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Tipo: Dissertação
Título: Caracterização isotópica e cristalográfica das grafitas da Faixa Orós, nordeste do Brasil
Título em inglês: Isotopic and crystallographic characterization of graphites from the Orós belt, northeastern Brazil
Autor(es): Uvula, Eduardo Ernesto
Orientador: Santos, Lucilene dos
Palavras-chave em português: Grafita;Isótopo estável de carbono;Espectroscopia Raman;Faixa Orós
CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA
Data do documento: 2023
Citação: UVULA, Eduardo Ernesto. Caracterização isotópica e cristalográfica das grafitas da Faixa Orós, Nordeste do Brasil. 2023. Dissertação (Mestrado em Geologia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Nas últimas décadas as grafitas naturais oriundas do carbono orgânico têm tido cada vez mais importância do ponto de vista acadêmico e tecnológico, isso devido às suas inúmeras aplicabilidades na indústria. Com isso, várias técnicas têm sido refinadas para compreender as características desses materiais. As grafitas orgânicas são conhecidas como resultado da transformação da matéria orgânica submetidos a um metamorfismo regional ou de contato. Portanto, reconhece-se que os materiais carbonosos são sensíveis a temperatura e que seu ordenamento estrutural é resultante de um aumento progressivo do metamorfismo das fácies xisto verde à granulito. Estes materiais por ocorrem naturalmente em lugares restritos, isto é, em ambientes com sedimentação enriquecida em detritos orgânicos e/ou sedimentos carbonosos, têm sido amplamente utilizados como marcadores de geossutura, paleoambiente bacinal e, em razão de sua irreversibilidade frente a temperaturas baixas, também são usados como geotermômetro natural. Com base em dados de isótopos estáveis de carbono determinou-se a fonte e o teor de carbono contido nos depósitos grafitíferos localizados nas regiões de Solonópole e Orós, ambos inseridos ao longo da Faixa Orós, Província Borborema. Através das análises de espectroscopia Raman determinou-se a cristalinidade das grafitas que a partir desta calcularam-se as temperaturas de formação das grafitas e consequentemente das rochas hospedeiras. Os resultados isotópicos obtidos apontaram que a fonte de carbono das grafitas da Faixa Orós originou-se de matéria orgânica de ambiente aquático terrestre. Esses dados associados aos litotipos que ocorrem ao longo deste cinturão corroboram com a compreensão de que se trata de um paleoambiente aquático terrestre de energia baixa ou de muita calmaria, onde a deposição sedimentar nas regiões mais profundas ocorreu de forma extremamente lenta, formando estratos ou camadas de silte e/ou argilas enriquecidas em matéria orgânica. Estes estratos sedimentares atualmente são representados pelos espessos pacotes pelíticos ladeados por quartzito e mármores, que se estendem por longos quilômetros ao longo da Faixa Orós, hospedando extensas lentes de grafita. As temperaturas de formação das grafitas foram calculadas a partir de geotermômetros naturais, calculadas variaram de 520,44°C e 519,27°C para Solonópole e Orós, respectivamente. Essas temperaturas não representam apenas a temperatura de formação das grafitas, mas também dos litotipos que as hospedam, assim como, as rochas regionais. A assembleia mineral associada às temperaturas calculadas a partir dos dados de espectroscopia Raman representam um metamorfismo da fácies anfibolito, o que também foi apresentado em muitos estudos anteriores. Tanto as grafitas dos depósitos de Solonópole quanto as de Orós, apesar de ambas serem microcristalinas, estas apresentam alto grau de cristalinidade e pequenas deformações/defeitos em sua estrutura cristalina.
Abstract: In recent decades, natural graphite from organic carbon has become increasingly important from an academic and technological point of view, due to its numerous applications in these areas. As a result, several techniques have been refined to understand the characteristics of these materials. Organic graphites are known as the result of the transformation of organic matter subjected to regional or contact metamorphism. Therefore, it is recognized that carbonaceous materials are sensitive to temperature and that their structural ordering is the result of a progressive increase in metamorphism from greenschist to granulite facies. Because these materials occur naturally in restricted places, that is, in environments with sedimentation enriched in organic debris and/or carbonaceous sediments, they have been widely used as geosuture markers, basin paleoenvironment and, due to their irreversibility in the face of low temperatures, also are used as a natural geothermometer. Based on stable carbon isotope data, the source and content of carbon contained in graphite deposits located in the regions of Solonópole and Orós, both located along the Orós Belt, Borborema Province, were determined. Through Raman spectroscopy analysis, the crystallinity of the graphites was determined and from this the formation temperatures of the graphites and consequently of the host rocks were calculated. The isotopic results obtained indicated that the carbon source of the Orós Belt graphites originated from organic matter from terrestrial aquatic environments. These data associated with the lithotypes that occur along this belt corroborate the understanding that it is a terrestrial aquatic paleoenvironment of low energy or very calm, where sedimentary deposition in the deepest regions occurred extremely slowly, forming strata or layers of silt and/or clays enriched in organic matter. These sedimentary strata are currently represented by thick pelitic packages flanked by quartzite and marble, which extend for long kilometers along the Orós Belt, hosting extensive graphite lenses. The graphite formation temperatures were calculated from natural geothermometers and ranged from 520.44°C and 519.27°C for Solonópole and Orós, respectively. These temperatures not only represent the temperature at which graphites are formed, but also the lithotypes that host them, as well as regional rocks. The mineral assemblage associated with the temperatures calculated from the Raman spectroscopy data represents an amphibolite facies metamorphism, which has also been presented in many previous studies. Both the graphites from the Solonópole and Orós deposits, despite both being microcrystalline, present a high degree of crystallinity and small deformations/defects in their crystallographic structure.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76374
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/4542360974717540
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/6120240627511793
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:DGL - Dissertações defendidas na UFC

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