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Type: Dissertação
Title: Fatores associados à prevalência de hipertensão arterial sistêmica na população penitenciária feminina do Brasil
Title in English: Factors associated with the prevalence of systemic arterial hypertension in the female penitentiary population of Brazil
Authors: Silva, Paula Negrão da
Advisor: Kerr, Ligia Regina Franco Sansigolo
Co-advisor: Macena, Raimunda Hermelinda Maia
Keywords: Prisões;Hipertensão;Fatores de Risco;Cardiopatias
Issue Date: 24-Nov-2017
Citation: SILVA, P. N. Fatores associados à prevalência de hipertensão arterial sistêmica na população penitenciária feminina do Brasil. 2017. 83 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.
Abstract in Brazilian Portuguese: Introdução: O Brasil apresenta a terceira maior população carcerária do mundo, com aproximadamente 726.712 pessoas encarceradas no ano de 2016. Estudos prévios evidenciam que a prevalência de doenças na população carcerária é maior que na população em geral, principalmente nas mulheres. Nos EUA estima-se uma prevalência de HAS na população carcerária de 30,2%. Já na população em cárcere do Brasil, principalmente nas mulheres, a prevalência de HAS ainda é desconhecida além dos seus fatores de risco à ela associados. Objetivo: Estimar a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e os fatores de risco associados a sua maior prevalência em mulheres em cárcere no Brasil. Metodologia: A presente análise utilizou dados do Inquérito Nacional de Saúde na População Penitenciária Feminina e em Servidoras Prisionais. O estudo foi realizado em 9 Estados brasileiros selecionados através da importância e tamanho da população encarcerada por Estado. Foram investigadas mulheres em 15 unidades com capacidade superior a 75 presas e que possuíam serviços de saúde próprios. O inquérito utilizou a tecnologia de autoentrevista assistida por computador (Audio Computer-Assisted Self-Interviewing - ACASI). Foram aferidas informações sobre características sociodemográficas, do sistema prisional, e comportamentos e condições de saúde, além da estimativa da prevalência de HAS. A magnitude da associação independente dos fatores de risco sociodemográficos, fatores do sistema prisional, comportamento e condições em saúde com a presença de HAS foi estimada por meio de “odds ratio” e seu respectivo intervalo de confiança de 95% utilizando de regressão logística. Foram incluídas no modelo multivariado as variáveis explicativas que permaneceram associadas à HAS na análise bivariada com nível de significância até 5%. As variáveis explicativas foram inseridas no modelo multivariado utilizando modelagem forward e os resultados foram considerados estatisticamente significativos para os valores de p<0,05. As análises foram realizadas usando o Stata 13.0 (Stata Corporation, College Station, EUA). Resultados: Do total de 1.295 mulheres participantes deste estudo, 24,4% possuem HAS, a maior parte tinha mais que 31 anos de idade (54,6%), 51,5% autorreferiram raça/cor parda e 32,6 % brancas, 48,3% cursaram até a 7ª série do ensino fundamental e somente 28,7% estudam dentro no ambiente prisional. Após mutual ajustamento pelos fatores de risco que ficaram associados na análise bivariada, observamos uma relação direta e com gradiente entre idade e HAS, em que idade maior igual a 41 anos foi associada independentemente com uma chance 7 vezes maior de ter HAS comparado a quem tem menos que 25 anos (OR=7,04; IC 95% =4,03 – 12,28). Aquelas que autorreferiram raça/cor negra (OR= 3,29; IC 95%= 1,99 – 5,43), apresentaram colesterol alto (OR= 2,60, IC95% = 1,37 – 4,92), e estavam obesas (OR=3,72; IC95% = 2,37 – 5,84) também foram associadas de forma independente com uma maior prevalência de HAS. O maior número de pessoas com que a presa divide cela esteve associado à maior prevalência de HAS sem uma relação dose resposta (OR para 6 a 10 presas= 1,99; IC95%=1,18 – 2,34; OR para 11 a 19 presas = 1,87; IC95% = 1,21 – 2,90; OR para >20 presas=1,70; IC95%= 1,01 – 2,88). O tempo que está em reclusão, tabagismo, e consumo de álcool não permaneceram associados na análise multivariada e não foram incluídos no modelo final. Conclusão: Mulheres com história de encarceramento têm muitos fatores de risco para HAS, como maior idade, ser negra, obesa e além da imobilidade e estresse gerados por fatores específicos de encarceramento, como a exposição ao excesso de pessoas por celas, que aumentam a sua prevalência. Prevenção, diagnóstico e tratamento de HAS na população encarcerada são complexos e a melhoria da saúde cardiovascular requer individual modificação comportamental, bem como correcionais mudanças no sistema de saúde. Faz-se necessária a aplicação de meios preventivos e curativos, assegurando a inclusão dessas mulheres nas ações de promoção e atenção à saúde preconizada pelo SUS.
