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Tipo: Tese
Título: Estudo translacional prospectivo de uso da saliva como uma ferramenta de diagnóstico e monitoramento para condições sistêmicas pediátricas
Autor(es): Lima, Pedro Henrique Moreira
Orientador: Fonteles, Cristiane Sá Roriz
Coorientador: Moura, Arlindo de Alencar Araripe Noronha
Palavras-chave em português: Saliva;Proteômica;Diabetes Mellitus Tipo 1;Inositol
Palavras-chave em inglês: Saliva;Proteomics;Diabetes Mellitus, Type 1;Inositol
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA
Data do documento: 2025
Citação: LIMA, Pedro Henrique Moreira. Estudo translacional prospectivo de uso da saliva como uma ferramenta de diagnóstico e monitoramento para condições sistêmicas pediátricas. 2025. 396 f. Tese (Doutorado em Odontologia) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2025. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/81959. Acesso em: 12 ago. 2025.
Resumo: Avanços têm demonstrado que a saliva reflete condições fisiológicas e patológicas. Apresentando um destaque promissor em aspectos genéticos e moleculares para o diagnóstico e monitoramento não invasivo de condições à nível sistêmico. Ademais, a saliva apresenta vantagens, como a coleta fácil, indolor, de baixo custo e não invasiva, especialmente indicada em populações pediátricas. O objetivo do estudo foi demonstrar a estabilidade e a diferença nos níveis de inositóis salivares em crianças com e sem Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). Além de correlacionar os fluidos entre si (saliva e urina), bem como aos parâmetros plasmáticos de controle glicêmico em DM1. Além disso, visou-se caracterizar o perfil proteômico-salivar de crianças com Síndrome congênita do Zika (SCZ), identificando biomarcadores preditores de risco para o agravamento da síndrome, associados a características fenotípicas. Tratam-se de dois estudos clínicos, observacionais, com delineamento coorte prospectivos, multicêntricos, quantitativos, descritivos e analíticos. No Estudo A, foram incluídas 42 crianças (23 DM1 e 19 controles) em idade e sexo semelhantes, acompanhadas semestralmente por um ano, em três momentos distintos: T0, T6 e T12 Meses. Realizou-se assinatura dos termos, anamnese, coleta de saliva e urina, mensuração do fluxo salivar e proteínas totais em saliva e volume de urina em 24hrs e dosagem de creatinina em urina. Além da quantificação dos compostos por meio de sistema cromatográfico acoplado à espectrometria de massas (HPLC-MS): Mio-inositol (MI), D-quiroinositol (DCI) e glicose para ambos os fluidos. No Estudo B, foram incluídas 18 crianças, 10 diagnosticadas com a SCZ e 8 controles, acompanhadas anualmente por um período de três anos. As crianças foram submetidas anualmente ao protocolo de coleta (nos tempos T1, T2 e T3): assinatura dos termos pelos responsáveis, anamnese, coleta de saliva, mensuração do fluxo salivar e tratamento odontológico. As amostras passaram por um protocolo de extração, dosagem de proteínas totais e identificação por uma abordagem proteômica de espectrometria de massas. O software ProGenesis foi usado para identificar as proteínas diferencialmente expressas (DEPs). Os dados de ambos os estudos foram tabulados no Microsoft Excel (2019) e submetidos a análises no software SPSS, Considerando a significância de p < 0,05. No Estudo A, foram observadas diferenças significativas entre os grupos para um fluxo salivar menor em DM1 (p = 0,004 – T6), para níveis de MI salivar maiores em DM1 (T6 p = 0,007; média dos tempos p = 0,009), níveis aumentados da razão MI/DCI salivar em DM1 (T0, p < 0,001; T6, p = 0,001; T12, p = 0,004; média dos tempos p < 0,001). A razão MI/DCI salivar mostrou-se expressivamente maior no grupo DM1, sendo até 2.065 vezes maior que no grupo controle (T0). Todos os parâmetros mensurados na urina apresentaram diferenças significativas entre os grupos (p < 0,001). Após a normalização dos dados em saliva pelo fluxo salivar e proteínas totais, e em urina pelo volume urinário de 24 horas e creatinina, todas as significâncias foram mantidas em pelo menos um dos tempos ou na média entre os tempos (T0-T12). Ademais, foram identificadas correlações entre os parâmetros mensurados na saliva e na urina. No DM1, destaca-se a correlação entre o DCI nos fluidos pela média dos tempos T0-T12 (p = 0,020; rho = -0,613), e entre a razão MI/DCI salivar e a urinária no tempo T6 (p =0,037; rho = 0,900). Após os ajustes de normalização observou-se correlações, principalmente no grupo DM1, envolvendo DCI (p = 0,006, rho = -0,692; p = 0,008, rho = -0,720), razão MI/DCI (p = 0,037, rho = - 0,900; p = 0,037, rho = -0,900) e glicose (p = 0,002, rho= 0,725; p =0,001, rho= 0,688). Adicionalmente, foi observada correlação significativa entre Hb A1c e a razão MI/DCI (p = 0,002; rho = –0,752), bem como após os ajustes por fluxo salivar (p =0,0013; rho = –0,642) e proteínas totais (p = 0,008; rho = –0,722), evidenciando o potencial da razão MI/DCI associado ao controle glicêmico. No Estudo B, foram identificadas 491 proteínas, 32 DEPs em T1, 34 em T2 e 47 em T3 durante à análise proteômica salivar. Destacaram-se 9 DEPs no grupo SCZ por estarem presentes em ao menos dois dos três tempos analisados. Na análise de redes STRING e clusters/reactomes, foram identificados 5 clusters funcionais em T1, 3 em T2 e 6 em T3. Estes agrupamentos destacam proteínas com funções associadas à resposta imunológica, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), contração muscular, manutenção e regulação dos mecanismos de glicólise/gliconeogênese e alterações e modificações epigenéticas. A análise longitudinal reafirmou, através de 2 clusters de T1-T2 e 3 clusters de T2-T3, a evolução para uma resposta imune adaptativa. Conclui-se que a razão MI/DCI apresenta-se como parâmetro convergente entre os fluidos salivares e urinários, com potencial de aplicação como ferramenta de monitoramento para a DM1. Adicionalmente a proteômica salivar revela um cenário de hiperinflamação persistente na SCZ, potencialmente modulada por alterações inflamatórias de longa duração e epigenéticas, que podem explicar o surgir/agravar de danos neurológicos, desde a indução da apoptose neuronal até a hiperinflamação mediada com aspectos de autoimunidade exacerbada.
