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Tipo: Tese
Título: Estudo comparativo dos portadores de cardiopatia chagásica crônica versus cardiopatia não-isquêmica com desfibrilador cardíaco implantável
Autor(es): Gondim, Francisca Tatiana Pereira
Orientador: Pires Neto, Roberto da Justa
Coorientador: Rocha, Eduardo Arrais
Palavras-chave em português: Cardiomiopatia Chagásica;Morte;Doença de Chagas
Palavras-chave em inglês: Chagas Disease;Death;Chagas Cardiomyopathy
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Data do documento: 2024
Citação: GONDIM, Francisca Tatiana Pereira. Estudo comparativo dos portadores de cardiopatia chagásica crônica versus cardiopatia não-isquêmica com desfibrilador cardíaco implantável. 2024. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024. Disponível em: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77168. Acesso em: 06 jul. 2024.
Resumo: A doença de Chagas é um grave problema de saúde pública. A morte súbita cardíaca (MSC) por arritmia ventricular maligna é responsável por 50% das mortes na cardiopatia chagásica crônica (CCC). O cardiodesfibrilador implantável (CDI) tornou-se a principal estratégia terapêutica para prevenção de MSC. Entretanto, a eficácia e a segurança de se tratar o paciente chagásico com CDI foi avaliada em poucos estudos observacionais. O objetivo do presente trabalho foi analisar comparativamente padrões de morbimortalidade e sobrevida em casos com CDI, em coortes com CCC e com cardiopatia não-isquêmica (CNI) atendidos em um único hospital universitário de referência do estado do Ceará. Delineamento, população e métodos: trata-se de uma coorte histórica com pacientes com CCC e CDI por profilaxia primária ou secundária de morte. As variáveis avaliadas foram acionamento apropriado do CDI (choques, tempestades elétricas, terapia antitaquicardia - ATP e terapias apropriadas), mortalidade e seus fatores preditores. Para comparação, foram incluídos pacientes com CNI e CDI por profilaxia primária ou secundária de morte súbita. Resultados: foram incluídos 207 pacientes, sendo 117 com CCC e 90 com CNI. A mediana do tempo de seguimento foi similar nos dois grupos, 62 meses (25- 121) na CCC e 56,5 (23-119) na CNI. O sexo masculino predominou na CCC em relação à CNI (p=0,028). Os grupos não diferiram estaticamente na mediana de idade ao implantar o CDI. O grau de escolaridade foi mais baixo nos pacientes com CCC (p<0,001), assim como a renda familiar mensal (p<0,001). A prevenção secundária foi a condição mais prevalente (61,8%), que determinou a implantação dos dispositivos CDI. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo normal (p=0,01) foi mais prevalente na CCC. As classes funcionais III/IV(p<0.001) foram mais prevalentes na CNI. A incidência de choque apropriado (p<0,001), choque apropriado associado à terapia antitaquicardia (ATP)(p=0,022), ATP (p=0,006), tempestade elétrica (p=0,005) e choque inapropriado (p=0,045) foram maiores nos pacientes com CCC. A prevenção secundária foi preditora de acionamento do CDI tanto na CCC como na CNI. Ser portador de CCC aumentou em 2,4 vezes o risco de ter choque apropriado (IC 95%:1.4-4.2; p=0,002), 2,6 vezes de ter ATP (IC 95%: 1.3-5.3; p=0,008) e 2,5 vezes de ter choque apropriado associado à ATP (IC 95%: IC 1.1-5.8; p=0,032) quando comparado aos portadores de CNI. Durante o seguimento, 39,3 % (46 pacientes) foram a óbito na CCC e 5,6% (05 pacientes) na CNI. A taxa de mortalidade total anual foi de 6,2% (IC 95%: 0,046-0,083) na CCC e de 0,8% (IC 95%:0,003-0,021) na CNI. Ser portador de CCC aumentou em 6,9 vezes o risco de óbito quando comparado à CNI (IC 95%: 2,8 - 17,5; p<0,001). Tivemos apenas duas mortes súbitas, estas na CCC. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 30%, a classe funcional IV e a idade acima de 75 anos foram preditores de mortalidade na CCC. Conclusão: A CCC é uma enfermidade complexa, que acomete pessoas com maior vulnerabilidade social, apresenta uma incidência alta de terapias apropriadas do CDI e de óbito em relação à CNI. Isso demonstra um potencial arritmogênico alto e peculiar dos portadores de CCC. O estudo também sugere que o CDI é seguro e eficaz em pacientes com CCC, pois tivemos uma baixa taxa de MSC, apesar de um número elevado de terapias pelo CDI