Abstract: Introduction:Brazilhasthe third largestprisonpopulationin theworld, withapproximately726,712 people incarcerated in 2016. Previous studieshave shown thattheprevalenceofdiseases in theprison populationis higherthan inthe generalpopulation, especiallyinwomen. In the USA, a prevalence ofhypertension in the prison population is estimatedat30.2In theprison population in Brazil, especiallyin women, the prevalenceofhypertension is stillunknown beyond its associatedriskfactors. Objective:To estimate the prevalence ofSystemic ArterialHypertension and theriskfactorsassociatedwithits higherprevalencein women inprison in Brazil. Methodology:The presentanalysis used data fromthe National Health Surveyon the Female PenitentiaryPopulationandonPrisonServants.Thestudywascarriedoutin 9Brazilian states selected through theimportanceandsize ofthe population imprisoned bythe State. Women were investigated in 15 units with a capacityofmore than 75 preyand who hadtheirown health services.The surveyutilized computer-assisted self-interviewing(ACASI)technology. Information on sociodemographic characteristics, the prison system, and healthbehaviors and conditions,as wellasanestimateoftheprevalence ofSAH, weremeasured.Themagnitude ofthe independentassociation ofsociodemographic riskfactors, prison systemfactors, behaviorand health conditionswith the presence ofSAHwas estimated bymeans ofodds ratio and its respective 95%confidenceintervalusinglogistic regression. Weincluded inthe multivariate modeltheexplanatoryvariables thatremained associated with SAHin thebivariate analysis with a levelofsignificanceup to 5%. The explanatoryvariableswere inserted in the multivariate modelusingforward modelingand the results were considered statisticallysignificantforthe p-values<0.05.Analyzeswere performed usingStata 13.0(StataCorporation, College Station, USA). Results:Ofthe totalof1,295 women participatingin thisstudy, 24.4%had SAH, mostwere over31 years old (54.6%), 51.5%self-reported brown /whiteand 32.6%white ,48.3%attended the 7th grade ofelementaryschooland only28.7%studied insidethe prison environment. Aftera mutualadjustmentforthe riskfactors thatwere associatedin thebivariateanalysis, weobserveda directandgradientrelationship betweenage and SAH, in which age greaterthan 41yearswasindependentlyassociated witha 7timesgreaterchanceofhavingSAHcompared to thosewhohave less than 25 years (OR= 7.04, 95%CI= 4.03-12.28). Thosewho self-referred race /blackcolor(OR=3.29,95%CI= 1.99 -5.43)had high cholesterol(OR= 2.60, 95%CI= 1.37-4.92), and were obese (OR= 3.72, 95%CI= 2.37-5.84)were also independentlyassociated with ahigherprevalenceofSAH. The highestnumberofpeople with preydivided cellwasassociated with a higherprevalence ofSAHwithouta dose responserelationship (ORfor6 to 10 prey= 1.99, 95%CI= 1.18-2.34, ORfor11 to 19prey=1.87,95%CI= 1.21-2.90, ORfor> 20 prey= 1.70,95%CI= 1.01-2.88). Thetime inseclusion,smoking, and alcoholconsumptiondid notremain associatedinthemultivariate analysis and were notincluded in the finalmodel. Conclusion:Women with ahistoryofincarceration have many riskfactors forSAH, such asolderage, beingblack, obeseand beyond the immobilityand stressgenerated byspecific factors ofincarceration, such as exposure to excess personsbycells, which increase theirprevalence. Prevention, diagnosis andtreatmentofhypertension in the incarcerated population are complex and improvingcardiovascularhealth requiresindividualbehavioralmodification as wellascorrective changesin thehealth system. Itisnecessarytoapplypreventive and curative means,ensuringtheinclusion of these women in the actions ofpromotion and health care advocated by SUS.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/29822
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