Abstract: Advances have demonstrated that saliva reflects both physiological and pathological conditions, showing promising potential in genetic and molecular aspects for the non-invasive diagnosis and monitoring of systemic conditions. Moreover, saliva presents notable advantages, such as easy, painless, low-cost, and non-invasive collection—especially suitable for pediatric populations. The aim of this study was to assess the stability and variation in salivary inositol levels in children with and without Type 1 Diabetes Mellitus (T1DM), as well as to correlate salivary and urinary fluid profiles with plasma glycemic control parameters in T1DM. Additionally, the study aimed to characterize the salivary proteomic profile of children with Congenital Zika Syndrome (CZS), identifying predictive biomarkers of risk for syndrome progression, in association with phenotypic characteristics. Two clinical, observational, prospective cohort, multicenter, quantitative, descriptive, and analytical studies were conducted. In Study A, 42 children (23 with T1DM and 19 controls), matched for age and sex, were followed semiannually over one year, at three distinct time points: T0, T6, and T12 months. After informed consent, anamnesis, and collection of saliva and urine samples, salivary flow rate and total salivary protein concentration were measured, along with 24-hour urinary volume and urinary creatinine levels. Quantification of compounds was performed using high-performance liquid chromatography coupled with mass spectrometry (HPLC-MS): myo-inositol (MI), D-chiro-inositol (DCI), and glucose in both fluids. In Study B, 18 children were enrolled—10 diagnosed with CZS and 8 controls—and followed annually over a three-year period. Annually, participants underwent a collection protocol at timepoints T1, T2, and T3: informed consent, anamnesis, saliva collection, salivary flow measurement, and dental care. Samples underwent extraction, total protein quantification, and mass spectrometry-based proteomic analysis. ProGenesis software was used to identify differentially expressed proteins (DEPs). Data from both studies were tabulated using Microsoft Excel (2019) and analyzed in SPSS, with statistical significance set at p < 0.05. In Study A, significant differences were observed between groups, with reduced salivary flow in the T1DM group (p = 0.004 at T6), higher salivary MI levels in T1DM (T6 p = 0.007; mean across timepoints p = 0.009), and increased MI/DCI salivary ratio in T1DM (T0, p < 0.001; T6, p = 0.001; T12, p = 0.004; mean across timepoints p < 0.001). The MI/DCI ratio was markedly elevated in the T1DM group—up to 2,065 times higher than in controls at T0. All urinary parameters showed significant group differences (p < 0.001). After normalization (saliva by flow rate and total proteins; urine by 24-hour volume and creatinine), all significant findings were maintained at least at one timepoint or across the average of T0–T12. Furthermore, correlations were found between parameters in saliva and urine. In T1DM, a significant correlation between DCI levels in both fluids (mean of T0–T12; p = 0.020; rho = –0.613), and between salivary and urinary MI/DCI ratios at T6 (p = 0.037; rho = 0.900) was observed. After normalization, further significant correlations in the T1DM group were found involving DCI (p = 0.006, rho = –0.692; p = 0.008, rho = –0.720), MI/DCI ratio (p = 0.037, rho = –0.900), and glucose (p = 0.002, rho = 0.725; p = 0.001, rho = 0.688). Additionally, a significant inverse correlation was observed between HbA1c and the MI/DCI ratio (p = 0.002; rho = –0.752), also maintained after normalization by salivary flow (p = 0.013; rho = –0.642) and total proteins (p = 0.008; rho = –0.722), highlighting the MI/DCI ratio’s potential as a glycemic control marker. In Study B, a total of 491 proteins were identified, with 32 DEPs in T1, 34 in T2, and 47 in T3 from salivary proteomic analysis. Nine DEPs stood out in the CZS group for being present in at least two of the three timepoints analyzed. STRING network and cluster/reactome analyses identified 5 functional clusters in T1, 3 in T2, and 6 in T3. These clusters included proteins involved in immune response, production of reactive oxygen species (ROS), muscle contraction, regulation of glycolysis/gluconeogenesis, and epigenetic modifications. Longitudinal analysis confirmed, through two clusters from T1–T2 and three from T2–T3, the progression toward an adaptive immune response. In conclusion, the MI/DCI ratio emerged as a converging parameter across salivary and urinary fluids, with potential utility as a monitoring tool for T1DM. Additionally, the salivary proteomic profile revealed a scenario of persistent hyperinflammation in CZS, likely modulated by long-term inflammatory and epigenetic alterations, which may contribute to the onset or worsening of neurological damage—ranging from neuronal apoptosis to autoimmune-mediated hyperinflammation.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/81959
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0000-0003-1939-1219
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/7661748733194095
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0003-4197-6002
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/8894839732895373
ORCID do Coorientador: https://orcid.org/0000-0002-8271-5733
Currículo Lattes do Coorientador: http://lattes.cnpq.br/7244663767446774
Tipo de Acesso: Acesso Embargado
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