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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/42538
Tipo: | TCC |
Título : | Peixe bom, sangue bom: Uma etnografia das relações de parentesco no contexto da especulação da terra na vila do Estevam |
Autor : | Pereira, Ana Luisa Lisboa Nobre |
Tutor: | Sá, Leonardo Damasceno de |
Palabras clave : | Colônias de pescadores - Canoa Quebrada (Aracati, CE);Parentesco - Canoa Quebrada (Aracati, CE);Etnologia |
Fecha de publicación : | 2013 |
Citación : | PEREIRA, A. L. L. N. Peixe bom, sangue bom: Uma etnografia das relações de parentesco no contexto da especulação da terra na vila do Estevam. 2013. 93 f. Monografia (Graduação em Ciências Sociais) - Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. |
Resumen en portugués brasileño: | A presente pesquisa, através da utilização do método etnográfico, investiga a relação entre a organização social de parentesco e a questão fundiária, que surge a partir da especulação imobiliária gerada pelo turismo, na Vila do Estevam, uma comunidade de pescadores localizada na famosa praia de Canoa Quebrada, município de Aracati, litoral leste do estado do Ceará. A Vila do Estevam se constituiu a partir de um processo distinto da população que reside mais ao centro do bairro. O ponto marcante dessa diferença está no fato dos estevenses terem conseguido, após um processo exaustivo de lutas e negociações, a posse da terra no nome da Associação dos Moradores do Estevão de Canoa Quebrada (AMECQ), que regulamenta seus usos e ocupações. Na relação entre os discursos hegemônicos, institucionais e não-hegemônicos destacam-se dois movimentos opostos, marcantes e em conflito: um que enaltece e legitima a associação por ser a instituição que agrega atributos simbólicos muito significativos e tem legitimidade jurídica por ser proprietária da terra; e, outro que a deslegitima e declara sua falência. No tocante à questão da terra, tão transversal quanto a do parentesco, no contexto da chegada da indústria do turismo nas faixas litorâneas do Nordeste do país, constata-se a disputa entre grupos que têm interesse no turismo como importante força econômica e as comunidades tradicionais, que há anos ocupam a terra, sem interesse de registrá-la, pois a posse dela é compreendida como direito comum, destituída de valor de mercadoria. Destaca-se, além do interesse de cunho privado, o interesse do Estado em criar políticas públicas de desenvolvimento do turismo, a exemplo das etapas em nível estadual e nacional do PRODETUR, para o fortalecimento da economia nacional, por meio da criação de fluxos de turistas no âmbito local e internacional. Inclusive, conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e cria uma complexa rede de articulação institucional que também inclui o campo político. É nesse contexto de dominação que o cotidiano na vila se inventa. Pelo processo de produção do outro, que pode ser melhor compreendido nos conceitos locais de “vagabundos” e “nativos”, nós e eles, se identificam diversos fluxos e movimentos criativos e inventivos na vila, motivados por desejos múltiplos, sejam eles de resistência ou não. Apesar das várias mobilizações, na vila do Estevam existem práticas de resistência que tornam possível a manutenção de características tradicionais tão quistas como a vivência de maritimidade, a pesca artesanal, os valores praianos dos jangadeiros como o silêncio, o mistério, a constituição física do território, que só são possíveis devido ao enfrentamento que se faz ao legado do turismo deixado na comunidade. O sistema de atitudes previsto nas relações de parentesco relacionadas ao uso da terra, representados pelo termo “AME a terra”, que, inclusive, transcendem a obrigatoriedade mais imediata do valor familiar que é o de não entrar em conflito com os parentes, é a maior prática de resistência que faz com que, hoje, apesar de todas as dificuldades e luta diária, seja possível falar da Vila do Estevam como vila do pescador. |
Abstract: | This research, through the use of the ethnographic method, investigates the relationship between the social organization of kinship and the land issue, which arises from the speculation generated by tourism in Vila do Estevam, a fishing community located on the famous beach of Canoa Quebrada, Aracati county, east coast of the Ceará state. Vila do Estevam was formed in a distinct process of the population that lives closer to the center of the district. The remarkable point of this difference lies on the fact that the estevenses (local residents) got, after an exhaustive process of struggles and negotiations, the land ownership in name of the Associação de Moradores do Estevão de Canoa Quebrada (AMECQ), which regulates its uses and occupation. In the relationship between hegemonic discourses, institutional and non-hegemonic two opposing, striking and conflicting movements are highlighted: one that enhances and legitimizes the association for being an institution of very significant symbolic attributes and that has legal legitimacy by owning the land; and, other that delegitimizes the association and declares its crash. On the issue of land, as transverse as kinship, in the context of the tourism industry arrival along the coasts of the Northeast, there is a dispute between groups that have an interest in tourism as an important economic strength and traditional communities that have occupied the land for years, without the interest of registering it, once its possession is understood as a common law, as a valueless commodity. It’s stand out, besides the interest of private nature, the State's interest in creating public policies for the development of tourism, exemplified by the steps at the state and national level of PRODETUR, for the strengthened of the national economy through the creation of tourists’ flows locally and internationally. Actually, it has funding from the Inter-American Development Bank (IDB) and creates a complex network of institutional articulation which also includes the political field. It is in this domination context that the everyday in the village is invented. Through the production process of the other, which can be better understood in local concepts of "bums" and "natives", we and they, are identified several flows and creative and inventive movements in the village, motivated by multiple desires, whether or not them of resistance. Despite the several mobilizations, in Vila do Estevam there are practices of resistance that make it possible the maintenance of traditional features such as the experience of maritimity, artisanal fishing, the values of jangadeiros like silence, the mystery, the territorial physical constitution, which are only possible due to the confrontation made to the tourism legacy left in the community. The attitudes system foreseen in the relations of kinship related to land use, represented by the term "AME a Terra", which even transcend the most immediate requirement of familiar value that is not to get into conflict with relatives, it is the greatest practice of resistance made to what, currently, despite all the difficulties and daily struggle, it is possible to talk of the Vila do Estevam as village of the fisherman. |
URI : | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42538 |
Aparece en las colecciones: | CIÊNCIAS SOCIAIS NOTURNO- Monografias |
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