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Tipo: Dissertação
Título: Parasitismo duodenal de Leishmania spp. em pacientes com coinfecção HIV/Leishmania
Título em inglês: Duodenal parasitism by L.spp. in HIV/Leishmania coinfected patients
Autor(es): Ciarlini, Nerci de Sá Cavalcante
Orientador: Souza, Anastácio de Queiroz
Palavras-chave: HIV;Síndrome de Imunodeficiência Adquirida;Leishmaniose Visceral;Obstrução Duodenal
Data do documento: 23-Ago-2018
Citação: CIARLINI, N. S. C. Parasitismo duodenal de Leishmania spp. em pacientes com coinfecção HIV/Leishmania. 2018. 75 f. Dissertação (Mestrado em Patologia) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) apresenta alta incidência e morbidade no mundo e no Brasil. A associação da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) com o protozoário Leishmania spp. caracteriza a coinfecção HIV/Leishmania. Esta coinfecção é considerada uma doença emergente, de alta gravidade em várias regiões do mundo e tem contribuído para o aumento da letalidade. Pacientes coinfectados podem apresentar manifestações pouco usuais, como o acometimento por Leishmania na mucosa do trato gastrointestinal e do duodeno, em particular, podendo esta condição ser inicialmente diagnosticada através da biópsia duodenal. Este trabalho tem como objetivo caracterizar os pacientes com coinfecção HIV/LV, com biópsia duodenal positiva para leishmânia e quantificar o parasitismo por formas amastigotas no exame histopatológico da mucosa duodenal destes pacientes, assim como, descrever as alterações inflamatórias da mucosa duodenal. Esta é a primeira série descritiva das características da mucosa duodenal e do parasitismo duodenal de 25 pacientes coinfectados HIV/LV, atendidos no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza-Ceará, no período de 2011 a 2017. A idade média dos pacientes foi de 43 anos (DP +-10,27). Um total de 80% de coinfectados era do sexo masculino e 69,6% dos pacientes eram etilistas. Os achados clínicos, mais comuns foram astenia, hepatomegalia e esplenomegalia. Pancitopenia foi um achado comum. Mielograma foi realizado em 64% dos pacientes, sendo positivo em 81%. A média de LTCD4+ foi de 113,78/mm3 e a carga viral de 72.278 cópias virais/mL. No universo de pacientes, 72% deles já haviam sido tratados para LV, em algum momento da vida. Os macrófagos encontravam-se intensamente parasitados, com 64% das biópsias contendo acima de 120 macrófagos parasitados/10CGA. Houve associação significativa entre a baixa contagem de LTCD4 e carga parasitária duodenal elevada (p= 0,009). A intensidade do infiltrado inflamatório da mucosa duodenal variou de leve a acentuado. Em 16% dos casos houve evolução para óbito, no período da internação em que foi realizada a biópsia duodenal. Em pacientes coinfectados, a acentuada depleção de LTCD4 no intestino delgado o torna um local propício para persistência da leishmânia, explicando as altas taxas de reinternamentos encontradas nesta população. Assim, um paciente coinfectado HIV/LV, com biópsia duodenal positiva para leishmânia está sob grande risco de recidivas, devendo ter acompanhamento mais frequente, só devendo ter alta do tratamento após certificação de eliminação do parasita do TGI. Nossos resultados contribuem para aumentar nosso conhecimento sobre as infecções por HIV/LV, ajudando a implementar estratégias de tratamento e controle dessas doenças.
Abstract: Visceral leishmaniasis (VL) has a high incidente and morbidity in the world and in Brazil. The associated infection by the human immunodeficiency virus (HIV) and the protozoan Leishmania spp. characterizes the HIV/Leishmania (HIV/VL) coinfection, which is considered a serious ermerging disease in various regions of the world with a high mortality rate. Coinfected patients may have unusual manifestations, such as the presence of Leishmania in the gastrointestinal mucosa and in the duodenum in particular. This condition might be initially diagnosed by the means of a duodenal biopsy. The current study aims to characterize HIV/VL coinfected patients with positive duodenal biopsy for Leishmania, to quantify the duodenal parasite burden, and to describe the inflammatory changes in the mucosa. This is the first description of a series of patients with HIV/VL coinfection and positive parasitism of the duodenal mucosa. We studied a total of 25 such patients from an Infectious Diseases reference hospital (São José Hospital) in Fortaleza- Ceará, Brazil, diagnosed between 2011 and 2017. The average age was 43 years of age (SD 10.27). 80% were male, and 69.6% reported alcohol consumption. The average peripheral blood CD4+ T lymphocytes was 113.78/mm3, and the average viral load was 72,278 copies/mL. 72% had already been previously treated for VL. The macrophages seen in the duodenum were heavily parasitized, with the biopsies of 64% of the patients containing more than 120 affected macrophages/10hpf. There was a significant association between low peripheral blood CD4+ T cell count and high duodenal parasitic load (p = 0.009). The degree of the mucosal inflammatory infiltrate varied from mild to dense. 16% of the patients died during the hospital admission in which the duodenal biopsy was performed. In coinfected HIV/VL patients, the marked depletion of CD4+ T cells in the small bowel makes this location a suitable place for the persistence of Leishmania, explaining the high rates of recurrence found in this population. Thus, a coinfected patient with positive duodenal biopsy for Leishmania is at great risk of developing relapses, warranting a closer follow-up, and potentially should only discontinue treatment for Leishmania after elimination of the parasite from the GI tract. Our findings contribute to increasing our understanding of the HIV/VL coinfection and help establish further strategies for the treatment and control of these diseases.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40448
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