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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/42325
Tipo: | Tese |
Título : | Práticas feministas de autogestão em empreendimentos formados por mulheres na Rede Economia Solidária e Feminista |
Autor : | Soares, Maria de Nazaré Moraes |
Tutor: | Rebouças, Sílvia Maria Dias Pedro |
Co-asesor: | Silva Filho, José Carlos Lázaro da |
Palabras clave : | Economia Solidária;Autogestão;Justiça de Gênero;Práticas feministas de gestão;Organização substantivas;Pós-colonialismo |
Fecha de publicación : | 2019 |
Citación : | SOARES, Maria de Nazaré Moraes. Práticas feministas de autogestão em empreendimentos formados por mulheres na Rede Economia Solidária e Feminista. 2019. 373f. Tese (Doutorado em Administração e Controladoria) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade, Secretariado Executivo e Finanças, Universidade Federal do Ceará, 2019. |
Resumen en portugués brasileño: | A Economia Solidária [ES] atua na rearticulação do econômico às outras esferas da ação social, representando um movimento multiforme para geração de renda e desenvolvimento local, tendo a autogestão como paradigma de organização (Gaiger, 2007; Singer, 2008, Vieta, 2015). A significativa participação das mulheres na ES resultou na formação de uma rede nacional de empreendimentos autogeridos por mulheres: a Rede Economia Solidária e Feminista [RESF]. Considerando a expressiva participação das mulheres na ES e que tal contexto influencia nas práticas de organização dos empreendimentos, torna-se necessário sistematizar tais práticas, a partir da visão substantiva das organizações, dando visibilidade às experiências dessas mulheres (Fraser, 2002; Gherardi, 2012; Martin, 2003; Nicolini, 2013; Ramos, 1989). Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é investigar como as práticas de autogestão das mulheres na RESF refletem a racionalidade substantiva de uma gestão feminista e se concretizam como um modelo exequível de organizações produtivas. O aparato conceitual relacionado aos estudos feministas nesta pesquisa abrange os estudos de Nancy Fraser (2002) sobre a justiça de gênero, de Patricia Yancey Martin (2003), sobre as práticas feministas de gestão, e de autoras do feminismo pós-colonialista, como Mohanty (2006), Santos (2017) e Maria Lugones (2007), que conduzem a discussão para os contextos periféricos, perspectiva necessária ao observar o movimento de mulheres na ES. A abordagem metodológica da pesquisa é quantitativa e qualitativa, conforme recomenda Ramos (1996) em sua proposta de redução sociológica. A coleta de dados da etapa quantitativa foi operacionalizada através da utilização de dados de duas fontes de dados: a base de dados mapeada no Brasil nos anos de 2010 a 2013 pelo Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária [SIES] e 150 questionários estruturados em escala Likert de cinco posições junto às mulheres que compõem a RESF no estado do Ceará. Os dados quantitativos foram analisados através das estatísticas multivariadas Análise Fatorial e Regressão Múltipla. A coleta de dados da etapa qualitativa foi realizada através da observação das práticas das mulheres no cotidiano da gestão dos empreendimentos da RESF, resultando em 55 horas e 30 minutos registrados em 20 diários de campo desde o ano de 2016 (Creswell, 2007). Outra fonte qualitativa foram entrevistas semi-estruturadas realizadas junto a cinco produtoras da rede, sob o enfoque da história oral temática de Meihy (2002), que alinha-se a uma perspectiva pós-colonialista de captar as vozes periféricas. Os dados qualitativos foram analisados sob a abordagem da Análise de Discurso proposta por Gill (2002). Os dados das etapas quantitativa e qualitativa foram triangulados de forma a fornecer uma maior aproximação do fenômeno e a compreensão para o atingimento dos objetivos propostos para pesquisa de tese, aproximando-se do fenômeno observado (Ramos, 1996; Creswell, 2007). Os resultados apontaram uma prova de conceito, relacionada à interseccionalidade da justiça de gênero e das práticas feministas de gestão, como propõe Fraser (2001, 2007), evidenciando-se que a interseccionalidade é uma condição para a compreensão da questão da mulher. O estudo permitiu também identificar novas práticas feministas de gestão na RESF, sob o paradigma da autogestão: (i) Possibilita o trabalho flexível sob a perspectiva da alteridade; (ii) Desenvolve a aprendizagem coletiva e em rede; e (iii) Promove uma gestão orgânica de conflitos. A pesquisa demonstrou que as práticas feministas de autogestão se performatizam com algum nível de instrumentalização, contudo, sob a predominância da visão de gestão substantiva, onde há a primazia da ação coletiva, o respeito às diferenças individuais, a busca de equilíbrio entre sujeito e organização sob uma identidade de valores (Ramos, 1989; Serva, 1993). |
