Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/61280
Type: Tese
Title: Epidemiologia, distribuição espacial e fatores associados à ocorrência da hanseníase e do desenvolvimento de incapacidades físicas no estado do Tocantins, 2001 a 2012
Authors: Monteiro, Lorena Dias
Advisor: Heukelbach, Jorg
Keywords: Hanseníase;Epidemiologia;Estudos de Séries Temporais;Análise Espacial;Fatores Socioeconômicos;Determinantes Sociais da Saúde
Issue Date: 2015
Citation: MONTEIRO, L. D. Epidemiologia, distribuição espacial e fatores associados à ocorrência da hanseníase e do desenvolvimento de incapacidades físicas no estado do Tocantins, 2001 a 2012. 2015. 123 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61280. Acesso em: 18 out. 2021.
Abstract in Brazilian Portuguese: A hanseníase é considerada uma doença negligenciada com ocorrência desproporcional em populações socioeconomicamente desfavoráveis e marginalizadas. Persiste como problema de saúde pública em muitos países no mundo, inclusive no Brasil. Os objetivos desse estudo foram caracterizar os padrões epidemiológicos e tendências temporais dos indicadores da hanseníase no Estado do Tocantins no período de 2001 a 2012; caracterizar os padrões espaciais da distribuição da hanseníase por município no estado do Tocantins; identificar os fatores associados à ocorrência de incapacidade física no momento do diagnóstico da hanseníase; e identificar os fatores socioeconômicos, demográficos, operacionais e de serviços de saúde associados à ocorrência da hanseníase em municípios do Tocantins. Estudo realizado com análise de dados advindos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Incluíram-se casos novos de residentes no Tocantins, diagnosticados entre 2001 e 2012. A tese foi dividida em 4 eixos temáticos segundo cada objetivo específico: Eixo 1 – Cálculo dos indicadores operacionais da hanseníase e análise das tendências temporais por meio de regressão joinpoint. Eixo 2 - Análise espacial descritiva, análise bayesiana empírica local e dependência espacial por meio dos índices de Moran global e local. Eixo 3 – Identificação dos fatores associados à ocorrência de incapacidade física no momento do diagnóstico da hanseníase. Eixo 4 - Estudo ecológico para identificar fatores associados à ocorrência da doença. Modelos de regressão log linear binomial negativo foram utilizados para estimar as razões de taxas de incidência (IRR). No total, foram registrados 14.532 casos novos no período. Para o coeficiente de detecção geral, 77,0% (107/139) dos municípios foram classificados como hiperendêmicos (>40 casos/100.000 habitantes). Para a detecção em menores de 15 anos, 65,4% (91/139) foram hiperendêmicos (10,0-19,9 casos/100 mil habitantes)e 26,6% (37/139) apresentaram detecção com grau 2 de incapacidade entre 5,0 e 9,9 casos/100 mil habitantes. Houve tendência de queda significativa para o coeficiente de detecção geral no período 2001 a 2012. A Variação Percentual Anual (APC) foi de -3,1%, Intervalo de Confiança (IC) 95%: -5,4 a - 0,8. A detecção em < de 15 anos de idade foi significativamente crescente entre 2001 a 2008 (APC: 3,8%; IC 95%: 0,1 a 7,6) e apresentou declínio significativo entre 2008 a 2012 (APC: -9,4%, IC 95%: -17,2 a -0,8). A detecção de casos com grau 2 (APC: 0,3 IC 95%: -4,5 a 5,4) e a proporção de casos com grau 2 (APC: 2,3 IC 95%: -2,6 a 7,4) apresentaram estabilidade. Houve aumento significativo da proporção de casos com grau 1 (APC=6,9%, IC 95%: 4,3 a 9,6) e casos multibacilares (APC: 3,5%, IC 95%: 2,4 a 4,6). A proporção de deficiência (grau 2) manteve-se estável ao longo do tempo. Identificaram-se seis principais aglomerados espaciais, sendo dois estatisticamente significativos para os indicadores de detecção geral (índice global de Moran: 0,51; p<0,001), de detecção em menores de 15 anos (0,47; p<0,001) e de detecção com grau 2 de incapacidade (0,44; p<0,001), todos com abrangência geográfica nas regiões Centro-Norte e Sudoeste do estado. Fatores associados com grau 2 de incapacidade no diagnóstico (como indicador de diagnóstico tardio) foram: sexo masculino com uma Razão de Prevalência (RP) = 2,24; IC 95%: 1,89-2,65), idade ≥45 anos (RP = 5,31; IC: 3,21-8, 29), analfabetismo (RP = 6,70; IC: 3,75-11,95), diagnóstico feito através de campanhas em massa (RP = 2,40; IC 95%: 1,50-3,85) e residência em áreas rurais (RP = 1,28; IC 95%: 1,06-1,5). Casos com grau 2 deficiência também foram mais comuns na presença de ≥5 lesões de pele (RP = 4,42, IC 95%: 3,74-5,21), reações de hanseníase (RP = 2,78; IC 95%: 2,31-3,33), doença multibacilar (RP = 7,43; IC 95%: 6,11-9,04), e forma clínica virchowiana (RP = 16,53, IC 95%: 12,10-20,60). A razão da taxa de incidência (IRR) na análise multivariada foi significativamente superior em municípios com maior concentração de imigrantes com residência fixa nos últimos 10 anos (1,31; IC 95%: 1,11-1,55) e com maior proporção de domicílios com coleta de lixo (1,37; IC95%: 1,11-1,69). Houve uma redução significativa da IRR com o aumento da cobertura do programa bolsa família (0,98; IC 95%: 0,97-0,99). O Tocantins apresenta regiões com alta transmissão e diagnóstico tardio da hanseníase, apontando a expansão da doença de forma heterogênea na análise temporal. Existem aglomerados de elevado risco para transmissão e diagnóstico tardio da hanseníase. As medidas de vigilância e controle devem ser priorizadas nas áreas de alto risco identificadas. O presente estudo apresenta evidências de maior razão de incidência da doença em municípios com piores condições socioeconômicas e a melhor cobertura pelo programa bolsa família foi significativamente positiva na redução da hanseníase. Campanhas em massa e exames de coletividade podem ser meios eficazes para reduzir diagnóstico tardio, portanto, essas atividades devem ser integradas aos programas de controle da doença. As atividades dos programas de controle precisam ser direcionadas para municípios de maior vulnerabilidade social com investimentos intersetoriais focados na melhoria das condições de vida da população.
