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Tipo: Dissertação
Título: Ser criança: um estudo etnográfico sobre as práticas infantis no Parque Santa Filomena, Jangurussu, Fortaleza – CE
Título em inglês: Be child : an ethnographic study on practices for children in the Parque Santa Filomena , Jangurussu , Fortaleza - CE
Autor(es): Araújo, Francimara Carneiro
Orientador: Sá, Leonardo Damasceno de
Palavras-chave: Fear and play;Child;Crianças e violência - Jangurussu(Fortaleza,CE);Medo em crianças - Jangurussu(Fortaleza,CE);Brincadeiras - Aspectos sociais - Jangurussu(Fortaleza,CE);Crianças - Jangurussu(Fortaleza,CE) - Condições sociais
Data do documento: 2015
Instituição/Editor/Publicador: www.teses.ufc.br
Citação: ARAÚJO, Francimara Carneiro. Ser criança: um estudo etnográfico sobre as práticas infantis no Parque Santa Filomena, Jangurussu, Fortaleza – CE. 2015. 181f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2015.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo etnografar como é ser criança no Parque Santa Filomena e como a experiência da infância é concebida pelos dois universos geracionais: o das crianças e o dos adultos. Para isso, priorizamos como nossos interlocutores as crianças, questionando o modelo adultocêntrico que, mesmo nas pesquisas sobre crianças, as concebem a partir das falas dos adultos. O Parque Santa Filomena é uma comunidade do bairro Jangurussu, Fortaleza - CE, estigmatizada por ter sido fundada ao redor do “lixão” e por ser representada na grande imprensa como um território com altos índices de violência. Essa representação influencia no modo como os adultos concebem a infância, que passa a ser mobilizada pelo medo da violência e, em conjunto com as instituições frequentadas pelas crianças, adotam práticas de maior controle e disciplinamento como forma de prevenção a um devir violento e a construção de um “adulto ideal”. Em contraponto, as crianças resistem ao “mundo adulto” e criam suas próprias estratégias para fazer o que mais gostam: brincar na rua! O ato de brincar é significado pelas crianças como o demarcador da infância na comunidade, que vai deixando de ser criança quando perde o interesse por esta atividade. Analisamos ainda o encontro entre as crianças e a violência, como este fenômeno é conceituado pelas crianças e como elas o experienciam, sejam como agentes, vítimas ou ainda espectadoras. Por fim, nesta investigação, nos apoiamos na discussão atual em torno da Antropologia da Criança e da Sociologia da Infância. Todavia, outros atores e escolas do pensamento sociológico, por vezes, são acionados na perspectiva beckerniana do uso das teorias como “caixa de ferramentas”. Como “meio de acercamento” da realidade estudada, optamos pela etnografia, com observação participante e também utilizamos técnicas complementares de pesquisa, tais como, grupo focal, desenhos, fotografias, vídeo e entrevista.
Abstract: The aim of the present paper is to conduct etnography on what it is like to be a child in Parque Santa Filomena and how the childhood experience is conceived by two generational universes: the children’s a and adult’s one. In this regard, children were prioritized as interlocutors, questioning the adult-centric model, which even in the researches about children conceive them from an adults’ perspective. Parque Santa Filomena is a community within Jangurussu, Fortaleza-ce, stigmatized by the fact it was founded around a landfill and by being represented by the mainstream media as a territory with high violence rates. Such representation influences the way adults conceive childhood, who become mobilized by the fear of violence and, in conjunction with the institutions attended by children, adopt practices of great control and disciplining as a way to prevent from a violent become and to build and “ideal adult”. Nonetheless, children resist to the “adult world” and create their own strategies to do what they like the most: playing on the streets! The act of playing is signified as a demarcation of childhood in the community by children, who are no longer children when they lose interest in this activity. The encounter between children and violence was also analyzed, as well as how this phenomenon is conceptualized by children and how they experience it, either as agents, victims or even spectators. Lastly this investigation relied on the current discussion towards the Anthropology of Children and the Sociology of Childhood. Nevertheless, other actors and schools of thoughts were sometimes accessed upon the Beckernian approach in the use of theories such as “toolbox”. As a way to get close to the studied reality, ethnography with participative observation was chosen and other complementary techniques were applied in the research, such as focus group, draws, photography, video and interview.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/13037
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