Abstract: Chagas disease is a serious public health problem. Sudden cardiac death (SCD) due to malignant ventricular arrhythmia is responsible for 50% of deaths in chronic Chagas heart disease (CCD). The implantable cardioverter defibrillator (ICD) has become the main therapeutic strategy for preventing sudden cardiac death (SCD). However, the efficacy and safety of treating chagasic patients with ICDs has been evaluated in few observational studies. The objective of the present work was to comparatively analyze patterns of morbidity, mortality and survival in cases with CDI in cohorts with CCC and non-ischemic heart disease (NIC) treated at a single reference university hospital in the state of Ceará. Design, population and methods: this is a cohort historical. The population consisted of patients with CCC and ICD for primary or secondary prophylaxis of death. The outcomes analyzed were appropriate activation of the ICD (shocks, electrical storms, antitachycardia-ATP therapies and appropriate therapies), mortality and its predictive factors. For comparative analysis, patients with NIC and CDI for primary or secondary prophylaxis of sudden death were included. Results: 207 patients were included, 117 with CCC and 90 with NIC. The median follow-up time (months) was similar in both groups, 62(25-121) in CCC and 56.5(23-119) in NIC. Males predominated in CCC compared to CNI (p=0.028). The groups did not differ statically in median age at the time of ICD implantation. The level of education was lower in patients with CCC (p<0.001) as was the monthly family income (p<0.001). Secondary prevention was the most prevalent condition 61.8% that determined the implantation of ICD devices. Normal left ventricular ejection fraction (p=0.01) was more prevalent in CCC. Functional class III/IV (p<0.001) were more prevalent in NIC than in CCC. The incidence of appropriate shock (p<0.001), appropriate shock associated with ATP (p=0.022), ATP (p=0.006), electrical storm (p=0.005) and inappropriate shock (p=0.045) were higher in patients with CCC .Secondary prevention was a predictor of ICD activation in both CCC and CNI. Having CCC increased the risk of having appropriate shock by 2.4 times (95% CI: 1.4-4.2; p=0.002), 2.6 times of having ATP (95% CI: 1.3-5.3; p=0.008) and 2.5 times of having an appropriate shock associated with ATP (95% CI: CI 1.1- 5.8; p=0.032) when compared to those with NIC. During follow-up, 39.3% (46 patients) died at CCC and 5.6% (05 patients) in the NIC. The total annual mortality rate was 6.2% (95% CI: 0.046-0.083) in CCC and 0.8% (95% CI: 0.003-0.021) in NIC. Having CCC increased the risk of death by 6.9 times when compared to NIC (95% CI: 2.8 - 17.5; p<0.001). During follow-up we had only two sudden deaths, these in CCC. Left ventricular ejection fraction less than 30%, functional class IV and age over 75 years were predictors of mortality in CCC. Conclusion: CCC is a complex disease, which affects people with greater social vulnerability, has an incidence discharge from appropriate ICD therapies and death in relation to NIC. This demonstrates a high and peculiar arrhythmogenic potential in patients with CCC. Our study also suggests that the ICD is safe and effective in patients with CCC as we had a low rate of SCD despite a high number of ICD therapies
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77168
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/6627860164489379
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0003-0291-9523
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/1887685326618139
Currículo Lattes do Coorientador: http://lattes.cnpq.br/5719585040761686
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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