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Tipo: Dissertação
Título: Carbono Azul no Semiárido Nordestino: estoque de carbono do solo de um manguezal em recuperação no estuário do Rio Pacoti, CE
Autor(es): Rodrigues, José Vítor Machado
Orientador: Bezerra, Luis Ernesto Arruda
Coorientador: Cotovicz Júnior, Luiz Carlos
Palavras-chave: Mudanças climáticas;Recuperação ecossistêmica;Brasil;Semiárido
Data do documento: 2022
Citação: RODRIGUES, José Vítor Machado. Carbono Azul no Semiárido Nordestino: estoque de carbono do solo de um manguezal em recuperação no estuário do Rio Pacoti, CE. 2022. 77 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022.
Resumo: Manguezais ocupam uma área global de aproximadamente 137.000 km2, abrangendo pelo menos 124 países localizados em regiões tropicais e subtropicais. Além de serem importantes habitats para diversas espécies e fornecerem serviços ecossistêmicos importantes para os seres humanos, florestas de mangue, assim como marismas e pradarias, têm sido foco de muita atenção por acumularem grandes quantidades de carbono, durante séculos (e até milênios), na sua biomassa e nos solos. Por serem eficientes sumidouros, são, consequentemente, importantes mitigadores das mudanças climáticas globais quando conservados. Neste estudo estimou-se o estoque de carbono do solo de uma área de mangue impactada por antigas salinas, no semiárido nordestino brasileiro. O manguezal do Rio Pacoti (CE), que hoje encontra-se em processo de recuperação ecossistêmica, apresenta variações significativas (p < 0,05) de densidade do solo, concentração e estoque de carbono orgânico (Corg) entre as áreas amostradas. Os estoques da camada de 1m do solo variaram de 14 a 290 MgC/ha, valores correspondentes à área de apicum degradado e à área de Rhizophora mangle (mangue de franja preservado), respectivamente. Para a área de mangue preservado, os estoques foram superiores aos de manguezais da Amazônia e próximos da média global (283 ± 193 Mg C/ha). Por outro lado, o estoque médio de Corg da área impactada por salinas é de 17,55 ± 4,52 Mg C/ha. Esse estoque, similar ao de áreas degradadas de estuários do Ceará e de regiões semiáridas do oeste africano, da Austrália e da costa do Mar Vermelho, é consideravelmente inferior à média global e evidencia o impacto causado pela mudança do uso do solo e as condições climáticas extremas na região. Para o manguezal do Rio Pacoti estima-se que foram emitidos cerca de 836,76 Mg CO2 e/ha para a atmosfera, como resultado de atividades antrópicas. Esta pesquisa traz discussões fundamentadas em uma revisão dos estoques de carbono azul em manguezais do Brasil, a qual se baseia em 17 artigos contento informações sobre 8 estados. Por fim, este estudo reforça a importância dos manguezais do semiárido como eficientes sumidouros, mesmo sob condições ambientais limitantes ao desenvolvimento, e aponta a urgência de proteção integral a esses ecossistemas, a fim de preservar a capacidade de sequestro e estocagem de carbono, mitigar efeitos das mudanças climáticas e aprimorar projetos de manejo e recuperação de manguezais.
Abstract: Mangroves occupy a global area of approximately 137,000 km2, covering at least 124 countries located in tropical and subtropical regions. In addition to being important habitats for several species and providing important ecosystem services for humans, mangrove forests, as well as salt marshes and seagrasses, have been the focus of much attention for accumulating large amounts of carbon for centuries (and even millennia) in its biomass and soils. As they are efficient sinks, they are, consequently, important mitigators of global climate change when conserved. In this study, the soil carbon stock was estimated in a mangrove area impacted by old salt ponds, in the semi-arid northeast of Brazil. The mangrove area of the Pacoti River (CE), which is currently undergoing an ecosystem recovery process, shows significant variations (p < 0.05) in soil density, concentration and stock of organic carbon (Corg) among the sampled areas. Stocks in the top meter layer of soil ranged from 14 to 290 MgC/ha. These values correspond to the degraded hypersaline tidal flat and the preserved fringe mangrove area (Rhizophora mangle), respectively. For the preserved mangrove, the stocks were higher than that of the Amazonian mangroves and close to the global average (283 ± 193 Mg C/ha). On the other hand, the average stock of Corg in the area impacted by salt farming is 17.55 ± 4.52 Mg C/ha. This stock, similar to that of degraded areas of estuaries in Ceará and semi-arid regions of West Africa, Australia and the Red Sea coast, is considerably lower than the global average and highlights the impact caused by land use change and extreme climatic conditions in the region. For the Pacoti River mangrove, it is estimated that about 836.76 Mg CO2 e/ha were lost to the atmosphere as a result of human activities. This research brings discussions based on a review of blue carbon stocks in mangroves of Brazil, which is based on 17 articles containing information on 8 states. Finally, this study reinforces the importance of semi-arid mangroves as efficient sinks, even under environmental conditions that limit plant development, and points out the urgency of integral protection of these ecosystems, in order to preserve the capacity of carbon sequestration and storage, mitigate the effects of climate change and improve mangrove management and recovery projects.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/66013
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