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http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77690
Tipo: | Tese |
Título: | Obnoxius e Alterius Iuris: O problema da servidão ética e política em Spinoza |
Título em inglês: | Obnoxius and Alterius Iuris: The problem of ethical and political servitude in Spinoza |
Autor(es): | Silva, Henrique Lima da |
Orientador: | Sahd, Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva |
Palavras-chave em português: | Spinoza;Ética;Política;Servidão;Obnoxius;Alterius iuris |
Palavras-chave em francês: | Spinoza;Éthique;Politique;Servitude;Obnoxius;Alteris iuris |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
Data do documento: | 2024 |
Citação: | SILVA, Henrique Lima da. Obnoxius e Alterius Iuris: O problema da servidão ética e política em Spinoza. 2024. 183 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024. |
Resumo: | A ética de Benedictus de Spinoza (1632-1677), filósofo holandês, é uma ética de libertação, onde o homem é compreendido sob uma perspectiva dinâmica de aumento e diminuição de sua potência de pensar e agir no mundo e, que se encontra primeiramente na condição de ignorância das causas e de si mesmo. Compreende-se como a primeira etapa do processo de libertação é percepção do seu estado de submissão às leis da natureza na qual o homem se encontra, bem como a interação das potências das outras coisas singulares no plano do necessário. As questões práticas da obra Ética de Spinoza são tratadas mais precisamente nas partes IV e V, respectivamente, Da servidão e Da liberdade do homem. Pierre Macherey ressalta a importância da simultaneidade prática e teórica do projeto da ética spinozana. Ainda, conforme Macherey, tal projeto compreende-se com a dedução da ordem racional demonstrada metodicamente das causas aos efeitos e uma regra da vida que nos permita regular os riscos e as contradições de nossa condição humana. No entanto, a questão da liberdade não pode ser trabalhada sem antes conhecermos o estado em que os homens se encontram por natureza ignorantes das causas e consequentemente de Deus. Esse estado, como veremos, pode desembocar na superstição como um sistema de servidão humana. O problema da servidão é tratado por Spinoza na parte IV intitulada “ Da servidão humana ou força dos afetos” e representa o ponto central em nossa tese. Spinoza define a servidão humana como impotência humana (humanam impotentiam) de regular (moderandis) e moderar (coercendis) a força dos afetos de modo que o homem é sujeitado (Obnoxius) ao poder da fortuna (Fortunae potestate) vendo o melhor, mas forçado a fazer o pior e não se encontra sobre a posse de si (sui iuris). Em um outro texto, mais precisamente em sua obra Tratado Político, Spinoza defina a servidão conforme às condições políticas segundo a nomenclatura jurídica alterius iuris, que podemos traduzir por: “está sobre a jurisdição de outrem” ou “sobre o poder de outro”. Isto se configura, tanto na condição de servo como na condição de escravo e prisioneiro de guerra. Nossa tese busca compreender a relação do par de termos abnoxius/alterius iuris da condição de servidão ética e política. Se tais termos são interdependentes, se são termos cambiáveis ou irredutíveis para o spinozismo ou mesmo se a metafísica do autor e os seus conceitos representam o pano de fundo dos conceitos na ética com o termo obnoxius e no campo político com o termo alterius iuris. Todavia, para responder a tais questões, buscamos realizar um itinerário conceituado presentes nos três capítulos de nossa tese, onde serão explorados ali alguns conceitos fundamentais para entendermos a evolução do pensamento do autor no que referente ao seu arcabouço conceitual necessários para se trabalhar a questão da servidão ética e política. |
Résumé: | L'éthique de Benedictus de Spinoza (1632-1677), philosophe hollandais, est une éthique de libération, où l'homme est compris dans une perspective dynamique d'augmentation et de diminution de son pouvoir de penser et d'agir dans le monde et, qui se retrouve principalement dans une condition d'ignorance des causes et de soi-même. On comprend que la première étape du processus de libération est la perception de l'état de soumission aux lois de la nature dans lequel se trouve l'homme, ainsi que l'interaction des pouvoirs d'autres choses singulières sur le plan de ce qui est nécessaire. Les questions pratiques de l'Éthique de Spinoza sont traitées plus précisément respectivement dans les parties IV et V, De la servitude et De la liberté de l'homme. Pierre Macherey souligne l'importance de la simultanéité pratique et théorique du projet d'éthique spinoza. De plus, selon Macherey, un tel projet s'entend comme la déduction de l'ordre rationnel méthodiquement démontré des causes aux effets et d'une règle de vie qui nous permet de réguler les risques et les contradictions de notre condition humaine. Cependant, la question de la liberté ne peut être abordée sans connaître au préalable l’état dans lequel les hommes sont par nature ignorants des causes et par conséquent de Dieu. Cet état, comme nous le verrons, peut conduire à la superstition en tant que système de servitude humaine. Le problème de la servitude est traité par Spinoza dans la partie IV intitulée « De la servitude humaine ou de la force des affections » et constitue le point central de notre thèse. Spinoza définit la servitude humaine comme l'impuissance humaine (humanam impotiam) à réguler (moderandis) et à modérer (coercendis) la force des affections afin que l'homme soit soumis (Obnoxius) au pouvoir de la fortune (Fortunae potestate) voyant le meilleur, mais forcé de faire. le pire et de cette façon il n'est pas en possession de lui-même (sui iuris). Dans un autre texte, plus précisément dans son ouvrage Traité politique, Spinoza définit la servitude selon les conditions politiques selon la nomenclature juridique alterius iuris, que l'on peut traduire par: “elle est sous la juridiction d'un autre” ou “ sous le pouvoir d'un autre”. Cela se produit aussi bien dans la condition de serviteur que dans la condition d'esclave et de prisonnier de guerre. Notre thèse cherche à comprendre la relation entre le couple de termes abnoxius/alterius iuris dans la condition de servitude éthique et politique. Si de tels termes sont interdépendants, s'ils sont des termes interchangeables ou irréductibles pour le spinozisme ou encore si la métaphysique de l'auteur et ses concepts représentent l'arrière-plan des concepts en éthique avec le terme obnoxius et dans le domaine politique avec le terme alterius iuris. Cependant, pour répondre à ces questions, nous cherchons à réaliser un itinéraire conceptuel présent dans les trois chapitres de notre thèse, où seront explorés quelques concepts fondamentaux pour comprendre l'évolution de la pensée de l'auteur par rapport à son cadre conceptuel nécessaire pour travailler sur le question de servitude éthique et politique. |
URI: | http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77690 |
Currículo Lattes do(s) Autor(es): | http://lattes.cnpq.br/8069790681818382 |
Currículo Lattes do Orientador: | http://lattes.cnpq.br/4699855762198405 |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Aparece nas coleções: | PPGFILO - Teses defendidas na UFC |
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