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Tipo: Tese
Título: Caracterização molecular e avaliação prognóstica de biomarcadores em linfoma difuso de grandes células b
Título em inglês: Molecular characterization and prognostic evaluation of biomarkers in diffuse large b-cell lymphoma
Autor(es): Neves Filho, Eduardo Henrique Cunha
Orientador: Rabenhorst, Silvia Helena Barem
Palavras-chave: Linfoma;Biomarcadores;MicroRNA;EBV
Data do documento: 2023
Citação: NEVES FILHO, Eduardo Henrique Cunha. Caracterização molecular e avaliação prognóstica de biomarcadores em linfoma difuso de grandes células b. 2023. 87 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023
Resumo: O Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) é o subtipo mais comum entre os linfomas, apresentando comportamento clínico agressivo e resposta terapêutica heterogênea. Propôs-se, assim, a subdivisão do LDGCB em dois subtipos principais a depender da célula de origem da neoplasia, o subtipo centro germinativo (CG) e não-centro germinativo (nCG), apresentando vias patogênicas distintas e aparente evolução clínica diferente. Adicionalmente, biomarcadores como a expressão das oncoproteínas MYC e BCL2 e a presença de alterações cromossômicas envolvendo os genes MYC, BCL2 e BCL6 têm demonstrado importância na estratificação prognóstica nos LDGCB. Alterações genéticas no gene TP53, importante supressor tumoral, e no gene EZH2, que codifica uma subunidade do complexo PRC2 (polycomb repressive complex 2) atuando como uma metiltransferase, parecem estar associadas à patogênese dos LDGCB, embora o significado clínico dessas alterações seja incerto. Por outro lado, diferentes padrões de expressão de microRNAs, como miR-125b e miR-155b, são descritos por influenciar o comportamento biológico desses linfomas, entretanto, a associação desses miRs com os genes descritos é pouco relatada. Outro aspecto relevante nestes tumores é a presença do vírus de Epstein-Barr (EBV), que parece também determinar diferentes padrões prognósticos a depender das células de origem. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a importância patogenética e prognóstica das translocações de MYC, BCL2 e BCL6, da expressão proteica de BCL2, MYC, TP53 e EZH2, do perfil de expressão de miR-155b e miR-125b e da presença de EBV, considerando a estratificação dos LDGCB pela célula de origem. O estudo dos rearranjos cromossômicos foi realizado por Hibridização in situ com fluorescência (FISH), das expressões proteicas por imuno-histoquímica e da expressão de miRNAs e presença EBV por Hibridização in situ com estratégias diferenciadas. Cento e trinta e nove casos fizeram parte desse estudo, sendo o subtipo CG discretamente mais frequente que o nCG (53,9% e 46,1%, respectivamente). Em uma primeira abordagem, EZH2 foi significativamente associado à expressão de MYC e TP53 (p=0.0002 e p=0.0000, respectivamente) e a elevado índice de proliferação celular (Ki-67>70%, p=0.0082). O subtipo nCG apresentou as associações observadas na amostra geral, enquanto apenas a expressão de TP53 foi associada à de EZH2 no grupo CG. Nas análises relacionadas ao miRs, foi observado que a detecção de miR-125b correlacionava-se positivamente com o índice de Ki-67 (p= 0.035) nos nCG. Considerando o subtipo CG, além da associação da positividade de miR-125b com Ki-67>70% (p= 0.043), a porcentagem de células positivas foi também correlacionada tanto à expressão de MYC quanto à dupla expressão de MYC/BCL2 (p= 0.047 e p= 0.049, respectivamente). Analisando os aspectos clínicos, nos pacientes com LDGCB nCG, a porcentagem e a intensidade da marcação de miR-155b, assim como o escore de Allred, foram correlacionados à progressão da doença (p= 0.038, p=0.057 e p= 0.039, respectivamente). Na análise multivariada, o fenótipo CG demonstrou-se como fator prognóstico independente, associado com maior sobrevida geral (p=0.007). Considerando o grupo nCG, embora não significante, as expressões de TP53, miR-125b e miR-155b demonstra uma tendência estatística a funcionar como potenciais biomarcadores de prognóstico nesses tumores. Levando em consideração a presença de EBV, este foi positivo em 7,9% dos pacientes. Apesar da baixa frequência, foi observado que a maioria dos casos EBV(+) apresentavam alto índice de proliferação (72,7%), independentemente do subgrupo. Interessantemente, miR-125b foi observado em praticamente todos esses casos, enquanto miR-155b em apenas dois. Embora a expressão de BCL2 tenha sido frequente nos casos EBV(+), a presença de translocação envolvendo BCL2 foi vista em apenas dois casos. Similarmente, a expressão e a translocação de MYC também foram raramente observadas, enquanto a expressão de TP53 foi relativamente comum (45,4%). Em conclusão, as associações significativas entre EZH2, MYC e TP53, em diferentes padrões de acordo com a célula de origem, indicam potenciais vias patogênicas nesses subtipos. A expressão de miR-125b está relacionada a MYC no subtipo nCG. Adicionalmente, TP53, miR125b e miR-155b parecem representar fatores prognósticos potenciais no subgrupo nCG
