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Tipo: Tese
Título: Avaliação da expressão de genes relacionados ao reparo de danos em fita dupla no DNA de pacientes com leucemia mielóide crônica com e sem uso de inibidores de tirosino-quinase
Autor(es): Maia Filho, Pedro Aurio
Orientador: Lemes, Romélia Pinheiro Gonçalves
Palavras-chave: Leucemia Mielogênica Crônica BCR-ABL Positiva;Reparo de DNA;Proteínas Tirosina Quinases;Proteínas Oncogênicas
Data do documento: 31-Jan-2023
Citação: MAIA FILHO, P. A. Avaliação da expressão de genes relacionados ao reparo de danos em fita dupla no DNA de pacientes com leucemia mielóide crônica com e sem uso de inibidores de tirosino-quinase. 2023. 83 f. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70437. Acesso em: 03 fev. 2023.
Resumo: A leucemia mieloide crônica (LMC) origina-se a partir de um distúrbio clonal onde ocorre expansão maciça das células neoplásicas da linhagem mieloide. A alteração genética característica da LMC é o cromossomo Philadélphia (Ph), que resulta de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22, gerando uma oncoproteína BCR- ABL com atividade tirosina quinase ativada constitutivamente. O tratamento de escolha para pacientes na fase crônica da doença são os inibidores de tirosino-quinase. O reparo de lesão do DNA é indispensável para garantir a integridade do genoma. Sabe-se que os danos de fita dupla (DFD) são mais lesivos ao DNA, podendo desencadear um quadro de instabilidade genômica e predisposição ao câncer. Nos mamíferos, a principal via de reparo de DFDs é a junção de extremidades não homóloga (JENH). Nesse contexto, nos propomos a avaliar a expressão de genes relacionados ao reparo de DFD no DNA (ATM. XRCC5, XRCC6 e LIG4) dos pacientes com LMC, através da via de JENH, e a influência do uso crônico dos ITK sobre a expressão desses genes. Trata-se de um estudo transversal com 91 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LMC, sendo 59 (64,8 %) em uso de ITK de primeira geração (LMC G1), 26 (28,6 %) em uso dos inibidores de segunda geração (LMC G2) e 6 (6,6 %) ao diagnóstico/sem tratamento (LMC D). O grupo controle (GC) de indivíduos saudáveis foi composto por 20 doadores de sangue. A análise de expressão gênica foi realizada por reação em cadeira da polimerase em tempo real. Análise estatística foi realizada através do Programa GraphPad Prism 6.0, os testes realizados foram determinados de acordo com a normalidade dos dados. O nível de significância utilizado foi de 5% (α ≤ 0,05). As comparações da expressão de genes relacionados ao reparo do DNA em pacientes com LMC e GC apresentaram valores estatisticamente mais elevados dos genes XRCC5 e XRCC6 no grupo de pacientes com LMC. As comparações dos genes ATM e LIG4 (LMC versus GC) não apresentaram diferenças estatísticas. Ao estratificar os pacientes em três grupos (LMC D, LMC G1 e LMC G2), foi verificado que o grupo de pacientes com LMC ao diagnóstico/sem tratamento (LMC D) apresentou níveis de expressão do gene ATM mais elevados em comparação com os demais grupos. Foi verificada diferença estatística nas seguintes comparações: LMC D versus LMC GC, LMC D versus LMC G1 e LMC D versus LMC G2. Ao analisarmos a expressão dos genes XRCC5 e XRCC6 nos grupos do presente estudo, os resultados encontrados foram semelhantes para ambos os genes. No caso do gene XRCC5, houve um aumento estatisticamente significante nos níveis de expressão em pacientes dos grupos LMC G1 e LMC G2 em relação aos pacientes ao diagnóstico/sem tratamento (LMC D) e GC. Os resultados para o XRCC6 diferem apenas na comparação: LMC G2 versus GC e LMC G2 versus LMC D, que não houve diferença estatística, mesmo os níveis de expressão do gene XRCC6 apresentando-se bem elevados em relação aos grupos LMC D e GC. Não foi verificada diferença estatística na comparação da expressão do gene LIG4 nos grupos do presente estudo. Na comparação quanto ao nível de resposta molecular (RM) em pacientes com LMC em uso de imatinibe, foi verificada uma expressão aumentada dos genes XRCC5 e XRCC6 no grupo COM RM em relação aos grupos SEM RM e GC. As comparações da expressão dos genes ATM, XRCC5, XRCC6 e LIG4 com os riscos dos escores Sokal, Hasford, Eutos e ELTS não apresentaram diferenças estatísticas. Esses achados sugerem que ATM está aumentado nos estágios iniciais da doença, XRCC5 e XRCC6 são marcadores desfavoráveis de prognóstico e que LIG4 não exerce um papel como potencial marcador de prognóstico em pacientes com LMC. Ademais, o imatinibe provavelmente aumenta a expressão dos genes XRCC5 e XRCC6 nos pacientes com LMC, mas parece não exercer influência sobre a expressão dos genes ATM e LIG4.
