Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76496
Tipo: Dissertação
Título: Tipologia e origem do depósito de ferro hidrotermal da região de São José do Torto-Ce, domínio médio Coreaú, província Borborema
Autor(es): Didoné, Maria Eduarda Zilio
Orientador: Parente, Clóvis Vaz
Palavras-chave em português: Magnetita;Skarn;Província Borborema;Minério de ferro;Dépositos de ferro
CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA
Data do documento: 2023
Citação: DIDONÉ, Maria Eduarda Zilio. Tipologia e origem do depósito de ferro hidrotermal da região de São José do Torto-CE, domínio médio Coreaú, província Borborema. 2023 Dissertação (Mestrado em Geologia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Mineralizações de ferro ocorrem em diferentes contextos geológicos e/ou geotectônicos, os quais se destacam: formações ferríferas bandadas (BIFs); depósitos tipo Kiruna, relacionados a processos magmático-hidrotermais; depósitos sedimentares tipo Ironstone; depósitos endomagmáticos de óxidos de Fe-Ti-V e depósitos tipo Skarns. Estes últimos resultam do metamorfismo de contato entre corpos intrusivos e rochas carbonáticas. Na porção norte da Província Borborema, ao sul do Domínio Médio Coreau (DMC) e adjacente ao Lineamento Transbrasiliano ocorrem importantes depósitos de ferro hospedados nas rochas metassedimentares siliciclásticas e carbonáticas neoproterozoicas do Grupo Ubajara. São rochas de baixo grau metamórfico recortadas pelo granito pós-colisional Mucambo (~532Ma), o que ocasiona a formação de hornfels siliciclásticos, mármores com ferro e, subordinadamente, clinopiroxênio e pirosmalita. O granito é do tipo metaluminoso, moderadamente oxidado, composto por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, anfibólio, biotita e os acessórios titanita, apatita, ilmenita, magnetita e zircão. As associações minerais resultantes de alteração hidrotermal, foram desenvolvidas em dois estágios: um inicial marcado por alterações subsólidas a partir de minerais ferro-magnesianos (anfibólio e/ou biotita) e feldspatos, onde se formam magnetita, titanita, clorita, epídoto, albita; outro mais evoluído, composto por quartzo, sericita e magnetita que ocorrem em veios. As descrições petrográficas e texturais, atreladas ao estudo da química mineral da magnetita, e as análises isotópicas de C e O nos metacarbonatos da região, permitiram identificar as diferentes tipologias do minério do Depósito do Torto, assim como associar sua origem ao Granito Mucambo. O minério de ferro, dominado por magnetita e, subordinadamente, hematita, encontra-se associado às rochas metacarbonáticas e metasiliciclásticas do Grupo Ubajara, em dois estilos: minério maciço e/ou filões e minério detrítico-laterítico coluvionar. O minério filoneano varia de escala centimétrica a métrica, composto predominantemente por magnetita martitizada, por vezes de forma irregular em completa substituição à rocha hospedeira. Veios de magnetita estão localizados próximos à borda SE do Granito Mucambo, em contato com rochas metassedimentares. O minério detrítico-laterítico coluvionar é o mais abundante da área de estudo, e ocorre associado a pacotes de solo laterítico, na forma de clastos que variam de 1 a 30cm. Análises químicas de magnetitas do Granito Mucambo, dos veios e/ou filões junto às metacarbonáticas e metasiliciclásticas revelaram altos teores de Al+Mn+Ca (%) e baixos valores de Ti+V (%), sendo esses dados compatíveis a magnetitas hidrotermais do sistema skarn. Adicionalmente, as magnetitas dos veios das rochas metacarbonáticas apresentam os maiores valores em Mg e Mn, devendo retratar a influência da rocha hospedeira ou o enriquecimento de Mg e Mn no fluido hidrotermal remanescente. Em magmas graníticos, os fluidos são ricos em Si-Fe-W-Na-K-F-Cl-Cu-H2S e H2O e pobres em Ca-Mn-Mg. Estes três últimos elementos, quando presentes em concentrações anômalas em magnetitas, podem estar associados a fluidos hidrotermais enriquecidos, resultantes de interações fluido-rocha. Isso acontece, especialmente quando as rochas hospedeiras são dominadas por carbonatos portadores de Mg e Mn, como é o caso das rochas hospedeiras do Depósito do Torto. Os resultados das análises isotópicas nos metacarbonatos mineralizados e fortemente hidrotermalizados, indicam que o minério foi formado sob a influência de fluidos magmáticos ou a mistura de fluidos juvenis com fluidos conatos, isso porque seus valores isotópicos aproximam-se dos valores da fonte de fluidos juvenis, e de outros depósitos do tipo skarn estudados.
