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Tipo: Dissertação
Título: Abordagem didática e uso dos conectores contrastivos em artigos de opinião de alunos do 9º ano: proposta de intervenção
Título em inglês: Didactic approach and use of contrastive connectors in articles of opinion by 9th grade students: a proposal of intervention.
Autor(es): Lima, Patrícia da Silva
Orientador: Lima, Maria Claudete
Palavras-chave: Argumentação;Ensino de gramática;Intervenção pedagógica;Conectores contrastivos
Data do documento: 2021
Citação: LIMA, Patrícia da Silva. Abordagem didática e uso dos conectores contrastivos em artigos de opinião de alunos do 9º ano: proposta de intervenção. Orientadora: Maria Claudete Lima. 2021. 142 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: A necessidade de um ensino de gramática contextualizado já é consenso na literatura e nos documentos oficiais. Todavia, a prática de ensino de gramática nas escolas ainda não atingiu o ideal preconizado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e pela recente Base Nacional Comum Curricular. O ensino dos conectores, por exemplo, a despeito do seu papel na produção de texto, costuma se limitar à identificação das conjunções e à classificação das orações conforme a tradição gramatical (LIMA, 2011; BECHARA, 2009). No âmbito da Linguística, especialmente, no Funcionalismo e na Linguística Textual, o valor argumentativo e coesivo dos conectores é largamente reconhecido (KOCH, 2011; NEVES, 2011b). Os conectores contrastivos, em especial, servem para estruturar a argumentação, introduzindo argumentos e contra-argumentos. Segundo Neves (2011a), os conectores de oposição e de concessão podem expressar diversas relações semânticas, vistas em um continuum de oposição e admissão, que vai de um grau mínimo de oposição, quando há apenas uma desigualdade entre os termos, a um grau máximo de oposição, quando a segunda oração anula a primeira. Parte ainda de um grau mínimo de admissão, que é o reconhecimento de existência do argumento da primeira oração a um grau máximo que constitui a concessão. Com o fim de diagnosticar o ensino/aprendizagem dos conectivos nos anos finais do ensino fundamental, realizou-se uma pesquisa exploratória que avaliou o emprego dos conectivos em 27 artigos de opinião produzidos por alunos do 9º ano de uma escola pública municipal de Fortaleza e 381 atividades sobre conectores retiradas de livros didáticos de língua portuguesa do 8º e 9º ano de duas coleções didáticas. Na análise das atividades, levou-se em consideração o tipo de questão (metalinguística, epilinguística, produtiva e normativa); os eixos de ensino de gramática (VIEIRA, 2017); e o tipo de conector. Os resultados mostraram que (1) os alunos raramente empregam conectores para explicitar as relações de sentido; (2) o único conector de oposição utilizado nas produções dos alunos foi o mas, o que demonstra o baixo repertório de conectores por parte do alunado e, ao mesmo tempo, reafirma o caráter prototípico do mas; (3) os conectores contrastivos são explorados em 11,5% do total de atividades sobre conectores o que reforça seu grau de importância; (4) a maioria das questões pauta-se no uso dos conectores contrastivos em dado contexto; (5) a heterogeneidade linguística praticamente não é explorada nas atividades referentes aos conectores de modo geral e, em especial, aos conectores contrastivos. Esses dados justificam uma intervenção pedagógica que objetive ampliar o repertório dos conectores contrastivos e a adequação do seu uso, especialmente, em artigos de opinião. Para tanto, apresenta-se uma proposta pedagógica constituída de sete oficinas que tratam do reconhecimento e uso adequado dos conectores de oposição e contraste em artigos de opinião. Trata-se de um Caderno Pedagógico adaptável à realidade do professor que possibilita a exploração dos conectores contrastivos nos três eixos de ensino da gramática: (1) sistematicidade; (2) interatividade e (3) heterogeneidade. Assim, este trabalho representa uma contribuição para o ensino de gramática calcado no desenvolvimento da competência comunicativa do aluno.
Abstract: The need for a contextualized teaching of grammar is already a consensus in the literature and in official documents. Nevertheless, the practice of grammar instruction in schools has not yet reached the ideal recommended by the National Curricular Parameters and by the recent Common National Curricular Base. The teaching of connectives, for instance, despite their role in text production, is usually limited to the identification of conjunctions and the classification of clauses in accordance with the grammatical tradition (LIMA, 2011; BECHARA, 2009). In the field of Linguistics, especially in Functionalism and Textual Linguistics, the argumentative and cohesive value of connectors is widely recognized (KOCH, 2011; NEVES, 2011b). Contrastive connectors, in particular, have the function to structure the argumentation, introducing arguments and counter-arguments. According Neves (2011a), connectors of opposition and concession can express various semantic relations, such as opposition, restriction, inference negation, contrast, compensation. Such relations can be seen in a continuum of opposition and admission, which goes from a minimum degree of opposition, when there is only an inequality between the terms, to a maximum degree of opposition, when the second clause cancels the first. It also starts from a minimum degree of admission, which is the recognition of the existence of the argument of the first sentence to a maximum degree that constitutes the concession. In order to diagnose the teaching/learning of connectives in the final years of Elementary School, we conducted an exploratory research that evaluated the use of connectives in 27 opinion articles produced by 9th grade students from a public school in Fortaleza and 381 activities about connectives taken from 8th and 9th grade Portuguese language textbooks from two collections of PNLD-2020. In the analysis of the activities, the type of question (metalinguistic, epilinguistic, productive, and normative); the axes of grammar teaching (VIEIRA, 2017); and the type of connective were taken into consideration. The results showed that (1) students rarely use connectives to explain meaning relations; (2) the only connector of opposition used in the students' productions was but, which demonstrates the students' low repertoire of connectors and, at the same time, reaffirms the prototypical character of the conjunction but; (3) contrastive connectors are explored in 11.5% of the total activities on connectives, which reinforces their degree of importance; (4) most of the questions focus on the use of contrastive connectors in a given context; (5) linguistic heterogeneity is hardly explored in the activities concerning connectors in general and contrastive connectors in particular. These data justify a pedagogical intervention that aims to expand the repertoire of contrastive connectors and the appropriateness of their use, especially in opinion articles. To this end, we present a pedagogical proposal consisting of seven workshops that deal with the recognition and appropriate use of opposition and contrast connectors in opinion articles. It is a pedagogical manual that can be adapted to each teacher's reality, and that allows the exploration of contrastive connectors in the three axes of grammar teaching: (1) systematicity; (2) interactivity and (3) heterogeneity. Thus, this work represents a contribution to the teaching of the grammar teaching based on the development of communicative competence.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/59468
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