Estado do Ceará – é o livro A Alma do Lázaro (ALENCAR, 2010) do escritor José de Alencar. Nesse romance, que se passa no Recife e Olinda do século XVIII entre casarões abandonados e almas penadas, conta-se a história das desventuras de um leproso. Nela, os principais elementos constitutivos do leproso clássico medieval, como a exclusão social, a solidão, o padecimento, o medo e a relação com o divino, estão presentes. A única companhia na vida do lázaro Recife depois da morte de sua mãe e do abandono de sua irmã são papéis em branco, nos quais são inscritos os sentimentos dele. Essa superfície de inscrição, pela qual o próprio enfermo se constitui em um “ser” de sofrimento, é considerada na narrativa como a própria alma do lázaro, descoberta muito tempo depois por um acadêmico de direito em uma casa antiga, que decide publicar a história de dor e de exclusão social do morfético. Fica difícil saber o impacto dessa obra na época de sua publicação; embora, hoje, ela seja quase desconhecida da grande maioria do público leitor. [...]
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/43023
ISBN : 978 85 4200 096 2
Derechos de acceso: Acesso Aberto
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