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Tipo: Dissertação
Título: Escrevivências coletivas: práticas de re-existências e trajetórias de vida de jovens negros(as) em periferias de Fortaleza
Título em inglês: Collective "escrevivências": practices of re-existences and life trajectories of black young people in the outskirts of Fortaleza
Autor(es): Costa, Aldemar Ferreira da
Orientador: Barros, João Paulo Pereira
Palavras-chave: Trajetórias de vida;Re-existências;Racismo;Juventudes negras;Pesquisa-inter(in)venção
Data do documento: 2021
Citação: COSTA, Aldemar Ferreira da. Escrevivências coletivas: práticas de re-existências e trajetórias de vida de jovens negros(as) em periferias de Fortaleza. Orientador: João Paulo Pereira Barros. 2021. 158 f. Dissertação ( Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: Esta dissertação teve por objetivo analisar práticas de re-existências ao racismo que atravessam trajetórias de vida de jovens negros/as inseridos em coletivos atuantes em regiões periferizadas de Fortaleza. Nossa pergunta de partida foi: como jovens negros/as integrantes de coletivos sociais e moradores/as da periferia de Fortaleza articulam práticas de re-existências frente ao racismo em suas trajetórias de vida? No que diz respeito aos objetivos específicos formulouse: conhecer narrativas de trajetórias de vida de jovens negros/as que integram coletivos sociais em periferias de Fortaleza; problematizar com jovens inseridos em coletivos periféricos as expressões do racismo em suas trajetórias; e discutir implicações da participação em coletivos periféricos nas experiências de re-existências frente ao racismo que constituem as trajetórias de juventudes negras em Fortaleza. Nesse sentido, partimos de diálogos com estudos decoloniais em interface com a psicologia social e estudos sobre juventude e resistência. Para isso, foi utilizada uma proposta metodológica de abordagem qualitativa, orientando-se pela perspectiva da pesquisa-inter(in)venção. A pesquisa teve como campo de investigação as trajetórias de vida dos/as participantes a partir das quais pudemos, também, tematizar as regiões periferizadas da cidade, reconhecidas pelos elevados índices de violência letal, mas que também têm sido lócus de formação de coletivos e intensas mobilizações sociais contra o racismo, de modo a criar condições de desnaturalizar esses sujeitos e territórios enquanto perigosos. A escolha dos participantes foi feita entre jovens negros/as - por autodeclaração de pardo/a, preto/a ou negro/a -, da periferia da cidade e de ambos os sexos. Os procedimentos de investigações desta pesquisa envolveram entrevistas narrativas sob o ethos da cartografia, da metodologia do encontro e inspiradas no trabalho de Grada Kilomba, sobre trajetórias de vida de jovens negros/as e suas práticas de re-existências frente o fenômeno do racismo, e um grupo de discussão, em forma de roda de conversa, sobre a questão do racismo, com destaque para as experiências pessoais e as práticas de re-existências encontradas. Para a análise de dados, utilizou-se a análise cartográfica, o que significou deixar aparecer as diversas vozes que compõem o as práticas de re-existência ao rascismo a partir do acompanhamento e intervenção das trajétórias de vida de jovens negros(as). Nos utilizamos de fragmentos das narrativas como “cenas analisadoras” para pensar e problematizar expressões do racismo, as práticas de resistências/re-existências e implicações da participação em coletivos sociais nas trajetórias de vida dos/as nossos/as participantes. O racismo, nesse sentido, se apresentou como uma força colonial-capitalista cujos efeitos dizem de um recrudescimento das formas de violência que negros e negras são tratados. Todavia, a partir das produções coletivas, destacamos as práticas de resistência, cuidado e aquilombamentos, forjados na relação e no encontro com os coletivos sociais atuantes no Titanzinho, de modo a oportunizar a produção de memória, resgate ancestral, cuidado e de outras narrativas sobre a juventude negra e periferizada. Problematizar, portanto, as práticas, dispositivos e instituições que mantêm uma lógica colonial-capitalista de produção de subjetividades a partir das trajetórias que se cruzam neste trabalho se mostrou como tarefa importante da pesquisa decolonial e na produção de outros possíveis
Abstract: This dissertation aimed to analyze practices of re-existence to racism that cross the life trajectories of young black people inserted in groups working in peripheral regions of Fortaleza. Our starting question is: how do young black people who are members of social groups and residents of the outskirts of Fortaleza articulate practices of re-existence against racism in their life trajectories? With regard to the specific objectives, it was formulated: to know narratives of the life trajectories of young black people who are part of social groups in the outskirts of Fortaleza; problematize with young people inserted in peripheral groups the expressions of racism in their trajectories; and discuss implications of participation in peripheral groups in the experiences of re-existence against racism that constitute the trajectories of black youth in Fortaleza. In this sense, we will start from dialogues with decolonial studies in interface with social psychology and studies on youth and resistance. For this, a methodological proposal of a qualitative approach will be used, guided by the perspective of inter(in)vention research. The research had as a field of investigation the life trajectories of the participants, from which we were also able to thematize the peripheral regions of the city, recognized by the high rates of lethal violence, but which have also been the locus of intense and collective formation social mobilizations against racism, in order to create conditions to denaturalize these subjects and territories as dangerous. The choice of participants was made among young black people - by self-declaration as brown, black or black -, from the outskirts of the city and of both sexes. The investigation procedures of this research involve narrative interviews under the ethos of cartography, the methodology of the encounter and inspired by the work of Grada Kilomba, on the life trajectories of young black people and their practices of re-existence against the phenomenon of racism, and a discussion group, in the form of a conversation circle, on the issue of racism, highlighting personal experiences and re-existing practices found. For data analysis, cartographic analysis is used, which means letting the various voices that make up the practices of re-existence to racism appear from the monitoring and intervention of the life trajectories of young black people. We will use fragments of the narratives as “analyzing scenes” to think about and problematize expressions of racism, the practices of resistance/reexistence and implications of participation in social groups in the life trajectories of our participants. Racism, in this sense, presents itself as a colonial-capitalist force whose effects speak of a resurgence in the forms of violence that blacks and nephros are treated. However, based on the collective productions, we highlight the practices of resistance, care, and similarities, forged in the relationship and encounter with the social collectives working at Titanzinho, in order to provide opportunities for the production of memory, ancestral rescue, care and other narratives about black and peripheral youth. Therefore, problematizing the practices, devices and institutions that maintain a colonial-capitalist logic of production of subjectivities from the trajectories that intersect in this work is shown to be an important task of decolonial research and in the production of other possible.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62077
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