Abstract: | The Solidarity Economy [SE] acts in the rearticulation of the economic to the other spheres of social action, representing a multiform movement for income generation and local development, having self-management as a paradigm of organization (Gainger, 2007, Singer, 2008, Vieta, 2015) . The significant participation of women in ES resulted in the formation of a national network of self-managed enterprises by women: the Solidarity and Feminist Economy Network [SFEN]. Considering the expressive participation of women in SE and that such context influences organizational practices, it is necessary to systematize such practices, based on a substantive vision of the organizations, giving visibility to the experiences of these women (Fraser, 2002; Gherardi, 2012 , Martin, 2003, Nicolini, 2013, Ramos, 1989). In this sense, the objective of this research is to investigate how the self-management practices of women in the SFEN reflect the substantive rationality of a feminist management and concretize as a feasible model of productive organizations. The conceptual apparatus related to feminist studies in this research encompasses Nancy Fraser's (2002) studies on gender justice, Patricia Yancey Martin’s (2003) studies on feminist management practices, and authors of postcolonial feminism such as Mohanty (2006), Santos (2017) and Maria Lugones (2007), who lead the discussion to the peripheral contexts, a necessary perspective when observing the women's movement in the SE. The methodological approach of the research is quantitative and qualitative, as recommended by Ramos (1996) in his proposal of sociological reduction. The data collection of the quantitative step was operationalized through the use of data from two sources: the database mapped in Brazil in the years 2010 to 2013 by the National System of Information in Solidarity Economy [SIES] and 150 questionnaires structured in scale Likert of five positions with the women who compose the SFEN in the state of Ceará. The quantitative data were analyzed through the multivariate statistics Factor Analysis and Multiple Regression. Data collection from the qualitative stage was carried out by observing the practices of women in the day-to-day management of the SFEN projects, resulting in 55 hours and 30 minutes registered in 20 field journals since 2016 (Creswell, 2007). Another qualitative source was semi-structured interviews carried out with five producers of the network, focusing on the thematic oral history of Meihy (2002), which is aligned with a post-colonial perspective of capturing the peripheral voices. Qualitative data were analyzed under the Discourse Analysis approach proposed by Gill (2002). The data of the quantitative and qualitative steps were triangulated in order to provide a closer approximation of the phenomenon and the understanding for the achievement of the proposed objectives for this thesis research, approaching the phenomenon observed (Creswell, 2007). The results point to a proof of concept, related to the intersectionality of gender justice and feminist management practices, as proposed by Fraser (2001, 2007), showing that intersectionality is a condition for understanding the issue of women. The study also allowed to identify new feminist management practices in SFEN, under the self-management paradigm: (i) It enables flexible working from the perspective of otherness; (ii) Develops collective and networked learning; and (iii) Promotes an organic management of conflicts. Research has shown that feminist self-management practices are performed with some level of instrumentation, however, under the predominance of the substantive management vision, where collective action is paramount, respect for individual differences, the search for a balance between subject and organization under an identity of values (Ramos, 1989; Serva, 1993). |
URI : | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42325 |
Aparece en las colecciones: | PPAC - Teses defendidas na UFC |
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