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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/33428
Type: | Tese |
Title: | O caso acusativo nos pronomes pessoais de terceira pessoa do português brasileiro e europeu |
Authors: | Rodrigues, Lorena da Silva |
Advisor: | Coan, Márluce |
Co-advisor: | Bazenga, Aline Maria Pinguinha França |
Keywords: | Pronomes pessoais de terceira pessoa;Caso acusativo;Variação;Mudança;Sociofuncionalismo |
Issue Date: | 2018 |
Citation: | RODRIGUES, Lorena da Silva. O caso acusativo nos pronomes pessoais de terceira pessoa do português brasileiro e europeu. 2018. 166f. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2018. |
Abstract in Brazilian Portuguese: | Esta tese objetiva estudar a mudança no sistema pronominal da língua portuguesa, em suas variantes europeia e brasileira, no que tange à categoria de caso. Para isso, partimos da noção sociolinguística de que toda mudança é oriunda de um estágio anterior de variação linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006; LABOV, 1978, 1994, 2001, 2008 e 2010) e investigamos como variantes os pronomes o (a, os, as); ele (ela, eles, elas); lhe(s), além da anáfora zero na codificação do caso acusativo. Como fatores condicionantes dessa mudança, analisamos: o continuum oralidade/escrita; as propriedades semânticas do OD; o tipo da forma verbal que o acusativo complementa; a posição do pronome; o período histórico; o sexo do informante; o nível de escolaridade; a idade e a localidade. Propomos como tese que a perda da distinção da categoria caso nos pronomes pessoais em língua portuguesa advém da deriva linguística secular e um indício que comprova esse fato está na convergência linguística de variantes do português distantes geograficamente, mas que partilham fatores cognitivos e culturais (LABOV, 2010) dentro da lusofonia. Trabalhamos com duas amostras, uma escrita e outra oral, contendo textos das décadas de 1970 a 2010 do português brasileiro e do português europeu, bem como com um teste de percepção e avaliação das variantes aplicado a alunos da Universidade da Madeira. Após descritos, os dados passaram por um tratamento estatístico no programa GOLDVARB X e depois foram analisados à luz do Sociofuncionalismo, uma vez que, além da Teoria da Variação e Mudança Linguística, temos como base os princípios funcionalistas da iconicidade e da marcação (GIVÓN, 1979b, 1984, 1995, 2002, 2005, 2009 e 2011). A partir do resultado do teste aplicado a 412 informantes do Funchal, pudemos mapear as variantes de prestígio e as estigmatizadas no PE-Insular. Por ordem de avaliação, em sentido crescente de apreciação, as variantes estão assim distribuídas: ele, lhe, anáfora zero e clítico. Em seguida, partimos para a etapa de análise dos dados de textos escritos e orais no português europeu e no português brasileiro. Para a variante o, foram selecionados os seguintes grupos de fatores como condicionantes: a) faixa etária (56 a 75); b) grau de escolaridade (ensino médio e ensino superior); c) gênero textual (notícia e editorial); d) período histórico (décadas de 70 e de 2000); e) propriedade semântica do objeto direto (+ humano); f) tipo da forma verbal (composta); g) localidade (Lisboa e Funchal) e h) continuum fala x escrita (escrita). Para o pronome ele, cinco fatores foram selecionados, a saber: a) faixa etária (36 a 55 e 56 a 75); b)10 escolaridade (ensino fundamental); c) sexo do informante (feminino); d) localidade (Rio de Janeiro) e e) propriedade semântica do OD (+ humano). Para a anáfora zero, foram selecionados os fatores a) faixa etária (18 a 35); b) gênero textual (entrevista); c) continuum fala x escrita (fala); d) período histórico (décadas de 80, 90, 2010); e) localidade (Rio de Janeiro); f) traço semântico do objeto (- humano) e g) tipo da forma verbal (simples). Para o pronome lhe, apenas um fator condicionante foi selecionado, a propriedade semântica do objeto (+ humano). Após analisados os dados, observamos microdomínios funcionais configurando uma sintaxe da língua portuguesa pós-colonial: de um lado, estão o clítico e a anáfora zero, as variantes não marcadas, apresentando alta frequência, mas motivações opostas; por outro lado, as variantes marcadas cognitivamente e socialmente, ele e lhe, apresentam baixa frequência e comportamento análogo entre si. |
Abstract: | This thesis aims to study the change in the pronominal system in Portuguese, in its European and Brazilian variants, regarding the category of case. Thereto, it considers that any change comes from an earlier stage of linguistic variation (Weinreich, Labov, Herzog, 2006; Labov, 1978, 1994, 2001, 2008, 2010) and investigates variants of pronouns o (a, os, as); ele (ela, eles, elas); lhe(s), in addition to zero anaphora. As conditioning factors of this change, it analyzes the oral or written continuum; the semantic properties of the direct object; the kind of verbal form that the accusative complements; the position of the pronoun; the historical period; the sex of the informant; the level of schooling; the age and the location. It proposes that the loss of the distinction of the case category in personal pronouns in Portuguese derives from the secular linguistic drift, and an evidence that proves this fact lies in the linguistic convergence of variants of Portuguese geographically distant but sharing cognitive and cultural factors (Labov, 2010) within Lusophony. It works with two samples, a written one and an oral one, containing texts from the 1970s to 2010 of Brazilian Portuguese and European Portuguese, as well as a test of perception and evaluation of variants applied to students of the University of Madeira. After being described, the data were subjected to a statistical treatment in the GoldVarb X program and then analyzed in the light of Sociofunctionalism, since, besides the Theory of Variation and Linguistic Change, it is based on the functionalist principles of iconicity and marking (Givon, 1979b, 1984, 1995, 2002, 2005, 2009, 2011). From the result of the test applied to 412 informants from Funchal, it was possible to map prestige variants and those stigmatized in European Portuguese peninsular. By order of evaluation, in an increasing sense of appreciation, the variants are distributed as it follows: ele, lhe, zero anaphora and o(a)(s). After that, it makes the analysis of the data of written and oral texts in European Portuguese and Brazilian Portuguese. For variant o, the following groups of factors were selected as conditioning factors: a) Age group (56 to 75); b) education level (high school and higher education); c) textual genre (news and editorial); d) historical period (decades of 70 and 2000); e) semantic property of the direct object (+human); f) type of verbal form (compound); g) locality (Lisbon and Funchal); and h) continuum speech vs. writing (writing). As for the pronoun ele, five factors were selected, namely: a) age12 range (36 to 55 and 56 to 75); b) schooling (elementary education); c) gender of the informant (female); d) locality (Rio de Janeiro); and e) semantic property of the direct object (+human). As for zero anaphora, the following factors were selected: a) age range (18 to 35); b) textual genre (interview); c) continuum speech vs. writing (speech); d) historical period (decades of 80, 90, 2010); e) locality (Rio de Janeiro); f) semantic trait of the object (–human) and g) type of the verbal form (simple). As for the pronoun lhe, only one conditioning factor was selected, the semantic property of the object (+human). After analyzing the data, functional microdomains were observed, configuring a syntax of the postcolonial Portuguese language: on the one hand, clitic o and zero anaphora, variants not marked, presenting high frequency, but opposite motivations; on the other hand, the variants marked cognitively and socially (ele and lhe) present low frequency and behavior analogous to each other. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/33428 |
Appears in Collections: | PPGL - Teses defendidas na UFC |
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