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Tipo: Dissertação
Título : Desfechos perinatais e neonatais de gestações expostas à Covid-19 em uma maternidade de atenção terciária
Autor : Damasceno, Sandra Helena Sampaio
Tutor: Leite, Álvaro Jorge Madeiro
Palabras clave : Covid-19;SRAG-Cov-2;Perinatologia;Neonatologia;Método Canguru
Fecha de publicación : 2022
Citación : DAMASCENO, Sandra Helena Sampaio. Desfechos perinatais e neonatais de gestações expostas à Covid-19 em uma maternidade de atenção terciária. 2022. 139 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Mulher e da Criança) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72241. Acesso em: 12 maio. 2023.
Resumen en portugués brasileño: Introdução: Infecções emergentes causadas por um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, surgiram na China ao final de 2019, ocasionando uma doença chamada COVID-19 que afetou a saúde pública mundial. As estatísticas brasileiras da gravidade da doença acometendo sua população obstétrica e a restrita produção nacional de estudos envolvidos no contexto da assistência aos neonatos, durante a pandemia, fundamentam investigações que possam acrescentar conhecimento a influenciar positivamente no cuidado e na saúde dos recém-nascidos. Objetivos: 1) apresentar os resultados perinatais e neonatais de gestações expostas à infecção pelo SARS-CoV-2; 2) caracterizar o perfil clínico de sua população; 3) descrever e analisar os fatores associados aos desfechos negativos; e 4) Relacionar os desfechos perinatais e neonatais dos fetos/recém-nascidos de mulheres com a forma grave da doença e mulheres com sintomas leves. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, analítico, com abordagem documental, através da análise dos prontuários de mães com diagnóstico de COVID-19, confirmado através do exame de RT-PCR, e seus recém-nascidos, que estiveram internados na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), em Fortaleza, Ceará, no período de abril de 2020 a abril de 2021. A população do estudo correspondeu aos prontuários dessas mulheres e seus conceptos. Optou-se por um recorte temporal no período de doze meses e a amostragem foi do tipo não probabilística. Os dados coletados foram analisados utilizando o software estatístico IBM – SPSS Statistics – v.22 e JAMOVI – version 2.0. Para as variáveis quantitativas foram calculadas as medidas de tendência central, as medidas de dispersão, identificação dos valores mínimos e máximos. Enquanto para as variáveis qualitativas foram calculadas as suas frequências absolutas e relativas e apresentadas em tabelas univariadas. Para a análise inferencial foram utilizados os testes não paramétricos. Nas variáveis contínuas, para amostras independentes, foram aplicados os testes de mediana, Mann–Whitney não pareado e/ou Kruskall-Wallis. As inferências para as variáveis qualitativas foram analisadas pelo teste Qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher. O nível de significância (α) adotado foi de 5% e o intervalo de confiança estabelecido foi de 95%. A dissertação está apresentada sob a forma de três artigos. Resultados: O primeiro artigo “Desfechos Perinatais e Neonatais de Gestações Expostas à COVID-19 em uma Maternidade de Atenção Terciária” descreve o perfil da população investigada e apresenta seus resultados. A idade média das gestantes foi de 26 anos, sendo a maioria de Fortaleza (61,5%), com o ensino médio (53,9%), união estável (50,8%) e tendo como ocupação do lar/estudante (61,5%). Com relação ao histórico obstétrico atual, a média de consultas pré-natal foi de seis (DP=3), 60% eram multíparas, 98,5% encontravam-se no 3º trimestre gestacional, 41,5% estavam com menos de 37 semanas gestacionais na data do parto, sendo a via eleita de parto a cesárea (87,7%). Quanto aos desfechos perinatais e neonatais, o predomínio foi de nascidos vivos (95,5%), com prevalência de 3,0% de óbito fetal intrauterino e 1,5% de óbito neonatal precoce. Relacionado a idade gestacional, 20% dos neonatos foram muito prematuros, 13,9% prematuros tardios, 6,1% foram de prematuros moderados e apenas um prematuro extremo (1,5%). Quanto