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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/48046
Tipo: | Dissertação |
Título: | Análise dos resultados maternos e neonatais associados às intervenções realizadas durante o trabalho de parto de nulíparas de baixo custo |
Autor(es): | Coelho, Tatiane da Silva |
Orientador: | Damasceno, Ana Kelve de Castro |
Palavras-chave: | Trabalho de Parto;Tocologia;Parto Humanizado;Obstetrícia;Enfermagem Obstétrica;Pesquisa sobre Serviços de Saúde |
Data do documento: | 15-Abr-2019 |
Citação: | COELHO, T. S. Análise dos resultados maternos e neonatais associados às intervenções realizadas durante o trabalho de parto de nulíparas de baixo custo. 2019. 155 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019. |
Resumo: | OBJETIVO: Analisar os resultados maternos e neonatais associados às intervenções realizadas durante o trabalho de parto e parto de nulíparas de baixo risco. MÉTODO: estudo observacional, transversal, descritivo e prospectivo, em uma maternidade terciária do estado do Ceará, com 534 parturientes de baixo risco. Foram incluídas: parturientes que nunca pariram e ausência de comorbidades maternas ou fetais. Foram excluídas: as parturientes que se tornaram alto risco durante o trabalho de parto. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a agosto de 2018, em duas etapas: preenchimento de um questionário a partir da observação da assistência ao trabalho de parto e parto, prestada pela equipe multiprofissional, respondidas pelo observador e, a busca de dados nos prontuários. Foram contempladas as variáveis sociodemográficas, antecedentes obstétricos, intervenções no trabalho de parto e parto, desfecho materno e neonatal. A pesquisa seguiu os preceitos éticos e legais da Resolução 466/12 e foi aprovada pelo CAAE 82266317.0.0000.5050. Foram realizados testes de Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, IC 95% e erro de 5%, p<0,05. RESULTADOS: A amostra foi composta por mulheres entre 13 e 39 anos, 69,8% entre 20 e 35 anos, maioria possuía companheiro 51,5%, autodeclaradas pardas 63,5% e procedentes da capital e região metropolitana de Fortaleza 91,9%, entre 6 e 10 anos de estudo 57,5%, maioria sem atividade remunerada 68,3%. Antecedentes obstétricos: 89,9% das mulheres eram primigestas, com idade gestacional entre 37s e 41s4d, média de 7 consultas de pré-natal. Presença de acompanhante 96,4%; ingesta de líquidos livre demanda 78,3%; Partograma 73%; Métodos não Farmacológicos para alívio da dor 65,7% e movimentação durante o trabalho de parto 75%. Intervenções no trabalho de parto: admissão precoce 40,8%; Cardiotocografia na admissão 90,3%; venóclise 64,8%; amniotomia 38%; No parto: prevalência da posição supina/semi-sentada 74%, incentivo a Manobra de Valsalva 72,1%; mais de 4 profissionais/estudantes no parto 76,8%; analgesia farmacológica 8,6%. Percentual de cesariana de 39,5%. Apenas 31% das mulheres não receberam nenhum tipo de intervenção durante o trabalho de parto, 41,2% das mulheres receberam pelo menos uma intervenção. Para desfechos maternos observou-se associação entre as intervenções Manobra de Kristeller com Hemorragia pós-parto (p=0,036) e laceração perineal de grau II (p=0,006); manobra de Valsalva e laceração perineal (p=0,006); posição não vertical e laceração perineal (p<0,001). Para desfechos neonatais observou-se que a realização das intervenções durante o trabalho de parto e parto mostraram-se como fator “protetor”, a realização de amniotomia esteve associada a menor necessidade de oxigênio (O2) após o parto (p=0,001) e neonatos encaminhados ao alojamento conjunto (p=0,006). A utilização de ocitocina esteve associada a menor necessidade de O2 (0,043), escore de Apgar ≥ 7 no quinto minuto de vida (p=0,046) e neonatos encaminhados ao alojamento conjunto (p=0,027). A realização de episiotomia esteve associada a menor necessidade de O2 (p=0,017) e recém-nascidos encaminhados ao alojamento conjunto (p=0,017). A Manobra de Valsalva associou-se com menor necessidade de realização de ventilação por pressão positiva (p=0,038), menor necessidade de O2 (p<0,000), escore de Apgar ≥ 7 no quinto minuto (p=0,047) e recém-nascidos em alojamento conjunto (p=0,016). O tempo de período expulsivo prevalente foi de até 2 horas. Houve associação do incentivo a manobra de Valsalva com expulsivo mais curto e analgesia de parto com expulsivos mais longos. Verificou-se que os recém-nascidos eram retirados do contato pele a pele com a mãe sem que houvesse justificativa como: necessidade de ventilação por pressão positiva, uso de O2 e/ou Apgar < 7 no 5º minuto. CONCLUSÃO: A implementação das Boas Práticas é uma rotina do serviço. Com exceção da analgesia de parto, todas as demais intervenções tiveram frequências elevadas. Elevado percentual de cesarianas. As intervenções no trabalho de parto e parto podem reduzir o tempo de período expulsivo, porém apresentam risco aumentado para hemorragia pós-parto. Para os desfechos neonatais a realização das intervenções mostrou-se como fator “protetor” para desfechos dos recém-nascidos. O tempo de período expulsivo prevalente foi de até 2 horas. Houve associação entre o incentivo a Manobra de Valsalva e tempo de expulsivo mais curto e associação da analgesia de parto com expulsivos mais longos. Recém-nascidos hígidos, foram retirados do contato pele a pele mesmo sem a necessidade de ventilação por pressão positiva, uso de O2 ou Apgar < 7 no 5º minuto. |
