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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81690| Tipo: | Tese |
| Título: | Geoquímica forense aplicada aos múltiplos derramamentos de óleo na costa do Ceará, Brasil, de 2019 a 2022 |
| Autor(es): | Nascimento, Adriana Pereira do |
| Orientador: | Cavalcante, Rivelino Martins |
| Coorientador: | Martins, Laercio Lopes |
| Palavras-chave em português: | Poluição marinha por óleo;Geoquímica ambiental;Fingerprint;Biomarcadores |
| Palavras-chave em inglês: | Oil Marine pollution;Environmental geochemistry;Fingerprint;Biomarkers |
| Data do documento: | 2025 |
| Citação: | NASCIMENTO, Adriana Pereira do. Geoquímica forense aplicada aos múltiplos derramamentos de óleo na costa do Ceará, Brasil, de 2019 a 2022. 2025. 268 f. Tese(Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências do Mar(LABOMAR), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025. |
| Resumo: | Em janeiro de 2019, o Brasil foi impactado pelo maior derramamento de óleo já registrado em oceanos tropicais, com mais de 5 mil toneladas de óleo atingindo a costa das regiões Nordeste e Sudeste. Em janeiro de 2022, um novo evento relacionado à mais de 11 toneladas de óleo derramado atingiu o litoral do Ceará. Em agosto de 2022, toneladas de tarballs contaminaram grande parte do litoral nordestino. Em adição, nos anos de 2021 e 2022, resíduos oleosos continuaram a chegar no litoral cearense. Neste contexto, este trabalho aplicou a geoquímica forense para investigar as características, origens e o nível de intemperismo de 56 amostras de óleo coletadas entre 2019 e 2022. Um primeiro artigo publicado abordou 16 amostras de tarballs coletadas em agosto de 2022, as quais apresentaram similaridade entre si de acordo com as razões diagnosticadas baseadas em biomarcadores. As razões diagnosticadas destas amostras, quando comparada à dos óleos dos eventos de 2019 e do início de 2022, apresentaram diferenças significativas, indicando origens e eventos distintos. Os tarballs apresentaram um perfil bimodal, com n-alcanos variando de nC13 a nC41, caracterizando-se como óleo cru parafínico (não combustível), termicamente maturo e de origem marinha. Os resultados obtidos por ESI(-) FT-ICR MS indicaram que essas amostras passaram por processos de biodegradação fotooxidação, com abundância de ácidos graxos, o que é consistente com características cerosas. O segundo artigo apresenta os resultados de óleos coletados nos anos de 2021 e 2022 no Cear·. Das 32 amostras analisadas, 26 apresentaram alta abundância de n-alcanos de cadeia longa (nC31 a nC41), típicos de óleos parafínicos. Não foram detectados n-alcanos de baixo peso molecular (<nC31) e os isoprenóides pristano (Pr) e fitano (Fi). A análise dos biomarcadores, através das razões diagnosticadas, indicou que 26 amostras não apresentam similaridade mútua, sugerindo múltiplas fontes. No entanto, três amostras de 2021 apresentam similaridade com o evento de 2019, e três amostras de 2022 com o evento ocorrido no início de 2022. A análise multivariada corroborou com os resultados obtidos pelos biomarcadores, revelando o agrupamento de seis amostras com os eventos de 2019 e início de 2022, além de dispersão significativa das demais amostras, que não apresentaram similaridade entre si e nem com os eventos passados. Quanto aos compostos aromáticos, não houve detecção de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), apenas a presença dos triaromáticos esteróides (TAS). O estudo dos compostos polares ácidos por ESI(-) FT-ICR MS diferenciou cinco grupos: o óleo de 2019 apresentou as classes N1, O2, NS, O1 e NO; o óleo do início de 2022 apresentou as classes N1, O2, O3, O1, NO e NO2; os tarballs parafínicos apresentaram as classes N1, O2, O1, O4S e NS. A amostra P03#2021, similar ao óleo de 2019, apresentou maior abundância das classes O2, O3, O3S e O4. As três amostras de 2022, associadas ao evento do início de 2022, apresentaram as classes O2, O4S, O6 e O6S, indicando ação da fotooxidação. As distribuições de DBE vs número de carbonos para as classes N1 e O2 mostraram maior abundância entre C20 e C40, padrão incomum em óleo cru, sugerindo que esses resíduos passaram por processos térmicos. Este estudo evidenciou a vulnerabilidade do litoral cearense à chegada contínua de resíduos petrolíferos, os quais têm se acumulado e impactado o meio ambiente de forma silenciosa. |
