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Tipo: Tese
Título: (Trans)ciberativismo, saberes e vivências de travestis no twitter: um estudo sobre (re)construção discursiva
Autor(es): Freitas, Marcos Randall Oliveira de
Orientador: Araújo, Júlio César Rosa de
Palavras-chave em português: Travestis;(Trans)ciberativismo;Transfeminismo;Twitter
Palavras-chave em inglês: Transvestites;(Trans)cyberactivism;Transfeminism
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Data do documento: 2023
Citação: FREITAS, Marcos Randall Oliveira de. (Trans)ciberativismo, saberes e vivências de travestis no Twitter: um estudo sobre (re)construção discursiva. 2023. 161 f. Tese (Doutorado em Linguística) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Esta tese tem o objetivo de investigar a (re)construção discursiva dos saberes e das vivências de travestis no Twitter1, a partir das práticas de (trans)ciberativismo, considerando as estratégias textuais, discursivas e sociais que efetivam as práticas de resistência. Por reconstrução discursiva, entendemos como o fenômeno que essas práticas são transformadas em contradiscursos. A base teórica que sustenta esse objetivo procede da interface entre Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001) e os Epistemologias Travestis (BENEVIDES e LEE, 2018). Nesta pesquisa, escolhemos utilizar a concepção tridimensional do discurso, proposta por Fairclough, em 1992, devido às nossas categorias de análise envolverem as três dimensões – textual, discursiva e social– com ênfase na reconstrução discursiva a partir dos contradiscursos das transativistas. Além disso, utilizamo-nos dos Estudos Queer (BUTLER, 2008) para ratificar que as vivências e os saberes construídos fora dos muros das universidades, hoje, quebram as barreiras do academicismo e da colonialidade, rompendo com as invisibilizações impostas pelo modelo colonizador. A metodologia usada é do tipo qualitativa, que permite uma aproximação entre pesquisador e participantes da pesquisa, possibilitando que as nuances dos ditos e dos não-ditos forneçam dados insurgentes sobre as travestis. A técnica usada para geração de dados sustenta-se na etnografia virtual. Escolhemos praticar essa técnica de forma silenciosa com o fito de percebemos os ditos e os não-ditos de maneira a reduzir as interferências do pesquisador nas práticas de (trans)ciberativismo. Escolhemos construir os dados a partir do perfil de 4 (quatro) travestis, escolhendo 5 (cinco) tweets de cada uma delas. Assim, o corpus da pesquisa foi constituído por 20 tweets que foram sistematizados a partir das categorias analisadas por meio de um olhar indisciplinar, transgressor e emancipatório através dos debates e das estratégias forjadas pelas travestis no processo de resistência e de fortalecimento dos atravessamentos identitários. Uma análise desses dados nos permite chegar a resultados que evidenciam que as (trans)ciberativistas utilizam-se das 1 Durante o percurso da pesquisa, mais precisamente no dia 23 de julho de 2023, a rede social Twitter mudou de nome para X. Entretanto, escolhemos continuar utilizando o nome Twitter, pois muitos usuários ainda chamam essa rede social pelo antigo nome. imposições do cistema2 para desnundar as contradições construídas pela cisheternormatividade, a partir de construções textuais e discursivas permeadas pelos contradiscursos. Desse modo, uma conclusão ainda parcial mostra-nos que os caminhos (trans)formados e as interfaces possíveis sob o viés da queerificação dos estudos linguísticos transgridem o binarismo e desnaturalizam as normas hegemônicas vigentes, ressaltando que a trans-radicalidade fortalece o (des)costurar dos saberes e das vivências das travestis a partir das potências tecidas nas individualidades-coletividades construídas para além do ódio, das invisibilidades e das interdições impostas pela cisheteronormatividade.
Abstract: This thesis aims to investigate the discursive (re)construction of the knowledge and experiences of transvestites on Twitter, based on practices of (trans)cyberactivism, considering the textual, discursive and social strategies that implement resistance practices. By discursive reconstruction, we understand the phenomenon that these practices are transformed into counter-discourses. The theoretical basis that supports this objective comes from the interface between Critical Discourse Analysis (FAIRCLOUGH, 2001) and Transvestite Epistemologies (BENEVIDES and LEE, 2018). In this research, we chose to use the three-dimensional conception of discourse, proposed by Fairclough, in 1992, due to our categories of analysis involving the three dimensions – textual, discursive and social – with an emphasis on discursive reconstruction based on the transactivists' counter-discourses. Furthermore, we use Queer Studies (BUTLER, 2008) to confirm that the experiences and knowledge built outside the walls of universities, today, break the barriers of academicism and coloniality, breaking with the invisibilizations imposed by the colonizing model. The methodology used is qualitative, which allows a rapprochement between researcher and research participants, enabling the nuances of what is said and what is not said to provide insurgent data about transvestites. The technique used to generate data is based on virtual ethnography. We chose to practice this technique silently in order to perceive the said and unsaid in order to reduce the researcher's interference in the practices of (trans)cyberactivism. We chose to build the data based on the profiles of 4 (four) transvestites, choosing 5 (five) tweets from each of them. Thus, the research corpus consisted of 20 tweets that were systematized based on the categories analyzed through an undisciplinary, transgressive and emancipatory perspective through the debates and strategies forged by transvestites in the process of resistance and strengthening of identity crossings. An analysis of this data allows us to reach results that show that (trans)cyberactivists use the impositions of the cystema to uncover the contradictions constructed by cisheternormativity, based on textual and discursive constructions permeated by counter-discourses. Thus, a still partial conclusion shows us that the (trans)formed paths and possible interfaces under the bias of queerification of linguistic studies transgress binarism and denaturalize current hegemonic norms, highlighting that trans-radicality strengthens the (de) sewing together the knowledge and experiences of transvestites based on the powers woven into individualities-collectivities constructed beyond hatred, invisibilities and interdictions imposed by cisheteronormativity.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/74801
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0000-0001-5980-0465
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/0585765152628576
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0001-7399-3769
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/3016042855685546
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:PPGL - Teses defendidas na UFC

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