Abstract: Leprosy is considered a neglected disease with disproportionate occurrence in unfavorable socioeconomically and marginalized populations. Remains as a public health problem in many countries worldwide, including Brazil. The objectives of this study were to characterize the epidemiological patterns and temporal trends of leprosy indicators in Tocantins State from 2001 to 2012; to characterize the spatial patterns of leprosy distribution by municipality in the state of Tocantins; to identify factors associated with physical disability at diagnosis of leprosy; and to identify the socioeconomic, demographic, operational and health services patterns associated with the occurrence of leprosy in the Tocantins municipalities. Study realized with analysis of data from the Notifiable Diseases Information System (SINAN). New cases of residents in Tocantins diagnosed between 2001 and 2012 were included. The thesis was divided into four thematic areas according to each specific objective: Thematic area 1 - Calculation of operational indicators of leprosy and time trend analysis via joinpoint regression. Thematic area 2 - Descriptive Spatial analysis, Local empirical Bayesian analysis and spatial dependence through global and local Moran indices. Thematic area 3 - Identification of factors associated with physical disability at diagnosis of leprosy. Thematic area 4 - Ecological study to identify factors associated with the disease. Negative binomial log linear regression models were used to estimate the incidence rate ratios (IRR). In total, there were 14,532 new cases in the period. To the overall detection rate, 77.0% (107/139) of the municipalities were classified as hyper-endemic (> 40 cases / 100,000 population). For detection in under 15 years, 65.4% (91/139) were hyperendemic (10.0 to 19.9 cases / 100,000 inhabitants) and 26.6% (37/139) had detection with grade 2 disabilities between 5.0 and 9.9 cases / 100,000 inhabitants. There was a significant downward trend for overall detection rate in the period 2001 to 2012. The Annual Percentage Change (APC) was -3.1%, confidence interval (CI) 95%: -5.4 to - 0.8. The detection in <15 years of age was significantly increased between 2001-2008 (APC: 3.8%; 95% CI: 0.1 to 7.6) and showed significant decline between 2008-2012 (APC: -9.4 %, 95% CI: -17.2 to -0.8). The detection of cases with grade 2 (APC: 0.3; 95% CI: -4.5 to 5.4) and the proportion of cases with grade 2 (APC: 2.3; 95% CI: -2.6 to 7 4) remained stable. There was a significant increase in the proportion of cases with grade 1 (APC = 6.9%, 95% CI 4.3 to 9.6) and in the multibacillary cases (APC: 3.5%; 95% CI: 2.4 to 4, 6). The ratio of loss (grade 2) remained stable over time. Six main spatial clusters were identified, two statistically significant for the general detection indicators (global index Moran: 0.51; p <0.001), for the detection in children under 15 years (0.47; p <0.001) and for the detection with grade 2 disability (0.44; p <0.001), all with geographic coverage in the North Central and State Southwest. Factors associated with grade 2 disability at diagnosis (as a diagnostic indicator late) were males with a prevalence ratio (PR) = 2.24; 95% CI: 1.89 to 2.65), age ≥45 years (OR = 5.31, CI: 3.21 to 8, 29), illiteracy (OR = 6.70, CI: 3.75 to 11 95), diagnosed through mass campaigns (PR = 2.40; 95% CI: 1.50 to 3.85) and living in rural areas (OR = 1.28; 95% CI: 1.06 1.5). Cases with second degree disability were also more common in the presence of ≥5 skin lesions (OR = 4.42, 95% CI: 3.74 to 5.21), leprosy reactions (PR = 2.78; 95% CI: 2.31 to 3.33), multibacillary disease (OR = 7.43; 95% CI: 6.11 to 9.04), and Virchow clinical form (OR = 16.53; 95% CI: 12.10 -20.60). The ratio of incidence rate (IRR) in the multivariate analysis was significantly higher in counties with the highest concentration of immigrants with permanent residence in the last 10 years (1.31, 95% CI: 1.11 to 1.55) and with higher proportion of households with garbage collection (1.37; 95% CI: 1.11 to 1.69). There was a significant reduction in IRR with increasing coverage of family allowance program (0.98; 95% CI: 0.97-0.99). The Tocantins has regions with high transmission and late diagnosis of leprosy, pointing to expansion of heterogeneous disease in the temporal analysis. There are high risk clusters for transmission and late diagnosis of leprosy. Surveillance and control measures should be prioritized in high-risk areas identified. This study presents evidence of a greater rate of disease incidence in municipalities with low socioeconomic status and the best coverage for the family allowance program was significantly positive in reducing leprosy. Mass campaigns and community surveys can be effective means to reduce late diagnosis, so these activities should be integrated into disease control programs. The activities of control programs need to be directed to municipalities of greater social vulnerability with cross-sector investments focused on improving the living conditions of the population.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/61280
Appears in Collections:PPGSP - Teses defendidas na UFC

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2015_tese_ldmonteiro.pdf2,76 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.