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Tipo: Dissertação
Título: Mulheres negras em jornais: uma análise interseccional dos periódicos O Povo e Diário Do Nordeste (2003 a 2020 em Fortaleza-CE)
Autor(es): Sales, Suewellyn Cassimiro
Orientador: Lima, Maria Érica Oliveira
Palavras-chave em português: Narrativas jornalísticas;O Povo;Diário do Nordeste;Imagens de Controle;Mulheres negras
Palavras-chave em inglês: Journalistic narratives;O Povo;Diário do Nordeste;Controlling Images;Black women
Palavras-chave em espanhol: Narrativas periodísticas;O Povo;Diário do Nordeste;Imágenes de Control;Mujeres negras
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
Data do documento: 2023
Citação: SALES, Suewellyn Cassimiro. Mulheres negras em jornais: uma análise interseccional dos periódicos O Povo e Diário Do Nordeste (2003 a 2020 em Fortaleza-CE). 2024. 314 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Os jornais, junto a instituições dominantes como Escola, Estado e Igreja, têm o poder de definir valores sociais e influenciar ideias, inclusive sobre a condição das mulheres negras (Collins, 2019). A partir dessa reflexão, o objetivo geral deste trabalho é estudar como as mulheres negras são representadas nos jornais O Povo e Diário do Nordeste, objetos desta pesquisa, principais veículos de comunicação e periódicos de maior circulação da cidade de Fortaleza, capital do Ceará. Os objetivos específicos são: 1. Identificar Imagens de Controle – mammy; matriarca; mãe dependente do Estado; rainha da assistência social; dama negra; jezebel, prostituta ou hoochie; mammy moderna; e pretty baby (Collins, 2019; Bueno, 2020) – e opressões interseccionais; 2. Identificar novas categorias; e 3. Interpretar o corpus, textos do O Povo e do Diário do Nordeste, com assinatura da redação, de 2003 a 2020, resultado da pesquisa exploratória com os descritores “mulher negra” e “mulheres negras” nas ferramentas de busca de seus respectivos portais. As metodologias aplicadas são as da Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin (1977) e da Roleta Interseccional, de Fernanda Carrera (2021). Adoto ainda a noção de escrevivência de Conceição Evaristo (2008), compreendendo que é possível me inserir no texto, mesclando experiências de vida com acontecimentos sociais. O aporte teórico aciona pensadoras feministas negras, a partir de Lélia Gonzalez (1984), Djamila Ribeiro (2017, 2019), Patricia Hill Collins (2019), Winnie Bueno (2020) e Carla Akotirene (2021), recorrendo sobretudo às noções de Imagens de Controle, interseccionalidade e lugar de fala. Como resultados, identifiquei no corpus: todas as Imagens de Controle, com recorrência predominante da dama negra, da matriarca e da mammy, nesta sequência; a reprodução das opressões interseccionais do classismo, racismo, sexismo e xenofobia, nesta ordem; duas novas categorias: hastes iluminadas e opressões interseccionais, pensadas a partir da Roleta Interseccional; a ausência da iluminação das hastes de deficiência e peso; a confirmação das hipóteses, que dialogam com a identificação das Imagens de Controle predominantes; e linearidade no discurso sobre mulheres negras, que reiteradamente nos representa como pessoas pobres, exploradas – Imagens de Controle da matriarca e da mammy – ou como mulheres que estão em constante, porém lento avanço social, a partir de um discurso de superação – imagem de controle da dama negra. Considero, por fim, que os objetos de pesquisa, nas narrativas jornalísticas do corpus, pouco contribuíram para a superação das desigualdades enfrentadas pelas mulheres negras e reproduziram conteúdos negativos a nosso respeito
Abstract: Newspapers, along with dominant institutions such as School, the State and the Church, have the power to define social values and influence ideas, including the status of black women (Collins, 2019). Based on this reflection, the general objective of this work is to study how black women are represented in the newspapers O Povo and Diário do Nordeste, the objects of this research, the main media outlets and most widely circulated periodicals in the city of Fortaleza, capital of Ceará. The specific objectives are: 1. To identify Controlling Images – mammy; matriarch; mother dependent on the state; welfare queen; black lady; jezebel, prostitute or hoochie; modern mammy; and pretty baby (Collins, 2019; Bueno, 2020) – and intersectional oppressions; 2. Identify new categories; and 3. Interpret the corpus, texts from O Povo and Diário do Nordeste, signed by the editorial staff, from 2003 to 2020, the result of exploratory research with the descriptors “mulher negra” and “mulheres negras” in the search tools of their respective portals. The methodologies applied are Content Analysis by Laurence Bardin (1977) and Intersectional