Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/17484
Type: Artigo de Periódico
Title: Nava, leitor de Proust
Authors: Garcia, Celina Fontenele
Keywords: Pedro Nava;Proust;Leitura
Issue Date: 1994
Publisher: Revista de Letras
Citation: Garcia, C. F. (1994)
Abstract in Brazilian Portuguese: Estudaremos a obra de Pedro Nava como leitor de Proust sob os seguintes aspectos: 1 -Nas referências feitas a Proust, À la recherche e a seus personagens; nas comparações das pessoas/personagens de Nava ("quando descrevo as pessoas, elas se transformam em meus personagens") com as obras de arte - pintura, escultura - processo utilizado também por Proust; . 2 - Nas citações, utilizadas como epígrafes dos volumes; frases citadas como epígrafe servindo de traço de união ou de explicação prévia de um novo assunto; e frases no meio do texto para complementar o pensamento ou lançar para o leitor um caminho a seguir, para encontrar a estrutura da obra; 3 -E, finalmente as apropriações no estilo, no vocabulário e nos temas do tempo, da memória, da incomunicabilidade dos seres, da solidão, do esquecimento e da morte. O tema recorrente, como· um leit motiv é a perda no amor, a distância e o esquecimento final para recomeçar tudo de novo, com mais força, como no Bolero de Ravel. Nava ao construir sua obra o faz seguindo um determinado plano, segundo seus depoimentos: quer fazer um livro de memórias em que fiquem registrados todos os documentos familiares dos quais é depositário e ao mesmo tempo contenha sua confissão. Nessa confissão ele e~prega, frequentemente, as metáforas do Frankenstein, do caleidoscópio e do puzzle, para deixar claro ao leitor que sua obra, baseada em documentos, retratos e genealogias é, ao mesmo tempo, uma obra construi da de retalhos da memória, de histórias ouvidas e lidas, de livros lidos e apropriados, guardados no arquivo da memória. E, dentre esses livros lidos e apropriados se encontra À la recherche du temps perdu. Nava segue o caminho de Proust quando este declara que um escritor é um tradutor das sensações, logo, da realidade. Ele vai mais longe, por isso que sua obra excede à de Proust na amargura e na revolta, porque Nava, como tradutor da realidade pura e simples tem um "olho clínico" de 45 anos de consultório médico e de hospital, para conhecer a miséria humana com mais profundidade. Proust na composição de sua obra, busca a Arte, emite conceitos sobre a obra de arte, o livro, o escritor, o leitor, o tempo, a memória, a memória involuntária, o sofrimento, a velhice, a morte.
Description: GARCIA, Celina Fontenele. Nava, leitor de Proust. Revista de Letras, Fortaleza, v. 16, n. 1/2, p. 23-41, jan./dez. 1994.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/17484
ISSN: 0101-8051
Access Rights: Acesso Aberto
Appears in Collections:DLV - Artigos publicados em revistas científicas

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
1994_art_cfgarcia.pdf2,29 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.