Abstract: Diffuse large B-cell lymphoma (DLBCL) is the most common lymphoma in adults, often with aggressive behavior and representing a clinically and genetically heterogeneous disease. Hence, it has been proposed to classify DLBCL in two subsets by the cell‐of‐origin into germinal center (GC) and non-germinal center (nGC) subtypes, with apparent distinct pathogenic pathways and differences with respect to clinical course. Additional biomarkers, such as MYC and BCL2 expression and chromosomic translocations involving MYC, BCL2 and BCL6, have been given attention as DLBCL prognostic stratification. Alterations involving TP53, an important tumor suppressor gene, and EZH2, which codifies a polycomb repressive complex 2 (PRC2) subunit and acts as a methyltransferase, seem to be associated to DLBCL pathogenesis, but their clinical impact is not well understood. On the other hand, different microRNA expression patterns, such as miR-125b and miR-155b, are described as key influencers on DLBCL biological behavior, however their association with the aforementioned genes are little reported. Another relevant aspect regarding these tumors is the presence of Epstein-Barr Virus (EBV), which also seem to imply on distinct prognostic patterns depending on the cell-of-origin classification. The aim of this study was to evaluate the pathogenetic and prognostic importance of MYC, BCL2 and BCL6 translocations, BCL2, MYC, TP53 and EZH2 protein expression, miR-125b and miR-155b expression profile and the presence of EBV in a series of DLBCL considering the cell-of-origin classification. Chromosomic rearrangements were carried out by fluorescent in situ hybridization (FISH), protein expressions by immunohistochemistry and microRNA detection, as well as the presence of EBV, by in situ hybridization, with special strategies. Among 139 DBCL cases, the GC subtype was slightly more frequent than the nGC (53.9% and 46.1%, respectively). In a first approach, EZH2 positivity was associated to MYC and TP53 expression (p=0.0002 and p=0.0000, respectively) and to high proliferative index (Ki-67>70%, p=0.0082). The nGC DLBCL presented the associations observed in the general sample; however, only TP53 immunodetection showed associations to EZH2 expression in the GC subtype. When we analyzed the microRNAs, miR-125b detection was positively correlated to the Ki-67 index (p= 0.035) in the nGC. Considering the GC subgroup, the percentage of miR-125b positive cells was also correlated to both MYC and MYC/BCL2 double expression (p= 0.047 and p= 0.049, respectively). When it comes to the clinical aspects, in the nGC patients, miR-155b percentage and intensity, as well as Allred score, were positively correlated to disease progression (p= 0.038, p=0.057 and p= 0.039, respectively). In a multivariate analysis, GC phenotype was a significant independent factor associated with higher overall survival (p=0.007) and, considering the nCG group, although not significant, the expression of TP53, miR-125b and miR-155b showed statistics trends to be regarded as potentials prognostic biomarkers in these tumors. Taking in consideration EBV, 7.9% of cases were EBV(+)-DLBCL. Although the number of EBV (+) cases is not high, most of the tumors (72.7%) had a high proliferative index (Ki-67>70%) independently on being GC or nGC subtype. miR-125b was detected in almost all of these cases, and conversely, only two cases were miR155b positive. It is noteworthy that BCL2 expression was observed in most cases, although BCL2 translocation was a rare event, being detected in only two cases. Similarly, MYC expression and MYC translocation were rarely observed, and TP53, on the other hand, was commonly expressed (45.4%). In conclusion, the significant associations among EZH2, MYC and TP53, with different patterns depending on cell-of-origin classification, indicate potential pathogenetic pathways in these subtypes. miR-125b expression is related to MYC in nGC-DLBCL. In addition, TP53, miR-125b and miR-155b seem to represent potential prognostic factors in the nGC subtype.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/74152
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