Abstract: Chronic myeloid leukemia (CML) originates from a clonal disorder where massive expansion of neoplastic cells of the myeloid lineage occurs. The characteristic genetic alteration of CML is the Philadelphia chromosome (Ph), which results from a reciprocal translocation between the long arms of chromosomes 9 and 22, generating a BCR-ABL oncoprotein with constitutively activated tyrosine kinase activity. The treatment of choice for patients in the chronic phase of the disease are tyrosine kinase inhibitors. DNA damage repair is essential to ensure genome integrity. It is known that double-stranded damage (DSB) is more damaging to DNA, and may trigger genomic instability and predisposition to cancer. In mammals, the major repair pathway for DSBs is non-homologous end joining (NHEJ). In this context, we propose to evaluate the expression of genes related to DSB repair in the DNA (ATM. XRCC5, XRCC6 and LIG4) of patients with CML, through the NHEJ pathway, and the influence of the chronic use of TKIs on the expression of these genes. This is a cross-sectional study with 91 patients with a clinical and molecular diagnosis of CML, 59 (64.8%) using first-generation ITK (G1 CML), 26 (28.6%) using second generation (G2 CML) and 6 (6.6%) at diagnosis/without treatment (D CML). The control group (CG) of healthy individuals was composed of 20 blood donors. Gene expression analysis was performed by real-time polymerase chain reaction. Statistical analysis was performed using the GraphPad Prism 6.0 program, the tests performed were determined according to the normality of the data. The significance level used was 5% (α ≤ 0.05). Comparisons of gene expression related to DNA repair in patients with CML and CG showed statistically higher values of genes XRCC5 and XRCC6 in the group of patients with CML. Comparisons of ATM and LIG4 genes (CML versus CG) showed no statistical differences. By stratifying the patients into three groups (D CML, G1 CML and G2 CML), it was found that the group of patients with CML at diagnosis/without treatment (D CML) had higher levels of ATM gene expression compared to the others groups. Statistical differences were verified in the following comparisons: D CML versus CG CML, D CML versus G1 CML and D CML versus G2 CML. When analyzing the expression of the XRCC5 and XRCC6 genes in the groups of the present study, the results found were similar for both genes. In the case of the XRCC5 gene, there was a statistically significant increase in expression levels in patients from the G1 CML and G2 CML groups in relation to patients at diagnosis/without treatment (D CML D) and CG. The results for XRCC6 differ only in the comparison: G2 CML versus CG and G2 CML versus D CML, where there was no statistical difference, even the expression levels of the XRCC6 gene being very high in relation to the D CML and CG groups. There was no statistical difference when comparing the expression of the LIG4 gene in the groups of the present study. Comparing the level of molecular response (MR) in patients with CML using imatinib, an increased expression of the XRCC5 and XRCC6 genes was observed in the group WITH MR compared to the groups WITHOUT MR and CG. Comparisons of the expression of the ATM, XRCC5, XRCC6 and LIG4 genes with the risks of the Sokal, Hasford, Eutos and ELTS scores did not show statistical differences. These findings suggest that ATM is increased in the early stages of the disease, XRCC5 and XRCC6 are unfavorable prognostic markers, and that LIG4 does not play a role as a potential prognostic marker in patients with CML. Furthermore, imatinib probably increases the expression of the XRCC5 and XRCC6 genes in patients with CML, but does not seem to influence the expression of the ATM and LIG4 genes.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70437
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