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Tipo: Tese
Título : Autolesão na era da informação: abordagem sociológica acerca de uma subcultura juvenil contemporânea
Autor : Cavalcante, João Paulo Braga
Tutor: Paulino, Antônio George Lopes
Palabras clave : Adolescentes;Automutilação;Autolesão
Fecha de publicación : 2015
Citación : CAVALCANTE, João Paulo Braga. Autolesão na era da informação: abordagem sociológica acerca de uma subcultura juvenil contemporânea. 2015. 224f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2015.
Resumen en portugués brasileño: Esta pesquisa aborda o fenômeno conhecido como automutilação ou autolesão, particularmente sua manifestação entre adolescentes, e que pode ser entendido como sendo o ato intencional de causar algum tipo de dano ao próprio corpo sem, no entanto, visar o suicídio, mesmo que este acidentalmente ocorra. Às vezes também associada a alguns tipos de transtornos mentais, como o transtorno de personalidade borderline ou limítrofe, a conduta autolesiva – cortar-se, queimar-se com pontas de cigarro, autoenvenenar-se dentre outros – tem sido tema de estudos, em grande parte, concentrados na área médica e psicológica. Boa parte destas pesquisas encara este fenômeno numa perspectiva de doença e tratamento, às vezes em ambientes clínicos, onde é menos relacionado a contextos mais abrangentes de experiências do indivíduo. Por esta razão, a investigação ora proposta é uma tentativa de compreender a conduta autolesiva a partir de uma abordagem sociológica, de modo a privilegiar contextos sociais e interpessoais interligados a este fenômeno, muitas vezes referido estritamente como um comportamento autodestrutivo. Em outras palavras, a ideia aqui presente, em síntese, é dar relevância ao ambiente externo ou contexto e sua relação com o modo como indivíduos lidam com suas emoções e sua identidade. Assim, tendo em vista o atual crescimento da autolesão entre adolescentes, particularmente sua manifestação em forma de cortes, como tem sido noticiado em diversos meios de comunicação no Brasil e no mundo, partiu-se da hipótese de que, muito mais que um transtorno interno, a automutilação pode estar relacionada aos processos ou transformações da sociedade da informação contemporânea, tais como consumismo, individualização, mudanças de valores, onipresença da tecnologia digital no cotidiano, o que também afeta mesmo os aspectos mais íntimos da vida social. Estas e outras considerações, no entanto, carecem ou necessitam de pesquisa empírica. Deste modo, dado a abordagem adotada, a investigação foi realizada a partir de contextos práticos de experiência social, considerando tanto lugares físicos, como também ambientes virtuais em torno dos quais supostamente práticas de automutilação vinham ocorrendo ou sendo veiculadas, em cada caso. Os espaços urbanos da cidade de Fortaleza, Brasil, foram aqueles apropriados por adolescentes e jovens que se identificam com os gêneros de rock pós-punk e pós-hardcore, em torno dos quais orbitam subculturas urbanas, tais como góticos, punks, emos ou mesmo simpatizantes. Muitos destes encontros tornaram-se conhecidos como pontos de encontro da subcultura emo, por vezes referida pelos outsiders a ela como sendo uma “tribo” de adolescentes excessivamente emotivos, que cultuam ou vêem como normais o suicídio e a depressão. Concomitante aos trabalhos de campo, realizados entre agosto de 2011 a fevereiro de 2013, a automutilação foi observada no ambiente virtual da rede social Tumblr, onde conteúdos relacionados a esta prática vinham crescendo mais ou menos no mesmo período, em postagens de blogs de adolescentes e jovens. Através de métodos que incorporam a perspectiva etnográfica aliada ao uso de entrevistas, dentre outros materiais de coleta de dados, este trabalho procura explorar outros aspectos e lançar novos questionamentos para além da visão clínica em torno da automutilação.
Abstract: This research deals with the phenomenon known as self-mutilation or self-injury, particularly its manifestation among teenagers, which can be understood as the intentional act of causing any harm to the body itself without, however, strive to suicide, even if this occurs accidentally. Sometimes also associated with some types of mental disorders, such as borderline or borderline personality disorder, conduct autolesiva - cut themselves, burning with cigarette butts, autoenvenenar up among others - has been the subject of studies in large part, focused on the medical and psychological area. Much of this research takes this phenomenon from the perspective of disease and treatment, sometimes in clinical settings, where it is less related to broader contexts of individual experiences. For this reason, the research proposed here is an attempt to understand the autolesiva conduct from a sociological approach in order to favor social and interpersonal contexts linked to this phenomenon, often referred to as a strictly self-destructive behavior. In other words, the idea here present, in short, is to give relevance to the external environment or context and its relation to how individuals deal with their emotions and their identity. Thus, given the current growth of self-injury among adolescents, particularly its manifestation in the form of cuts, as has been reported in various media in Brazil and in the world, broke the hypothesis that, much more than an internal disorder , self-injury may be related to processes or changes in society of contemporary information such as consumerism, individualisation, changing values, ubiquity of digital technology in daily life, which also affects even the most intimate aspects of social life. These and other considerations, however, require or require empirical research. Thus, given the approach taken, the research was carried out from practical contexts of social experience, considering both physical places, as well as virtual environments around which supposedly self-mutilation practices were occurring or being conveyed in each case. The urban spaces of the city of Fortaleza, Brazil, were those appropriate for teens and young people who identify with the post-punk genres of rock and post-hardcore, around which orbit urban subcultures, such as Goths, punks, emos or even sympathizers. Many of these meetings became known as points against the emo subculture, sometimes referred to by outsiders to it as a "tribe" of overly emotional teenagers who worship or see as normal suicide and depression. Concurrent to the field work, carried out between August 2011 to February 2013, self-injury was observed in the virtual environment of the social network Tumblr, where content related to this practice had been growing at about the same period, adolescents and blog posts young people. By methods that incorporate ethnographic perspective combined with the use of interviews, among other data collection materials, this paper seeks to explore other aspects and launch new questions in addition to the clinical view around the self-mutilation.
URI : http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50069
Aparece en las colecciones: PPGS - Teses defendidas na UFC

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