ao peso, 20,6% eram Recém-nascidos de Baixo Peso e 11,1% Recém-nascidos de Muito Baixo Peso. As médias de Apgar no 1º e 5 º minutos foram de 8 e 9 respectivamente, com 20,5% dos neonatos apresentando escore no 1º minuto compatível com anoxia moderada ou grave (< 7). Necessitaram de reanimação em sala de parto 23,8% dos bebês e a internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ocorreu em 33,3% dos casos investigados. O tempo médio de internação hospitalar neonatal foi de 17 dias. Apenas dois neonatos apresentaram exame de RT-PCR detectável para COVID-19. O segundo artigo “Repercussões da Síndrome Respiratória Aguda Grave Materna por COVID-19 nos Desfechos Perinatais e Neonatais” relaciona os desfechos perinatais e neonatais dos recém-nascidos de mulheres com a forma grave da doença e mulheres com sintomas leves. A SRAG afetou 36,9% das pacientes. A via de parto cesárea representou 87,7% de todos os casos analisados, tendo se apresentado como a forma de parto mais comum entre as mulheres com e sem SRAG (95% IC: 0,5 – 20,7; p-valor = 0,126). Houve uma relação estatisticamente significante entre a SRAG materna e a prematuridade (95% IC: 2,1 – 9,8; p-valor: < 0,001), como também, foi identificada associação entre a SRAG materna e o baixo peso ao nascer (95% IC: 1,6 – 5,8; p-valor: < 0,001). Na verificação do índice de Apgar no 1º minuto foi possível constatar um desempenho inferior (<7) em crianças nascidas de mães que apresentavam SRAG (95% IC: 2,1 – 6,2; p-valor: < 0,001). Houve uma influência da gravidade materna nos desfechos neonatais de reanimação em sala de parto (95% IC: 3,6 – 64,4; p-valor: < 0,001), internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) (95% IC: 2,6 – 27,9; p-valor: < 0,001), na síndrome do desconforto respiratório neonatal (95% IC: 1,6 – 7,9; p-valor: < 0,001), tempo de uso de suporte ventilatório (p-valor: < 0,001) e tempo de internação hospitalar (p-valor: < 0,001). O terceiro artigo “Boas Práticas de Atenção ao Nascimento no Contexto da Pandemia por COVID-19 em uma Maternidade de Atenção Terciária” apresenta os resultados quanto ao manejo de boas práticas na população investigada, em que foi observado a realização do clampeamento oportuno do cordão umbilical em 69,8% dos nascimentos. O contato pele a pele na sala de parto não foi realizado em 84,1% dos nascimentos, bem como, o aleitamento materno na 1ª hora de vida em 88,9% deles. Permaneceram em alojamento conjunto com suas mães 49,2% dos neonatos. Na alta hospitalar, 44,2% dos recém-nascidos, apresentaram, como forma de dieta o aleitamento materno exclusivo e 42,6% deles estavam sendo alimentados por fórmula. Tiveram alta hospitalar sem a mãe 16,9% dos bebês. A gravidade materna caracterizada pela SRAG influenciou nos desfechos de realização do alojamento conjunto (95% IC: 0,1 – 0,4; p-valor: < 0,001) e na dieta por fórmula na alta hospitalar (95% IC: 49,7 – 86,3; p-valor: < 0,001). Conclusão: A infecção materna pelo SARS-CoV-2 pode acarretar desfechos desfavoráveis como o parto cesárea, a prematuridade e o baixo peso ao nascer. O estudo apresentou limitações quanto a possibilidade de transmissão vertical. O quadro de gravidade materno caracterizado pela presença de SRAG por COVID-19 não influenciou em desfechos como via de parto, vitalidade fetal e idade gestacional/peso. Contrariamente, pareceu repercutir em desfechos perinatais e neonatais desfavoráveis como prematuridade, baixo peso ao nascer, asfixia neonatal, reanimação em sala de parto, internação em UTIN, tempo de internação hospitalar, SDR e uso de suporte ventilatório. Resultados que, em face da gravidade materna, apontam para a necessidade das equipes assistenciais preparadas a prestarem um cuidado ágil e efetivo que garanta a sobrevida dos neonatos e suas mães. A COVID-19 materna parece ter dificultado a execução de boas práticas de assistência ao nascimento e consequentemente, pode te resultado em comprometimento do estabelecimento inicial do vínculo mãe-bebê na população investigada. As evidências atuais direcionam para a continuidade do cuidado habitual nas instituições que prestam assistência a essa população.