Abstract: | OBJECTIVE: To analyze maternal and neonatal outcomes associated with interventions performed during labor and delivery of low-risk nulliparous women. METHOD: observational, cross-sectional, descriptive and prospective study in a tertiary maternity hospital in the state of Ceará, with 534 low-risk parturients. We included: parturients who never gave birth and no maternal or fetal comorbidities. The following were excluded: parturients who became high risk during labor. Data collection was carried out from February to August 2018, in two stages: completion of a questionnaire from the observation of assistance to labor and delivery, provided by the multidisciplinary team, answered by the observer, and the search for data. in the medical records. Sociodemographic variables, obstetric antecedents, interventions in labor and delivery, maternal and neonatal outcome were considered. The research followed the ethical and legal precepts of Resolution 466/12 and was approved by CAAE 82266317.0.0000.5050. Pearson's chi-square and Fisher's exact tests were performed, 95% CI and 5% error, p <0.05. RESULTS: The sample consisted of women between 13 and 39 years old, 69.8% between 20 and 35 years old, most had a partner 51.5%, self-declared brown 63.5% and from the capital and metropolitan region of Fortaleza 91.9 %, between 6 and 10 years of study 57.5%, most without paid activity 68.3%. Obstetric background: 89.9% of women were primiparous, with gestational age between 37s and 41s4d, average of 7 prenatal consultations. Companion presence 96.4%; free liquid intake demand 78.3%; Partogram 73%; Non-pharmacological methods for pain relief 65.7% and movement during labor 75%. Interventions in labor: early admission 40.8%; Cardiotocography on admission 90.3%; venoclysis 64.8%; amniotomy 38%; At childbirth: prevalence of supine / semi-seated position 74%, encouragement of Valsalva Maneuver 72.1%; more than 4 professionals / students in childbirth 76.8%; pharmacological analgesia 8.6%. Cesarean section percentage of 39.5%. Only 31% of women received no intervention during labor, 41.2% of women received at least one intervention. For maternal outcomes, an association was observed between interventions Kristeller maneuver with postpartum hemorrhage (p = 0.036) and grade II perineal laceration (p = 0.006); Valsalva maneuver and perineal laceration (p = 0.006); non-vertical position and perineal laceration (p <0.001). For neonatal outcomes, it was observed that performing interventions during labor and delivery proved to be a “protective” factor, performing amniotomy was associated with lower oxygen demand (O2) after delivery (p = 0.001) and neonates referred to the rooming-in (p = 0.006). The use of oxytocin was associated with lower O2 requirement (0.043), Apgar score ≥ 7 in the fifth minute of life (p = 0.046) and neonates referred to the rooming-in (p = 0.027). Episiotomy was associated with lower need for O2 (p = 0.017) and newborns referred to rooming-in (p = 0.017). Valsalva maneuver was associated with lower need for positive pressure ventilation (p = 0.038), lower need for O2 (p <0.000), Apgar score ≥ 7 in the fifth minute (p = 0.047) and newborns in joint housing (p = 0.016). The prevalent expulsive period time was up to 2 hours. There was an association of incentive with Valsalva maneuver with shorter expulsive and labor analgesia with longer expulsives. It was found that the newborns were removed from skin-to-skin contact with the mother without justification such as: need for positive pressure ventilation, use of O2 and / or Apgar <7 in the 5th minute. CONCLUSION: The implementation of Good Practices is a service routine. With the exception of labor analgesia, all other interventions had high frequencies. High percentage of caesarean sections. Interventions in labor and delivery may reduce expulsion time but are at increased risk for postpartum hemorrhage. For neonatal outcomes, performing interventions proved to be a “protective” factor for newborn outcomes. The prevalent expulsive period time was up to 2 hours. There was an association between incentive to Valsalva Maneuver and shorter expulsive time and association of labor analgesia with longer expulsives. Healthy newborns were removed from skin-to-skin contact even without positive pressure ventilation, use of O2 or Apgar <7 in the 5th minute. |
URI: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48046 |
Aparece nas coleções: | DENF - Dissertações defendidas na UFC |
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