Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83750
Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorCandido, Tyrone Apollo Pontes-
dc.contributor.authorMaia, Evanilson Fernandes-
dc.date.accessioned2025-12-09T11:53:35Z-
dc.date.available2025-12-09T11:53:35Z-
dc.date.issued2025-
dc.identifier.citationMAIA, Evanilson Fernandes. Rompendo o silêncio público: a formação histórica dos atingidos pelo Açude Castanhão (Ceará, 1985-2002). 2025. 300 f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025.pt_BR
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufc.br/handle/riufc/83750-
dc.description.abstractThis dissertation analyzes the process of organization and formation of the people affected by the Castanhão Dam, in Ceará, between 1985 and 2002, emphasizing their constitution as a collective political subject and the rupture of the public silence that initially rendered them invisible. The research seeks to understand how historically marginalized populations—small farmers, vazanteiros (floodplain cultivators), day laborers, fishers, tenants, and landless peasants—especially women, who played a central role in community organization, developed instruments of struggle and built a common identity as “dam-affected people,” based on the experience of resistance against a state and corporate project that disregarded their rights. Methodologically, the study adopts a qualitative approach, combining documentary analysis, bibliographic research, and interviews with local leaders. It examined minutes and records of the Jaguaribara Residents’ Association, documents of the Movement of People Affected by Dams (MAB), issues of the newsletter Castanhão e o Povo, reports and records of the Multiparticipatory Group, and press articles, confronted with oral testimonies and collective memories. The theoretical framework is grounded in E. P. Thompson, James Scott, Ranajit Guha, Frederico de Castro Neves, and Ecléa Bosi, articulating concepts of class, identity, memory, and subaltern resistance. The results demonstrate that resistance was decisive in challenging the hegemonic project. The affected communities broke institutional silence through mobilizations, newsletters, marches, occupations, and negotiations, in which the presence and leadership of women were fundamental to give coherence to the struggles and to secure the right to rural resettlement for hundreds of families, despite strong state pressure to prioritize urban resettlement and relocation to the new city of Jaguaribara. This dispute revealed the central contradiction between two models of displacement: on the one hand, the urban resettlement, planned to concentrate the population in a space defined by the State; on the other, the rural resettlement, the result of organized struggle, which demanded land, agricultural production, and the continuity of community ties. In this confrontation, the affected communities asserted their political agency and challenged the modernizing discourse that justified the dam in the name of “progress.” The study shows that their public emergence was not limited to denouncing rights violations but consolidated insurgent practices and collective knowledge that redefined territory, social memory, and political struggle in the Jaguaribe Valley. It concludes that, by achieving rural resettlement, denouncing the inequalities imposed by urban resettlement, and highlighting women’s protagonism, the affected communities reconfigured their condition of subalternity, inscribing themselves as historical subjects and protagonists of their own historypt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.titleRompendo o silêncio público: a formação histórica dos atingidos pelo Açude Castanhão (Ceará, 1985-2002)pt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.description.abstract-ptbrA presente dissertação analisa o processo de organização e formação dos atingidos pela Barragem do Castanhão, no Ceará, entre 1985 e 2002, enfatizando sua constituição como sujeito político coletivo e o rompimento do silêncio público que inicialmente os invisibilizava. A pesquisa busca compreender como populações historicamente marginalizadas — pequenos agricultores, vazanteiros, diaristas, pescadores, arrendatários e camponeses sem terra —, em especial as mulheres, que assumiram papel central na organização comunitária, elaboraram instrumentos de luta e construíram uma identidade comum de “atingidos por barragens”, a partir da experiência de resistência frente à imposição de um projeto estatal e empresarial que desconsiderava seus direitos. Metodologicamente, a investigação adota abordagem qualitativa, combinando análise documental, pesquisa bibliográfica e entrevistas com lideranças. Foram examinados atas, registros da Associação dos Moradores de Jaguaribara, documentos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), boletins informativos Castanhão e o Povo, relatórios e atas do Grupo Multiparticipativo e matérias da imprensa, confrontados com depoimentos orais e memórias coletivas. O referencial teórico ancora-se em E. P. Thompson, James Scott, Ranajit Guha, Frederico de Castro Neves e Ecléa Bosi, articulando conceitos de classe, identidade, memória e resistência subalterna. Os resultados demonstram que a resistência foi decisiva para tensionar o projeto hegemônico. Os atingidos romperam o silêncio institucional por meio de mobilizações, boletins, marchas, ocupações e negociações, nas quais a presença e a liderança das mulheres foram fundamentais para dar organicidade às lutas e conquistar o direito ao reassentamento rural para centenas de famílias, apesar da forte pressão estatal em priorizar o reassentamento urbano e a transferência para a nova cidade de Jaguaribara. Essa disputa revelou a contradição central entre dois modelos de deslocamento: de um lado, o reassentamento urbano, planejado para concentrar a população apenas em um espaço definido pelo Estado; de outro, o reassentamento rural, fruto da luta organizada, que reivindicava terra, produção agrícola e a continuidade dos vínculos comunitários. Nesse embate, os atingidos afirmaram sua agência política e desafiaram o discurso modernizador que justificava a barragem em nome do “progresso”. O estudo evidencia que a emergência pública dos atingidos não se limitou à denúncia das violações de direitos, mas consolidou práticas insurgentes e saberes coletivos que redefiniram o território, a memória social e a luta política no Vale do Jaguaribe. Conclui-se que, ao conquistar o reassentamento rural, ao denunciar as desigualdades impostas pelo reassentamento urbano e ao visibilizar o protagonismo das mulheres, os atingidos reconfiguraram sua condição de subalternidade, inscrevendo-se como sujeitos históricos e protagonistas de sua própria história.pt_BR
dc.subject.ptbrCastanhãopt_BR
dc.subject.ptbrAtingidos por barragenspt_BR
dc.subject.ptbrResistência subalternapt_BR
dc.subject.ptbrMemória socialpt_BR
dc.subject.ptbrProtagonismo femininopt_BR
dc.subject.ptbrReassentamento ruralpt_BR
dc.subject.enDam-affected peoplept_BR
dc.subject.enSubaltern resistancept_BR
dc.subject.enRural resettlementpt_BR
dc.subject.enWomen’s protagonismpt_BR
dc.subject.enSocial memorypt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIApt_BR
local.author.latteshttp://lattes.cnpq.br/0055539470993050pt_BR
local.advisor.latteshttp://lattes.cnpq.br/1087699078002007pt_BR
local.date.available2025-11-27-
Aparece nas coleções:PPGH - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2025_dis_efmaia.pdf6,6 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.