Abstract: Introduction: Emerging infections caused by a new coronavirus, SARS-CoV-2, emerged in China at the end of 2019, causing a disease called COVID-19 that affected global public health. Brazilian statistics on the severity of the disease affecting its obstetric population and the limited national production of studies involved in the context of newborn care during the pandemic support investigations that can add knowledge to positively influence the care and health of newborns. Objectives: 1) to present perinatal and neonatal outcomes of pregnancies exposed to SARS-CoV-2 infection; 2) characterize the clinical profile of its population; 3) describe and analyze the factors associated with negative outcomes; and 4) Relate perinatal and neonatal outcomes of fetuses/newborns of women with the severe form of the disease and women with mild symptoms. Method: This is a cross-sectional, descriptive, analytical study, with a documentary approach, through the analysis of the medical records of mothers diagnosed with COVID-19, confirmed through the RT-PCR exam, and their newborns, who were hospitalized at the Maternity School Assis Chateaubriand (MEAC), in Fortaleza, Ceará, from April 2020 to April 2021. The study population corresponded to the medical records of these women and their conceptuses. A time frame was chosen in the period of twelve months and the sampling was of the non-probabilistic type. The collected data were analyzed using the statistical software IBM – SPSS Statistics – v.22 and JAMOVI – version 2.0. For quantitative variables, measures of central tendency, measures of dispersion, identification of minimum and maximum values were calculated. While for the qualitative variables, their absolute and relative frequencies were calculated and presented in univariate tables. For the inferential analysis, non-parametric tests were used. For continuous variables, for independent samples, the median, unpaired Mann–Whitney and/or Kruskall-Wallis tests were applied. Inferences for qualitative variables were analyzed using Pearson's chi-square test or Fisher's exact test. The significance level (α) adopted was 5% and the confidence interval established was 95%. The dissertation is presented in the form of three articles. Results: The first article “Perinatal and Neonatal Outcomes of Pregnancies Exposed to COVID-19 in a Tertiary Care Maternity” describes the profile of the investigated population and presents its results. The average age of pregnant women was 26 years old, being the majority from Fortaleza (61.5%), with high school education (53.9%), stable union (50.8%) and having as occupation of the home/student (61.5%). Regarding the current obstetric history, the average number of prenatal consultations was six (SD=3), 60% were multiparous, 98.5% were in the 3rd gestational trimester, 41.5% were less than 37 weeks pregnant gestational age on the date of delivery, with cesarean section being the chosen route of delivery (87.7%). Regarding perinatal and neonatal outcomes, the predominance was of live births (95.5%), with a prevalence of 3.0% of intrauterine fetal death and 1.5% of early neonatal death. Related to gestational age, 20% of neonates were very preterm, 13.9% were late preterm, 6.1% were moderate preterm and only one was extremely preterm (1.5%). As for weight, 20.6% were Low Weight Newborns and 11.1% were Very Low Weight Newborns. The 1st and 5th minute Apgar means were 8 and 9 respectively, with 20.5% of neonates presenting a 1st minute score compatible with moderate or severe anoxia (< 7). 23.8% of the babies needed resuscitation in the delivery room and admission to the Neonatal Intensive Care Unit occurred in 33.3% of the cases investigated. The mean neonatal hospital stay was 17 days. Only two neonates had a detectable RT-PCR test for COVID-19. The second article “Repercussions of Severe Maternal Acute Respiratory Syndrome by COVID-19 on Perinatal and Neonatal Outcomes” relates the perinatal and neonatal outcomes of newborns of women with the severe form of the disease and women with mild symptoms. SARS affected 36.9%. The cesarean delivery method represented 87.7% of all cases analyzed, having been the most common form of delivery among women with and without SARS (95% CI: 0.5 – 20.7; p-value = 0.126). There was a statistically significant relationship between maternal SARS and prematurity (95% CI: 2.1 – 9.8; p-value: < 0.001), as well as an association between maternal SARS and low birth weight (95% CI: 1.6 - 5.8; p-value: < 0.001). When checking the Apgar score in the 1st minute, it was possible to observe a lower performance (<7) in children born to mothers who had SARS (95% CI: 2.1 – 6.2; p-value: < 0.001). There was an influence of maternal severity on neonatal outcomes of resuscitation in the delivery room (95% CI: 3.6 – 64.4; p-value: < 0.001), admission to the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) (95% CI: 2.6 – 27, 9; p-value: < 0.001), in neonatal respiratory distress syndrome (95% CI: 1.6 – 7.9; p-value: < 0.001), duration of ventilatory support use (p-value: < 0.001 ) and length of hospital stay (p-value: < 0.001). The third article “Good Birth Care Practices in the Context of the COVID-19 Pandemic in a Tertiary Care Maternity” presents the results regarding the management of good practices in the investigated population, in which the timely clamping of the umbilical cord was observed. in 69.8% of births. Skin-to-skin contact in the delivery room was not performed in 84.1% of births, as well as breastfeeding in the 1st hour of life in 88.9% of them. 49.2% of the neonates stayed in rooming with their mothers. At hospital discharge, 44.2% of the newborns had exclusive breastfeeding as a form of diet and 42.6% of them were being formula fed. 16.9% of the babies were discharged from the hospital without the mother. Maternal severity characterized by SARS influenced the outcomes of rooming-in (95% CI: 0.1 – 0.4; p-value: < 0.001) and formula diet at hospital discharge (95% CI: 49.7 – 86.3; p-value: < 0.001). Conclusion: Maternal infection with SARS-CoV-2 can lead to unfavorable outcomes such as cesarean delivery, prematurity and low birth weight. The study had limitations regarding the possibility of vertical transmission. The maternal severity condition characterized by the presence of SARS by COVID-19 did not influence outcomes such as mode of delivery, fetal vitality and gestational age/weight. On the contrary, it seemed to have repercussions on unfavorable perinatal and neonatal outcomes such as prematurity, low birth weight, neonatal asphyxia, resuscitation in the delivery room, NICU stay, length of hospital stays, RDS and use of ventilatory support. Results that, in the face of maternal severity, point to the need for care teams prepared to provide agile and effective care that guarantees the survival of newborns and their mothers. Maternal COVID-19 seems to have hampered the implementation of good birth care practices and, consequently, may have resulted in compromising the initial establishment of the mother-baby bond in the investigated population. Current evidence points to the continuity of usual care in institutions that provide assistance to this population.
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/72241
Aparece en las colecciones: MPSMC - Dissertações defendidas na UFC

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