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Tipo: Tese
Título: Automedicação no Brasil: dimensões de uma prática
Autor(es): Fernandes, Maria Eneida Porto
Orientador: Arrais, Paulo Sérgio Dourado
Palavras-chave: Uso de Medicamentos;Automedicação;Fatores Socioeconômicos;Farmacoepidemiologia
Data do documento: 27-Mar-2018
Citação: FERNANDES, M. E. P. Automedicação no Brasil: dimensões de uma prática. 2018. 198 f. Tese. (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Resumo: O medicamento, importante bem social e considerado insumo estratégico no desenvolvimento das ações de saúde, tem nos últimos anos, a ampliação de sua disponibilidade, qualidade e uso racional, implementados no Brasil, por iniciativas governamentais através de políticas farmacêuticas. Apesar dos avanços, encontra obstáculos em sua execução uma vez que persistem, no país, dificuldade no acesso, demora e questionada qualidade na prestação dos serviços de saúde oferecidos à população. Soma-se a esses aspectos, as práticas mercadológicas, a facilidade na aquisição dos produtos, aliadas à crença de que os medicamentos tudo resolvem, constituindo fatores importantes para o exercício da automedicação. Centralizado nessa alternativa de tratamento, o propósito dessa tese é analisar a prevalência e os fatores associados à automedicação no Brasil. Mediante inquérito transversal de base populacional, o estudo foi desenvolvido utilizando dados da Pesquisa Nacional de Acesso Utilização e Promoção do Uso Racional de medicamentos (PNAUM), no período de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, por meio de 41433 entrevistas em domicílio nas cinco regiões geográficas do Brasil. Todas as pessoas que referiram usar qualquer medicamento sem prescrição por médico ou dentista foram classificadas como praticantes de automedicação. Foram calculadas razões de prevalência bruta e ajustada (regressão de Poisson) e seus respectivos intervalos de confiança de95% na investigação dos fatores associados ao consumo de medicamentos por automedicação. As variáveis independentes foram: aspectos sóciodemográficos, de condições de saúde e de acesso e utilização de serviços de saúde. Adicionalmente, foram identificados os medicamentos mais consumidos por automedicação. Observou-se que a prevalência da automedicação no Brasil foi de 16,1% (IC95% 15,0–17,5), sendo maior na região Nordeste (23,8%; IC95% 21,6–26,2). Após análise ajustada, a automedicação mostrou-se associada ao sexo feminino, pertencer às faixas etárias 10-19 anos, 20-29 anos, 40-59 anos e 60 anos ou mais, residir na região Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, e ter uma ou duas ou mais doenças crônicas. Os analgésicos e os relaxantes musculares foram os grupos terapêuticos mais utili-zados por automedicação, sendo a dipirona o fármaco com maior consumo. No geral, a maioria dos medicamentos usados por automedicação foi classificada como isentos de prescrição (65,5%). Pode-se afirmar que a automedicação é prática cor- rente no Brasil e envolve, principalmente, o uso de medicamentos isentos de prescrição, devendo os usuários ficarem atentos aos seus possíveis riscos.
Abstract: The drugs are important social assets, being considered as strategic inputs in the development of health actions. They have, in recent years, the magnification of your availability, quality and rational use, implemented in Brazil, by governmental initia-tives through pharmaceutical policies. In spite of the advances, it finds obstacles in your execution, since there are still in the country difficulty of access, delay and ques-tionable quality in the provision of the health services offered to the population. It is added to these aspects, the marketing practices, the ease acquisition of the prod-ucts, allied to the belief that the medicines all solve, being important factors for the exercise of the self-medication. Centralized in this treatment alternative, the purpose of this study is to analyze the prevalence and factors associated with self-medication in Brazil. Based on a cross-sectional population-based survey, the study was con-ducted using data from the National Survey on Access, Use and Promotion of Ra-tional Use of Medicines (PNAUM) from September 2013 to February 2014, through 41433 household interviews in the five regions of the Brazil. All people who reported using any non-prescription medication by physician or dentist were classified as self-medication practitioners. Gross and adjusted prevalence ratios (Poisson regression) and their respective confidence intervals were calculated. 95% in the investigation of the factors associated to the consumption of drugs by self-medication. The preva-lence of self-medication in Brazil was 16,1% (95% CI 15.0-17.5), being higher in the Northeast region (23,8%, 95% CI 21.6-26.2). After adjusted analysis, self-medication was associated with the female gender, belonging to the age groups 10-19 years, 20-29 years, 40-59 years and 60 years or more, living in the North, Northeast or Midwest regions, and have one or two or more chronic diseases. The analgesics, muscle re-laxants, anti-inflammatory and antirheumatic were the most used therapeutic groups for self-medication, with metamizole (15.4%)being the drug with the highest con-sumption. Overall, most of the drugs used for self-medication were classified as non-prescription, as OTC (65,5%). It can be concluded that self-medication is current practice in Brazil and mainly involves the use of non-prescription drugs, and users should be aware of their possible risks.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/33674
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