Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/6484
Tipo: Dissertação
Título: A dissolução das ilusões transcendentais na "Crítica da Razão Pura": um estudo sobre as relações entre a estética, analítica e a dialética transcendentais
Autor(es): Benevides, Pablo Severiano
Orientador: Amora, Kleber Carneiro
Palavras-chave: Rational psychology;Transcendental illusion;Kant, Immanuel, 1724-1804 - Crítica e interpretação;Transcendentalismo;Teoria crítica;Idealismo;Rational cosmology
Data do documento: 2007
Instituição/Editor/Publicador: www.teses.ufc.br
Citação: BENEVIDES, Pablo Severiano. A dissolução das ilusões transcendentais na "Crítica da Razão Pura": um estudo sobre as relações entre a estética, analítica e a dialética transcendentais. 2007. 177 f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2007.
Resumo: Este não pretende ser um trabalho meramente expositivo. Portanto, deseja-se que, a partir dele, algumas questões de importância capital para a compreensão da Filosofia Teórica de Kant sejam não somente erigidas, mas principalmente solucionadas. O ponto de partida inicial consiste no levantamento da seguinte indagação: “Exerceriam as intuições sensíveis o papel de juiz supremo na dissolução das ilusões transcendentais?”. Segundo a interpretação mais recorrente da “Crítica da Razão Pura” – como parece ser o caso das leituras de Cohen, Strawson, bem como de uma série de outras a serem identificadas – a resposta à questão anterior seria afirmativa. Tal concepção (conforme revelará este estudo) advogará que, em última instância, todas as questões da Metafísica tradicional (pré-kantiana) são denunciadas por Kant como ilegítimas precisamente porque não pode ser apresentado, na intuição sensível, um objeto que seja correspondente às idéias por ela construídas. Portanto, Kant não teria feito nada mais do que esboçar uma teoria da possibilidade da experiência (a Estética e a Analítica Transcendentais) e restringir todo o conhecimento humano a este domínio, de modo a postular que as questões metafísicas são ilegítimas por não se submeterem às exigências epistêmicas originais aí esboçadas. Este trabalho entende que a compreensão acima referida desta problemática é insuficiente, haja vista negligenciar o fato de que há, na “Crítica da Razão Pura”, não somente uma anunciação dogmática, mas uma justificação da tese de que todo o conhecimento humano é restrito à esfera da sensibilidade (solo da experiência possível). Esta justificação não é outra se não a crítica das ilusões transcendentais realizada pela Dialética Transcendental. Por meio dos Paralogismos da Razão Pura, das Antinomias da Razão Pura e do Ideal da Razão Pura, os silogismos realizados naturalmente pela razão serão revelados como as balizas para erigirem uma incoerência que diz respeito antes à não assunção dos propósitos iniciais da razão do que a uma inadequação às exigências da sensibilidade. Tais incoerências são as ilusões transcendentais da existência da alma, do mundo (totalidade dos fenômenos) e de Deus – os respectivos objetos da Psicologia, Cosmologia e Teologia Racionais. Tentaremos mostrar, por ocasião deste trabalho, que a ilusão de afirmar, mediante silogismos a priori, a existência destes objetos consiste primeiramente numa inadequação com os propósitos iniciais da razão pura (mesmo que esta venha a, posteriormente, configurar ilusoriamente tais existências) e, somente por conseqüência disto, também com as exigências expressas na Estética e na Analítica Transcendentais. Isto exige do empreendimento a ser realizado neste estudo, portanto, uma Crítica da Psicologia Racional, uma Crítica da Cosmologia Racional e uma Crítica da Teologia Racional. Deste modo, justificaríamos a tese de que todo conhecimento está reduzido à esfera da sensibilidade e esclareceríamos, assim, o porquê dessa ilusão ser considerada, por Kant, como transcendental, racional e, portanto, inevitável – esclarecimento este que a referida “interpretação recorrente” se abstém de realizar.
Abstract: This study is not meant to be merely expository. Therefore, the aim is that some questions of capital importance for the understanding of Kant’s Theoretic Philosophy not only be raised but also resolved, based on this study. The initial starting point consists of raising the following question: “Will sensitive intuition exercise the role of supreme judge in the dissolution of transcendental illusions”? According to the most reoccurring interpretation of the “Critique of Pure Reason,” the answer to the aforementioned question will be affirmative, as seems to be the case in the interpretations of Cohen, Strawson, as well as a series of others to be identified. Such a concept (according to what will be revealed in the study), will advocate, in the end, that all the questions of traditional Metaphysics (pre-Kant) are denounced by Kant as illegitimate, precisely because they can not be presented in sensitive intuition, an object which corresponds to the ideas which it, itself has constructed. Hence, Kant would have done nothing more than outline a theory of the possibility of experience (Transcendental Aesthetic and Transcendental Analytic) and restrict all human knowledge to this domain, in a way which assumes that metaphysical questions are illegitimate, as they are not subject to the original epistemic demands, therein outlined. This study assumes that the understanding of this problem, mentioned above, is insufficient, in that it has neglected the fact that there is, in the “Critique of Pure Reason,” not only a dogmatic announcement of, but also a justification of the thesis that all human knowledge is restricted to the sphere of sensibility (grounds of the possibility of experience). This justification is none other than the critique of transcendental illusions made by Transcendental Dialectic. Through the Paralogisms of Pure Reason, the Antinomies of Pure Reason and the Ideal of Pure Reason, the syllogism realized naturally by reason, will be revealed as the foundation for raising an incoherency regarding the non-assumption of the initial proposals of reason, rather than an inadequacy of the demands of sensibility. Such incoherencies are the transcendental illusions of the existence of the soul, the world (the totality of phenomenon) and of God – the respective objects of psychology, cosmology and Rational Theology. We will attempt to show, in this study, that the illusion of affirming the existence of these objects, in light of the syllogisms a priori, consists firstly, in an inadequacy with the initial proposals of pure reason (even if later this becomes an illusionary configuration of such existences) and only as a consequence of it; and also with the express demands of Transcendental Aesthetic and Transcendental Analytic. Hence, this requires a Critique of Rational Psychology, a Critique of Rational Cosmology and a Critique of Rational Theology for the realization of the task in this study. In this way we will justify the thesis that all knowledge is reduced to the sphere of sensibility and will thus clarity why this illusion is considered by Kant to be transcendental, rational and inevitable. This clarification is what the aforementioned “reoccurring interpretation” fails to do.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6484
Aparece nas coleções:PPGFILO - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2007-DIS-PSBENEVIDES.pdf1,04 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.