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Tipo: Resumo
Título: Conversações e brincadeiras em campo: o ponto de vista das crianças sobre a destruição do vínculo de parentesco numa favela à beira-mar em Fortaleza
Autor(es): Aguiar, Deiziane Pinheiro
Sá, Leonardo Damasceno de
Palavras-chave: Favela;Crianças;Violência
Data do documento: 2016
Instituição/Editor/Publicador: Universidade Federal do Ceará
Citação: AGUIAR, Deiziane Pinheiro; SÁ, Leonardo Damasceno de. Conversações e brincadeiras em campo: o ponto de vista das crianças sobre a destruição do vínculo de parentesco numa favela à beira-mar em Fortaleza. Revista Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 1, n. 1, 2016. (Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação, 9)
Resumo: O objetivo deste artigo é descrever e problematizar a construção de um acesso etnográfico com crianças moradoras de uma favela à beira-mar em Fortaleza. Desde que iniciei etnografia com crianças, em 2014, tenho me questionado sobre como elaborar a inserção com esses sujeitos sociais. Atualmente, estou acompanhando uma família que perdeu um jovem chacinado em agosto de 2015 no Serviluz, no segmento da Estiva, área de conflito armado classificada localmente como uma das mais bem armadas e com o “comando” de tráfico mais organizado e equipado. A mãe e os três irmãos do jovem presenciaram a execução dentro de casa. Rosa (8 anos), Eduardo (11 anos) e Carlos (12 anos) relataram suas lembranças, saudades e possibilidades de um futuro distinto do irmão assassinado, que era reconhecido como estando envolvido no crime. Rosa é a que mais se expressa sobre isso, narrando as brincadeiras que tinha com o irmão e não crê no evento: “Eu me belisquei para saber se era verdade”. Eduardo raramente se manifesta, quase sempre em silêncio quando a família comenta sobre o fato. Carlos problematiza a questão num outro aspecto: “O crime não compensa, o crime é mau”. Foi nesse contexto de interação que duas ferramentas metodológicas foram sendo elaboradas: a brincadeira e a conversação com as crianças. Na busca de acessar seus modos de falar, silêncios e manifestações em situações de perda por violência letal e de esgarçamento da rede de relações sociais, mas também do laço parental. A convergência entre brincadeira e conversação tem possibilitado uma ampliação da experiência de campo, principalmente, no que tange à construção do difícil acesso aos eventos críticos de violência letal sofrido e presenciado pelos sujeitos. Os discursos com seus silêncios e as práticas socioculturais das crianças, como avaliam os eventos e como tais situações influenciam no imaginário infantil são os elementos principais da análise da agência simbólica e moral delas.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/45451
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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