Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/74027
Type: Dissertação
Title: Características e desfechos de pacientes com Covid-19 internados em um hospital de referência em cardiopneumologia
Authors: Farias, Thaisa Adrielly Ribeiro
Advisor: Bruin, Veralice Meireles Sales de
Keywords: COVID-19;Coronavírus;Mortalidade;Pandemias;Unidade de Terapia Intensiva;SARS-CoV-2
Issue Date: 24-May-2023
Citation: FARIAS, Thaisa Adrielly Ribeiro. Características e desfechos de pacientes com Covid-19 internados em um hospital de referência em cardiopneumologia. 2023. 77 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/74027. Acesso em: 21 ago. 2023.
Abstract in Brazilian Portuguese: INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, o mundo foi surpreendido por um surto de uma nova infecção viral. Inicialmente relatada na cidade de Wuhan na China, notou-se o surgimento de vários casos de pneumonia aguda com sintomas semelhantes e sem etiologia esclarecida. Posteriormente, a causa da doença foi identificada como uma nova forma de coronavírus nomeada como SARS-CoV-2 e a doença denominada COVID-19. No Brasil, têm sido historicamente observadas dificuldades para um registro integrado dos dados a um sistema nacional de vigilância. As características clínicas e os resultados de internações hospitalares por COVID-19 são fundamentais para o manuseio da pandemia. Mais ainda, o conhecimento sobre a COVID-19 pode orientar a gestão da saúde para possíveis situações emergenciais futuras. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes diagnosticados com COVID-19, e descrever as características dos sobreviventes e não sobreviventes, em um hospital de referência em cardiopneumologia. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de estudo descritivo, retrospectivo, transversal, de natureza quantitativa. O estudo foi realizado no Hospital de Messejana (Fortaleza-Ceará), no período de outubro de 2021 a maio de 2022. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos com idade ≥ 18 anos e diagnóstico confirmado para COVID-19, internados entre janeiro e junho de 2021. As informações foram resgatadas através dos registros em prontuários eletrônicos do hospital. Foram analisados 502 registros eletrônicos de indivíduos com diagnóstico confirmado de COVID-19. Foram excluídos: casos de síndrome gripal sem confirmação para infecção por SARS-CoV-2, indivíduos transferidos para outras instituições e portanto, sem o conhecimento sobre o desfecho clínico, pacientes com registros de prontuários incompletos e aqueles com internação em leitos de baixa complexidade. A análise estatística incluiu para comparação entre os grupos os testes de Wilcoxon, o QuiQuadrado e o teste Exato de Fisher. Análise de medidas de associações utilizou o risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%) e por fim, foi realizada a análise de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier, como também o modelo de regressão de Cox para o cálculo do Hazard Ratio (HR) bruto, com os respectivos IC95%. RESULTADOS: A amostra foi composta, na sua maioria, por pacientes idosos e do sexo masculino (60±14 anos). Após análise, observouse que os não sobreviventes (NS=63%) eram mais idosos que os sobreviventes (NS=63±14 anos versus S=55±13 anos, p<0,001). Os pacientes, por ocasião da admissão, apresentavam, como sintomas mais frequentes, dispneia (87,5%), tosse (73,5%), febre (68,3%) e mialgia (33,7%). A duração média dos sintomas até a internação foi de 9,5±6,5 dias. As comorbidades mais comuns foram: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS-58,2%), Diabetes Mellitus (DM- 38,4%), Tabagismo (26,9%) Obesidade (26,1%) e Cardiopatia (23,7%). No grupo NS, a HAS (NS=200 vs S=92; p=0.003) e o tabagismo (NS=99, 31% vs S= 36; p=0.004) foram predominantes. O grupo S apresentou maior uso da ventilação não invasiva (VNI) através da interface por capacete quando comparado ao grupo NS (S=116, 63%; vs NS=92, 28%; p<0.001). A maioria dos que utilizaram ventilação mecânica invasiva (VMI) evoluiu para desfecho letal (n=299, 94%). Dos 502 pacientes do estudo, 63,1% (n=317) dos admitidos por quadro grave da COVID-19 faleceram no hospital. Os indivíduos que foram submetidos a VMI apresentaram um risco 6,29 maior de ir a óbito quando comparado aos que não foram submetidos a essa terapia (IC95% 4,08 – 9,71; p< 0.001). Em relação a Terapia Renal Substitutiva (TRS), verificou-se um risco 2,25 maior do que aqueles que não utilizaram (IC95% 1,93-2,62; p< 0.001). Na análise de sobrevida verificou-se que aqueles que foram submetidos a VMI tiveram em média 3,3 vezes maior mortalidade quando comparados aos que não foram submetidos a essa terapia (HR = 3,30; IC95% (2,04-5,33) p=0,000). Em uma análise por tempo, constata-se que em 10 dias, 20 dias e 30 dias, a sobrevida dos indivíduos mecanicamente ventilados foi de ± 78%, 50% e 28%, respectivamente. Os que usaram a TRS tiveram uma mortalidade 1,7 vezes maior quando comparados aos que não utilizaram (HR = 1,70; IC95% (1,35-2,15) p=0,000). CONCLUSÃO: Os NS eram mais idosos, tinham mais comorbidades como HAS, tabagismo, maior tempo de internação em UTI, uso de VMI e mais complicações, como parada cardiorrespiratória, insuficiência renal aguda e choque séptico. Finalmente, idade mais avançada, necessidade de VMI e TRS associaram-se a maior mortalidade hospitalar.