| Abstract: | In January 2019, Brazil was impacted by the largest oil spill ever recorded in tropical oceans, with over 5,000 tons of oil reaching the coasts of the Northeast and Southeast regions. In January 2022, a new incident involving more than 11 tons of spilled oil affected the coast of Ceará. In August 2022, tons of tarballs contaminated large portions of the northeastern coastline. In addition, during 2021 and 2022, oily residues continued to wash up along the Ceará coast. In this context, this study applied forensic geochemistry to investigate the characteristics, origins, and degree of weathering of 56 oil samples collected between 2019 and 2022. The first published article addressed 16 tarballs samples collected in August 2022, which showed mutual similarity based on biomarker-derived diagnostic ratios. When compared to oils from the 2019 and early 2022 events, these samples exhibited significant differences, indicating distinct sources and spill events. The tarballs displayed a bimodal profile, with n-alkanes ranging from nC13 to nC41, characterizing them as paraffinic crude oil(non-fuel), thermally mature, and of marine origin. Results obtained through ESI(-) FT-ICR MS indicated that the samples had undergone biodegradation and photooxidation, with a high abundance of fatty acids, consistent with waxy characteristics. The second article presents results from oil samples collected in Ceará during 2021 and 2022. Of the 32 samples analyzed, 26 showed a high abundance of long-chain n-alkanes (nC31 to nC41), typical of paraffinic oils. No low molecular weight n-alkanes (<nC31) or the isoprenoids pristane (Pr) and phytane (Ph) were detected. Biomarker analysis using diagnostic ratios indicated that 26 samples did not show mutual similarity, suggesting multiple sources. However, three samples from 2021 showed similarity to the 2019 event, and three samples from 2022 were linked to the early 2022 spill. Multivariate analysis supported the biomarker results, revealing that six samples clustered with the 2019 and early 2022 events, while the remaining samples showed significant dispersion and no similarity with each other or with past events. As for aromatic compounds, no polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) were detected—only the presence of triaromatic steroids (TAS). The analysis of polar acidic compounds by ESI(-) FT-ICR MS revealed five distinct groups: the 2019 oil exhibited the classes N1, O2, NS, O1, and NO; the early 2022 oil showed the classes N1, O2, O3, O1, NO, and NO2; and the paraffinic tarballs were characterized by the classes N1, O2, O1, O4S, and NS. Sample P03#2021, which was similar to the 2019 oil, showed higher abundances of O2, O3, O3S, and O4 classes. The three 2022 samples associated with the early 2022 event presented the classes O2, O4S, O6, and O6S, indicating photooxidation. The DBE vs. carbon number distributions for the N1 and O2 classes showed higher abundances between C20 and C40, an uncommon pattern for crude oil, suggesting that these residues had undergone thermal processes. This study highlighted the vulnerability of the Ceará coastline to the continuous arrival of petroleum residues, which have been silently accumulating and impacting the environment. |
| URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81690 |
| ORCID do(s) Autor(es): | https://orcid.org/0009-0002-3717-0161 |
| Currículo Lattes do(s) Autor(es): | http://lattes.cnpq.br/0876778928084550 |
| ORCID do Orientador: | https://orcid.org/0000-0003-1241-4529 |
| Currículo Lattes do Orientador: | http://lattes.cnpq.br/2253127527012522 |
| ORCID do Coorientador: | https://orcid.org/0000-0001-6216-990X |
| Currículo Lattes do Coorientador: | http://lattes.cnpq.br/9943766587624020 |
| Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
| Aparece nas coleções: | LABOMAR - Teses defendidas na UFC |
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