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Tipo: Tese
Título: Biomarcadores endoteliais e renais e o diagnóstico precoce da injúria renal aguda no envenenamento humano por serpentes Bothrops erythromelas
Autor(es): Mota, Sandra Mara Brasileiro
Orientador: Daher, Elizabeth de Francesco
Coorientador: Albuquerque, Polianna Lemos Moura Moreira
Palavras-chave: Injúria Renal Aguda;Bothrops;Biomarcadores;Angiopoietina-1
Data do documento: 7-Jul-2022
Citação: MOTA, S. M. B. Biomarcadores endoteliais e renais e o diagnóstico precoce da injúria renal aguda no envenenamento humano por serpentes Bothrops erythromela. 2022. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 2022. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67549. Acesso em: 08/08/2022.
Resumo: A Injúria renal aguda (IRA) relacionada ao envenenamento botrópico é uma complicação freqüente e potencialmente fatal, e o diagnóstico tardio desta patologia agrava ainda mais o prognóstico. O presente trabalho teve como objetivo investigar o papel de biomarcadores renais e endoteliais não convencionais na fisiopatologia da IRA, bem como no diagnóstico precoce e prognóstico em pacientes com envenenamento por serpentes Bothrops erythromelas. Métodos: Estudo prospectivo com 26 pacientes vítimas de envenenamento confirmado por Bothrops erythromelas atendidos na emergência de um hospital terciário no município de Fortaleza, no período de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020. Amostras de sangue e urina foram coletadas concomitantemente em 3 diferentes tempos: na admissão (até 8 horas), 12 a 16hs e 24 a 28hs pós-mordedura. IRA foi definida de acordo com os critérios do KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes) e os pacientes dividos em 2 grupos: IRA e Não-IRA. Foram avaliados parâmetros clínicos e renais associados à evolução e gravidade da IRA. Os biomarcadores para dano renal (NGAL sérico, NGAL urinário e KIM-1 urinário) bem como os endoteliais (Angiopoietina 1 (Ang-1), Angiopoietina 2 (Ang-2), VCAM-1 e Syndecan-1) foram quantificados. Curvas ROC e fatores de risco para IRA foram investigados. Resultados: A maioria dos 26 pacientes pertencia ao gênero masculino (88,4%), com idade de 46,6 (±14,0) anos, e média de tempo decorrido desde a mordedura da serpente até a admissão hospitalar de 6h e 28 minutos. 54% dos pacientes desenvolveram IRA leve. O grupo IRA apresentou maior freqüência de exames de sangue incoaguláveis (85,71%). Diferenças estatisticamente significativas foram observadas 12 a 16 horas pósmordedura nos grupos IRA e Não-IRA com os biomarcadores VCAM-1 (1235,63 ± 519 ng/mL versus 818,34 ± 239,56 ng/mL, p=0,027) e Ang-1 (20,48 ng/mL (13,13 – 21,76) versus 1,06 ng/mL (0,52 – 2,56), p= 0,016). Angiopoietina-1 (AUC-ROC= 0,82 (CI 95%: 0,62-1,0)) e VCAM-1 (AUC-ROC= 0,76 (CI 95%: 0,55-0,98)) mostraram-se bons preditores de IRA 12 a 16 horas após o envenenamento por Bothrops erythromelas. Conclusão: O uso dos biomarcadores endoteliais VCAM-1 e Ang-1 no intervalo de 12 a 16 hs pós-mordedura, podem ser úteis no diagnóstico precoce da IRA leve relacionada ao envenenamento por Bothrops erythromelas, podendo direcionar o manejo de intervenções clínicas para a proteção renal nestes tipos de envenenamentos.
Abstract: Acute kidney injury (AKI) is a frequent and potentially fatal complication duo to Bothrops snakebite, it late diagnosis of this pathology further worsens the prognosis. The present study aimed to investigate the role of unconventional renal and endothelial biomarkers in AKI pathophysiology, as well as in the early diagnosis and prognosis in patients with envenoming by Bothrops erythromelas snakes. Methods: It is a prospective study with 26 patients victims of confirmed Bothrops erythromelas envenomation attended in the emergency department of a tertiary hospital in the city of Fortaleza, from January 2019 to February 2020. Blood and urine samples were collected concomitantly at 3 different points: on admission (up to 8 h), 12-16 h and 24-28 h post-bite. AKI was defined using the KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes) criteria and the patients were divided in 2 groups: AKI and No-AKI. Clinical and renal parameters associated with the evolution and severity of AKI were evaluated. Biomarkers for renal damage (serum NGAL, urinary NGAL and urinary KIM-1) and endothelial biomarkers (Angiopoietin 1 (Ang-1), Angiopoietin 2 (Ang-2), VCAM-1 and Syndecan-1) were quantified. ROC curves and risk factors for AKI were investigated. Result: Most of the 26 patients were male (88,4%), aged 46,6 (±14,0) years, and the mean time from the snakebite to hospital admission was 6 h 28 min. 54% of patients developed mild AKI. AKI group had a higher number of patients with incoagulable blood tests (85,71%). Statistically significant differences were observed 12-16 h post-bite in the AKI and NoAKI groups with VCAM-1 (1235,63 ± 519 ng/mL versus 818,34 ± 239,56 ng/mL, p=0,027) and Ang-1 (20,48 ng/mL (13,13 – 21,76) versus 1,06 ng/mL (0,52 – 2,56), p= 0,016) biomarkers. Angiopoietin-1 (AUC-ROC= 0,82 (CI 95%: 0,62-1,0)) and VCAM-1 (AUC-ROC= 0,76 (CI 95%: 0,55-0,98)) were good predictors of AKI 12-16 h after Bothrops erythromelas envenomation. Conclusions: The use of endothelial biomarkers VCAM-1 and Ang-1 within 12-16 h post-bite may be useful in the early stage of mild AKI related to Bothrops erythromelas envenoming, and might direct the management of clinical interventions for renal protection in these envenomations.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67549
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