Abstract: INTRODUCTION: In December 2019, the world was surprised by the outbreak of a new viral infection. Initially, it was reported in the city of Wuhan, China, with the appearance of several cases of acute pneumonia with similar symptoms and no clear etiology. The cause of the disease was subsequently identified as a new form of coronavirus called SARS-CoV-2 and the disease was named COVID-19. Historically, Brazil has experienced difficulties with integrated data collection in a national surveillance system. The clinical characteristics and outcomes of COVID-19 hospitalizations are critical to the management of the pandemic. In addition, knowledge of COVID-19 can guide health care management for possible future emergencies. OBJECTIVE: To analyze the clinical and epidemiologic profile of patients diagnosed with COVID-19 and to describe the characteristics of survivors and non-survivors in a cardiopulmonary referral hospital. MATERIALS AND METHODS: This is a descriptive, retrospective, cross-sectional, quantitative study. The study was conducted at the Hospital de Messejana (Fortaleza-Ceará), from October 2021 to May 2022. We included patients of both sexes aged 18 years and confirmed diagnosis ≥ COVID-19, hospitalized between January and June 2021. The information was retrieved through the records in the hospital's electronic medical records. We analyzed 502 electronic records of individuals with a confirmed diagnosis of COVID-19. Excluded were: cases of influenza syndrome without confirmation of SARSCoV-2 infection, individuals transferred to other facilities and therefore without knowledge of clinical outcome, patients with incomplete medical records, and patients hospitalized in low complexity beds. Statistical analysis included Wilcoxon, chi-squared, and Fisher’s exact tests for comparison between groups. Analysis of measures of associations were expressed as relative risk (RR) with 95% confidence intervals (95% CI), and finally survival analysis was performed using the Kaplan-Meier method and the Cox regression model to calculate the crude hazard ratio (HR) with the corresponding 95% CI. RESULTS: The sample consisted mainly of older and male patients (60±14 years). After analysis, it was observed that non-survivors (NS=63%) were older than survivors (NS=63±14 years versus S=55±13 years, p<0.001). At the time of admission, the most common symptoms were dyspnea (87.5%), cough (73.5%), fever (68.3%), and myalgia (33.7%). The mean duration of symptoms before hospitalization was 9.5±6.5 days. The most common comorbidities were systemic arterial hypertension (SAH58.2%), diabetes mellitus (DM-38.4%), smoking (26.9%), obesity (26.1%), nad heart disease (23.7%). In the NS group, SAH (NS=200 vs. S=92; p=0.003) and smoking (NS=99, 31% vs. S=36; p=0.004) were predominant. The S group had a greater use of noninvasive ventilation (NIV) via helmet interface compared to the NS group (S=116, 63%; vs NS=92, 28%; p<0.001). The majority of patients using invasive mechanical ventilation (IMV) progressed to a fatal outcome (n=299, 94%). Of the 502 patients in the study, 63.1% (n=317) of those admitted for severe COVID-19 died in the hospital. Individuals who underwent IMV had a 6.29 increased risk of death compared to those who did not (95% CI 4.08 – 9.71; p< 0.001). For renal replacement therapy (RRT), the risk was 2.25 higher than for those who did not receive RRT (95%CI 1.93-2.62; p< 0.001). In the survival analysis, those who underwent IMV had a 3.3- fold higher mortality compared to those who did not (HR = 3.30; 95%CI (2.04-5.33) p=0.000). Time analysis showed that at 10 days, 20 days and 30 days, the survival rate for those on mechanical ventilation was ±78%, 50% and 28%, respectively. Those who used CRT had a 1.7 times higher mortality compared to those who did not (HR = 1.70; 95% CI (1.35-2.15) p=0.000). CONCLUSION: NS were older, had more comorbidities such as SAH, smoking, longer ICU stay, use of IMV and more complications such as cardiac arrest, acute renal failure and septic shock. Finally, older age, need for IMV and RRT were associated with higher inhospital mortality.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/74027
Appears in Collections:DMC - Dissertações defendidas na UFC

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2023_dis_tarfarias.pdf1,8 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.