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dc.contributor.advisorGussi, Alcides Fernando-
dc.contributor.authorAlbuquerque, George Arruda de-
dc.date.accessioned2023-03-10T12:45:09Z-
dc.date.available2023-03-10T12:45:09Z-
dc.date.issued2022-
dc.identifier.citationALBUQUERQUE, George Arruda de. Aprendizado técnico como mecanismo de manutenção da vida: etnografia multiespécies no Meliponário Cantinho do Céu, área de proteção ambiental da Serra de Baturité, em Guaramiranga, Ceará. Orientador: Alcides Fernando Gussi. 2022. 164 f. Tese (Doutorado em Educação) - rograma de Pós-graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.pt_BR
dc.identifier.urihttp://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/71233-
dc.description.abstractWhat does it take to be a beekeeper? For Seu Antônio, responsible for the Meliponário Cantinho do Céu (MCC), it is necessary to feel affection; pay attention to everything, and master manual skills. The Meliponário Cantinho do Céu is located in the municipality of Guaramiranga, state of Ceará, part of the Environmental Protection Area of Serra de Baturité, Atlantic Forest biome. The meliponary is known in the region for having several species of native stingless bees (CORTOPASSI-LAURINO; NOGUEIRA-NETO, 2016). The aim of the study is to show how affection triggers a set of significant responses (DOOREN; KIRSKEY; MÜNSTER, 2016), demarcated by ecology (ODUM, 1971) and ethology of bees (LORENZ, 1995). To understand the particular universe of each species, I resort to the notion of umwelt, "own worlds" (UEXKÜLL, 1982), however, with an ethnographic guise (KIRSKEY, HELMREICH, 2020). Instead of emphasizing the inherently organized structures of bees, from a zoological-philosophical perspective, as Uexküll (1982) does, I emphasize the ways in which Seu Antônio identifies parts of these structures, especially those that give rise to gestures and technical operations (LEROI- GOURHAN, 1984, 1987). Such as, for instance, the selection of materials (INGOLD, 2015, 2022), bioprospecting and geoprospecting. In this perspective, Seu Antônio has learned to elaborate practical responses to the management of each species, which is expressed in the production of tools, including hydraulic mechanisms, lighting devices, tenements, food containers, housing architecture, etc. His practical knowledge and wisdom has been enhanced by reading the specialized literature in the area, talking to researchers, beekeepers and visitors in general. I have named these processes “technical learning” as they involve ways of learning, “doing” and “going through” something (INGOLD, 2020). Regarding to technique, I operate from the perspective of Sautchuk (2017), perceiving technique as “[...] a relationship that encompasses humans and nonhumans (or even the living and the non-living, in even broader senses), mediated or not by objects, oriented by some kind of finality, efficacy or becoming, which assumes a significant character for the modes and existence of beings and things involved.” (p.11). The bees are part of Seu Antônio's family, being usually treated as “daughters”, a fundamental element identified during the investigation, which interferes in almost all actions related to them. For Leroi – Gourhan (1984), the gesture is the most emblematic act of the technique. In our case, the gesture is the most expressive technical/affective act for dealing with bees. The questions raised in the research are placed in the field of study that different researchers have called “Multispecies Studies” (KIRSKSEY; HELMREICH, 2020). In this context, to love is "to know and to care" properly, and it requires learning, affection, engagement, effort and practical responsiveness. When properly treated, bees reciprocate by increasing the production of honey, propolis, and wax as well as multiply quickly and rarely get sick. Through this relationship, characteristics of multispecific mutualism can be observed (TSING, 2019).pt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.subjectEstudos multiespéciespt_BR
dc.subjectAbelhas nativas sem ferrãopt_BR
dc.subjectAprendizado técnicopt_BR
dc.subjectMeliponário Cantinho do Céupt_BR
dc.subjectMultispecies studiespt_BR
dc.subjectNative stingless beespt_BR
dc.subjectTechnical learningpt_BR
dc.titleAprendizado técnico como mecanismo de manutenção da vida: etnografia multiespécies no Meliponário Cantinho do Céu, área de proteção ambiental da Serra de Baturité, em Guaramiranga, Cearápt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.description.abstract-ptbrO que é preciso para se tornar um meliponicultor? Para o Seu Antônio, responsável pelo Meliponário Cantinho do Céu (MCC), é necessário sentir afeto, prestar atenção a tudo e possuir habilidade manual. O MCC está localizado no município de Guaramiranga, estado do Ceará, na Área de Proteção Ambiental da Serra de Baturité, bioma Mata Atlântica. É conhecido, na região, por possuir diversas espécies de Abelhas Nativas sem Ferrão (ANSF) (CORTOPASSILAURINO; NOGUEIRA-NETO, 2016). O objetivo deste estudo é mostrar como o afeto desencadeia um conjunto de respostas significativas (DOOREN; KIRSKEY; MÜNSTER, 2016), demarcadas pela ecologia (ODUM, 1971) e etologia das abelhas (LORENZ, 1995). Para compreender o universo particular de cada espécie, recorro à noção de umwelt, "mundos-próprios" (UEXKÜLL, 1982), porém, com uma roupagem etnográfica (KIRSKEY, HELMREICH, 2020). Ao invés de enfatizar as estruturas inerentemente organizadas das abelhas, de uma perspectiva zoológica-filosófica, como faz Uexküll (1982), realço os modos pelos quais Seu Antônio identifica partes dessas estruturas, especialmente aquelas que dão origem aos gestos e operações técnicas (LEROI-GOURHAN, 1984; 1987). Como, por exemplo, a seleção de materiais (INGOLD, 2015; 2022), a bioprospecção e geoprospecção. Em vista disso, ele aprende a elaborar respostas práticas para o manejo de cada espécie, que se revelam na produção de ferramentas, mecanismos hidráulicos, dispositivos de iluminação, cortiços, recipientes de alimentação, arquitetura, etc. O aprendizado é incrementado com o estudo da literatura especializada da área, conversas com pesquisadores, meliponicultores e visitantes em geral. Tenho chamado esses processos de aprendizado técnico, pois envolvem modos de aprender, “fazer” e “passar por” algo (INGOLD, 2020). No que se refere à técnica, opero sob a perspectiva de Sautchuk (2017, p.11), percebendo a técnica como “[...] uma relação que abarca humanos e não humanos (ou até mesmo o vivo e o não vivo, em acepções ainda mais alargadas), mediadas ou não por objetos, orientadas por algum tipo de finalidade, eficácia ou devir, e assume um caráter significativo para os modos e existência de seres e coisas envolvidos”. As ANSF fazem parte do arranjo familiar do Seu Antônio, e são tratadas como “filhas”, elemento fundamental identificado durante a investigação, interferindo em quase todas as ações dirigidas a elas. Para Leroi-Gourhan (1984), o gesto é o ato mais emblemático da técnica. Em nosso caso, o gesto é o ato técnico/afetivo mais expressivo para o trato com as abelhas. As questões levantadas no trabalho estão postas no campo de estudo que diferentes pesquisadores têm denominado de “Estudos Multiespécies” (KIRSKSEY; HELMREICH, 2020). Nesse contexto, amar é "saber cuidar" adequadamente, e exige aprendizado, conhecimento, engajamento, esforço e capacidade de resposta prática. Quando devidamente tratadas, as abelhas retribuem aumentando a produção de méis, própolis, cera, etc. Além disso, multiplicam-se rapidamente e dificilmente adoecem. Percebe-se aí, através dessa relação, características do mutualismo multiespecífico (TSING, 2019).pt_BR
Aparece nas coleções:PPGEB - Teses defendidas na UFC

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