Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/46141
Tipo: Tese
Título: O Kaus de Jorge Mautner: escrita e temporalidade (1950-1960)
Autor(es): Chaves, Reginaldo Sousa
Orientador: Ramos, Francisco Régis Lopes
Palavras-chave: Jorge Mautner;Writing;Temporalities;Kaos
Data do documento: 2019
Citação: CHAVES, Reginaldo Sousa. O Kaus de Jorge Mautner: escrita e temporalidade (1950-1960). 2019. 332f. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-graduação em História, Fortaleza (CE), 2019.
Resumo: No presente trabalho estabelecemos a leitura histórica da literatura de Jorge Mautner e daquilo que ele chama de Kaos. Diante disso, buscamos problematizar o arquivamento de sua vida e obra na condição de “proto-tropicalistas”, a partir de 1970. Assim, discutimos como o Tropicalismo passou de explosão alegórica a monumento cultural institucionalizado e de que forma a trajetória mautneriana foi suturada a esse “movimento”. Para isso, buscamos liberar outras possibilidades interpretativas de sua produção escritural para além de sua classificação como “precursor” da Tropicália. Em seguida, estabelecemos uma distinta série em que a produção mautneriana entra em ressonâncias com outras, as quais pertencem a moderna cultura artística brasileira das décadas de cinquenta e sessenta. Dessa maneira, trata-se da construção de um atlas histórico-cultural a partir da discussão de obras e artistas concretistas, surrealistas, beat- surrealistas e cepecistas responsáveis por contribuírem para configuração de polaridades em conflito que formavam um campo dialético: revolução e rebelião, militância e alienação, arcaico e moderno. Sendo que no centro dessas contradições estão as variadas práticas escriturais com suas formas de organização das relações entre passado, presente e futuro os quais se confrontam com as teleologias de sua época. Com isso, é a partir dessa coleção histórica que mostramos como Mautner propõe os seus romances como montagens literárias de diversas mitologias políticas e temporalidades. Assim, o Kaos se mostra como uma discussão sobre o romantismo, o corpo, a sexualidade, a rebeldia jovem, a revolução e os povos sublevados. Portanto, através de uma leitura em rede, confrontamos a constelação de tempos de outros intelectuais, como Mário Schenberg, Vicente Ferreira da Silva e Oswald de Andrade que imaginaram um mundo em que ócio mítico (passado) e mundo técnico (futuro) se combinariam com políticas temporais que estavam em estreita ligação com o ideário do Kaos.
Abstract: In the present work we establish the historical reading of Jorge Mautner’s literature and of what he calls Kaos. In view of this, we seek to problematize the archiving of his life and work in the condition of "proto-tropicalists", from 1970. Thus, we discuss how Tropicalism went from allegorical explosion to institutionalized cultural monument and in what way the Mautnerian trajectory was saturated to this "movement". For this, we seek to release other interpretative possibilities of his scriptural production that are beyond the classification as "precursor" of Tropicália. Next, we establish a distinctive series in which Mautner's production resonates with others that belong to the modern Brazilian artistic culture of the fifties and sixties. In this way, we are talking about the construction of a historical-cultural atlas based on the discussion of concretist, surrealist, beat-surrealist and cepecist works and artists responsible for contributing to the configuration of conflicting polarities that formed a dialectical field: revolution and rebellion, militancy and alienation, archaic and modern. Given that at the center of these contradictions are the varied scriptural practices with their organization forms of the relations between past, present and future, which are confronted with the teleologies of their time. With this, it is from this historical collection that we show how Mautner proposes his novels as literary montages of diverse political mythologies and temporalities. Thus, the Kaos shows itself as a discussion of romanticism, body, sexuality, youthful rebellion, revolution, and insurgent people. Therefore, through a network reading, we confront the time constellation of other intellectuals such as Mário Schenberg, Vicente Ferreira da Silva and Oswald de Andrade, who imagined a world in which mythical leisure (past) and technical world (future) would combine with temporal policies that were in close connection with the ideals of Kaos.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46141
Aparece nas coleções:PPGH - Teses defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2019_tese_rschaves.pdf3,97 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.