Roulette by Fernanda Carrera (2021). I also adopt Conceição Evaristo’s (2008) notion of escrevivência as a way of inserting myself into the text, mixing life experiences with social events. The theoretical framework draws on black feminist thinkers such as Lélia Gonzalez (1984), Djamila Ribeiro (2017, 2019), Patricia Hill Collins (2019), Winnie Bueno (2020) and Carla Akotirene (2021), using the notions of Controlling Images, intersectionality and lugar de fala. As a result, I identified in the corpus: all the images of control, with a predominant recurrence of the black lady, the matriarch and the mammy, in this sequence; the reproduction of the intersectional oppressions of classism, racism, sexism and xenophobia, in this order; two new categories: hastes iluminadas and intersectional oppressions, thought up from the Intersectional Roulette; the absence of illumination of the disability and weight stems; confirmation of the hypotheses, which dialogue with the identification of the predominant images of control; and linearity in the discourse on black women, which repeatedly represents us as poor, exploited people – Controlling Images of the matriarch and mammy – or as women who are constantly but slowly advancing socially, from a discourse of overcoming – controlling image of the black lady. Finally, I believe that the objects of research, in the journalistic narratives of the corpus, contributed little to overcoming the inequalities faced by black women and reproduced negative content about us
Resumen: Los periódicos, junto con las instituciones dominantes como la Escuela, el Estado y la Iglesia, tienen el poder de definir los valores sociales e influir en las ideas, incluida la condición de las mujeres negras (Collins, 2019). A partir de esta reflexión, el objetivo general de este trabajo es estudiar cómo son representadas las mujeres negras en los periódicos O Povo y Diário do Nordeste, objetos de esta investigación, principales medios de comunicación y publicaciones periódicas de mayor circulación en la ciudad de Fortaleza, capital de Ceará. Los objetivos específicos son: 1. Identificar Imágenes de Control - mammy; matriarca; madre dependiente del Estado; reina del bienestar; dama negra; jezabel, prostituta o hoochie; mammy moderna; y pretty baby (Collins, 2019; Bueno, 2020) – y opresiones interseccionales; 2. Identificar nuevas categorías; y 3. Interpretar el corpus, textos de O Povo y Diário do Nordeste, firmados por la redacción, de 2003 a 2020, resultado de una investigación exploratoria utilizando los descriptores “mulher negra” y “mulheres negras” en las herramientas de búsqueda de sus respectivos portales. Las metodologías aplicadas son el Análisis de Contenido de Laurence Bardin (1977) y la Ruleta Interseccional de Fernanda Carrera (2021). También adopto la noción de escrevivência de Conceição Evaristo (2008), ya que me doy cuenta de que es posible insertarme en el texto, mezclando experiencias de vida con acontecimientos sociales. El marco teórico se basa en pensadoras feministas negras como Lélia Gonzalez (1984), Djamila Ribeiro (2017, 2019), Patricia Hill Collins (2019), Winnie Bueno (2020) y Carla Akotirene (2021), utilizando las nociones de Imágenes de Control, interseccionalidad y lugar de fala. Como resultado, identifiqué en el corpus: todas las Imágenes de Control, con una recurrencia predominante de la dama negra, la matriarca y la mammy, en esta secuencia; la reproducción de las opresiones interseccionales del clasismo, el racismo, el sexismo y la xenofobia, en este orden; dos nuevas categorías: hastes iluminadas y opresiones interseccionales, pensadas a partir de la Ruleta Interseccional; la ausencia de iluminación de los tallos de la discapacidad y del peso; la confirmación de las hipótesis, que dialogan con la identificación de las Imágenes de Control predominantes; y la linealidad en el discurso sobre las mujeres negras, que nos representa repetidamente como personas pobres y explotadas – Imágenes de Control de la matriarca y la mammy – o como mujeres que avanzan socialmente de forma constante pero lenta, a partir de un discurso de superación – imagen de control de la dama negra. Por último, creo que los objetos de investigación de las narrativas periodísticas del corpus contribuyeron poco a la superación de las desigualdades a las que nos enfrentamos las mujeres negras y reprodujeron contenidos negativos sobre nosotras.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76740
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0009-0008-8309-4490
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/7559732133712269
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/6732708640687417
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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