Abstract: Mineralizations of iron occur in different geological and/or geotectonic contexts, which stand out: banded iron formations (BIFs); Kiruna-type deposits, related to magmatic-hydrothermal processes; Ironstone-type sedimentary deposits; endomagmatic deposits of Fe-Ti-V oxides; and Skarn-type deposits. The latter result from contact metamorphism between intrusive bodies and carbonate rocks. In the northern part of the Borborema Province, south of the Middle Coreau Domain (MCD) and adjacent to the Transbrasiliano Lineament, significant iron deposits occur hosted in the neoproterozoic siliciclastic and carbonate metasedimentary rocks of the Ubajara Group. These are low-grade metamorphic rocks cut by the post- collisional Mucambo granite (~532Ma), resulting in siliciclastic hornfels and iron-bearing marbles with clinopyroxene and pyrosmalite. The granite is metaluminous, moderately oxidized, composed of quartz, plagioclase, K-feldspar, amphibole, biotite, and accessory minerals such as titanite, apatite, ilmenite, magnetite, and zircon. The mineral assemblages resulting from hydrothermal alteration developed in two stages: an initial stage characterized by subsolidus alterations of iron-magnesian minerals (amphibole and/or biotite) and feldspars, resulting in the formation of magnetite, titanite, chlorite, epidote, and albite; and a more evolved stage marked by quartz, sericite, and magnetite occurring in veins. Petrographic and textural descriptions, coupled with the study of magnetite mineral chemistry, and isotopic analysis of C and O in the metacarbonates of the region, allowed for the identification of different Fe ore types in the Torto Deposit and associated its origin with the Mucambo Granite. The iron ore, dominated by magnetite and subordinately hematite, is associated with the metacarbonates and metasiliciclastics of the Ubajara Group in two styles: massive ore and/or veins, and detrital-lateritic colluvial ore. The vein-style ore varies from centimeter to meter scale, predominantly composed of martitized magnetite, sometimes irregularly replacing the host rock entirely. Magnetite veins are located near the southeastern edge of the Mucambo Granite, in contact with metasedimentary rocks. The detrital-lateritic colluvial ore is the most abundant in the study area, occurring associated with lateritic soil packages in the form of pebbles ranging from 1 to 30 cm. Chemical analyses of magnetites from the Mucambo Granite, veins, and/or veins adjacent to metacarbonates and metasiliciclastics revealed high levels of Al+Mn+Ca (%) and low values of Ti+V (%), which are consistent with hydrothermal skarn-type magnetites. Additionally, the magnetites from the veins in the metacarbonates exhibit the highest values of Mg and Mn, likely reflecting the influence of the host rock or the enrichment of Mg and Mn in the remaining hydrothermal fluid. In granitic magmas, fluids are rich in Si-Fe-W-Na-K-F-Cl-Cu-H2S and H2O and poor in Ca-Mn-Mg. This indicates that these last three elements, when present in anomalous concentrations in magnetites, may be associated with enriched hydrothermal fluids resulting from fluid-rock interactions, especially when the host rocks are dominated by carbonate rocks carrying Mg and Mn, as is the case with the host rocks of the Torto Deposit. The results of isotopic analysis on mineralized and strongly hydrothermally altered metacarbonates indicate that the ore was formed under the influence of magmatic fluids or a mixture of juvenile fluids with connate fluids. This i because their isotopic values approach those of juvenile fluid sources and other studied skarn- type deposits.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76496
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/7603377126254045
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/0466678369659775
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:DGL - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2023_dis_mezdidone.pdf6,47 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.