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Tipo: Dissertação
Título: Políticas de saúde mental na Argentina e no Brasil: trajetórias, redes e significados em análise
Autor(es): Pérez, Lucía Belén
Orientador: Araujo, Carmem Emmanuely Leitão
Palavras-chave em português: Política Pública;Saúde Mental;Argentina;Brasil
Data do documento: 15-Jun-2023
Citação: PÉREZ, Lucía Belén. Políticas de saúde mental na Argentina e no Brasil: trajetórias, redes e significados em análise. 2023. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2023. Disponível em: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/74876. Acesso em: 01 nov. 2023.
Resumo: Nas últimas décadas, várias medidas foram tomadas por países da América Latina para enfrentar problemas de violação de direitos e crescimento da prevalência e da carga dos sofrimentos psíquicos na região. Em que pesem as semelhanças entre Argentina e Brasil na definição e desenvolvimento de políticas de saúde mental promotoras dos direitos humanos e construtoras de alternativas ao modelo manicomial, existem trajetórias, configurações e desafios distintos em suas reformas psiquiátricas. O objetivo desse estudo foi analisar similaridades e diferenças nas políticas de saúde mental da Argentina e do Brasil, levando em consideração as experiências na província de Río Negro e no estado do Ceará. Para tanto, adotou-se o enfoque do institucionalismo histórico para a análise comparada de mudanças nas políticas em questão. Realizou-se uma investigação com desenho qualitativo, mediante o uso de fontes mistas de informações, que inclui uma revisão narrativa e análise documental com exercício descritivo, crítico e comparativo. Conjuntamente, foi adotado o enfoque analítico da hermenêutica-dialética como meio para a compreensão das informações obtidas, numa tentativa de ir “além” dos seus tratamentos imediatos. Foram realizadas 35 entrevistas semiestruturadas com gestores e gestoras nacionais ou de unidades subnacionais atuantes nas redes de atenção à saúde mental, conformando uma seleção por "bola de neve”. O trabalho adscreve à concepção de information power, considerando a potencialidade da informação obtida para produzir novo conhecimento em lugar de predefinir a quantificação da amostra. O cenário privilegiado da pesquisa se deu em duas unidades subnacionais com experiências pioneiras e locais de reformas psiquiátricas – província de Río Negro (Argentina) e do estado de Ceará (Brasil). A análise das informações obtidas foi realizada com o suporte do software Atlas.ti 8 e definiu-se categorias analíticas específicas para as experiências locais analisadas. Em seguida, para a comparação dos casos, observou-se aspectos político-institucionais, sistemas de saúde, normas da política, proposições de mudanças, redes de atenção e permanências e retrocessos recentes. Os resultados indicam coincidências: mudanças impulsionadas desde centros urbanos menores e dificuldade de implementação das mudanças nas grandes urbes; insuficiência dos recursos alocados, a necessidade de olhar para a formação dos profissionais, assim como a coordenação adequada dentro da rede e entre as diferentes áreas do sistema, pontos que vieram se agravando pela recente situação de crise sanitária mundial. Embora o panorama geral seja de avanços, os resultados apontam que estes aconteceram de forma lenta, insuficiente ou com ataques e ameaças de retrocesso, o que revela a necessidade de ações além das já feitas nas últimas décadas, a fim de mudar lógicas de funcionamento enraizadas na sociedade e no sistema de saúde.
Resumen: En las últimas décadas, los países latinoamericanos han adoptado diversas medidas para hacer frente a los problemas de violación de derechos y al crecimiento de la prevalencia y la carga del padecimiento mental en la región. A pesar de las similitudes entre Argentina y Brasil en la definición y desarrollo de políticas de salud mental que promuevan los derechos humanos y construyan alternativas al modelo asilar, estos países tienen trayectorias y resultados diferentes en sus reformas psiquiátricas. Mientras Argentina ha logrado con dificultad la implementación de una política nacional en los últimos diez años, la propuesta brasileña apunta a retrocesos relevantes en el mismo período. El objetivo de este trabajo fue comprender los cambios en las políticas de salud mental en Brasil y Argentina. Se adoptó el enfoque del institucionalismo histórico para el análisis de los cambios en las políticas públicas de interés, estipulando una perspectiva teórica para el análisis de las transformaciones que se sucedieron a lo largo del tiempo. Se trata de una investigación de diseño cualitativo realizada a partir de una lógica inductiva, mediante el uso de una fuente mixta de datos, que incluyó una revisión narrativa y análisis documental con ejercicio descriptivo, crítico y comparativo. Para la compilación de la información se consideraron producciones científicas, legislación y otros documentos relacionados con el tema estudiado. Conjuntamente, se adoptó el abordaje analítico de la hermenéutica-dialéctica como medio para la autocomprensión de las informaciones obtenidas, en un intento de ir "más allá" del mero tratamiento. Fueron realizadas 35 entrevistas semiestructuradas a gestores y gestoras provinciales que actúan en las redes de atención a la salud mental, conformando una muestra por conveniencia. El trabajo adhiere a la concepción de information power, considerando el potencial de la información obtenida para producir nuevo conocimiento en lugar de predefinir la cuantificación de la muestra. El escenario de la investigación tuvo lugar en dos unidades subnacionales que han experimentado experiencias pioneras y locales de reformas psiquiátricas: la provincia de Río Negro (Argentina) y el estado de Ceará (Brasil). El análisis de la información se realizó con el apoyo del software Atlas.ti 8 y definió tres ejes de análisis que incluyeron: cambios, permanencias y retrocesos en las políticas públicas, el financiamiento y las redes de salud mental. Los resultados indican coincidencias: cambios impulsados desde los centros urbanos más pequeños y dificultad de impregnar cambios en las grandes ciudades; insuficiencia de los recursos destinados a este sector, la necesidad de dar mayor atención a la formación de los profesionales, así como una adecuada coordinación dentro de la red y entre las diferentes áreas del sistema, todo esto viéndose agravada por la reciente situación de crisis sanitaria mundial. A pesar del panorama general de avances los resultados apuntan a progresos extremadamente lentos, profundamente insuficientes o en constante ataque y amenaza de retroceso, lo que revela la necesidad de acciones más allá de las ya realizadas en las últimas décadas para cambiar lógicas de funcionamiento profundamente arraigadas en la sociedad y en el sistema de salud.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/74876
ORCID do(s) Autor(es): https://orcid.org/0000-0002-2739-157X
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/4300612941629506
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0003-4322-8390
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/0808732576466792
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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