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Tipo: Tese
Título: Ameaças da mineração de carbonaros marinhos e da energia eólica “offshore” na biodiversidade marinha: um ponto crítico para a economia azul
Autor(es): Paiva, Sandra Vieira
Orientador: Soares, Marcelo de Oliveira
Coorientador: Garcia, Tatiane martins
Palavras-chave: Rodolitos;Carbonato de cálcio;Serviços ecossistêmicos;Energias renováveis;Sustentabilidade;Recifes
Data do documento: 2023
Citação: PAIVA, Sandra Vieira. Ameaças da mineração de carbonaros marinhos e da energia eólica “offshore” na biodiversidade marinha: um ponto crítico para a economia azul. 2023. 111 f. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Resumo: Os ecossistemas marinhos são fundamentais para a manutenção da vida no planeta, proporcionando inúmeros benefícios diretos e indiretos. Nesse contexto, a partir da necessidade do uso sustentável dos oceanos e da expansão econômica, surgiu o conceito de Economia Azul, que assegura o uso rentável e sustentável dos recursos providos pelo mar. Nesse contexto, a presente tese foi organizada em dois capítulos na forma de artigos científicos internacionais a respeito de duas atividades emergentes no ambiente marinho e que podem impactar diretamente no uso sustentável dos oceanos. O primeiro capítulo tratou da mineração dos carbonatos marinhos no Atlântico Sudoeste Ocidental, seu atual status, potenciais impactos e ações de conservação. Os carbonatos marinhos têm importância econômica devido a sua alta concentração de cálcio, sendo abundantes em algas calcárias, principalmente na forma de rodolitos. O Brasil possui grandes depósitos de carbonatos marinhos estimados em 2.1011 toneladas, com potencial de exploração de 96.000 a 120.000 t/ano, o que desperta interesse da indústria global e nacional. No entanto, o crescente interesse na mineração está ameaçando ecossistemas únicos, como os bancos de rodolitos, pois muitos processos ativos de mineração estão nessas áreas. Atualmente, não há informações científicas suficientes para fundamentar a exploração segura desses recursos, além dos possíveis impactos na conectividade com outros ambientes como recifes de corais. Então para que essa atividade seja melhor estabelecida, são necessárias ações de política ambiental que priorizem a saúde dos bancos de rodolitos, como o planejamento espacial marinho. O segundo capítulo tratou das ameaças da instalação de Parques eólicos offshore aos sistemas recifais tropicais. Esses empreendimentos também despontam no cenário da economia azul mundial por se tratar de geração de energia renovável. Os parques consistem na instalação de aerogeradores no mar, que apresentam vantagens devido às altas velocidades do vento e a possibilidade de altas taxas de ocupação do solo. Atualmente, no Brasil estão previstas a instalação de 66 parques eólicos, com o total de 3.364 aerogeradores intalados no mar e potencial de produção de 48.410 MW (até novembro de 2022). Desses, 18 parques estão em processo de licenciamento na costa semiárida do Atlântico Sudoeste equatorial. Embora seja uma fonte de energia limpa, esses parques podem afetar de diferentes maneiras os sistemas recifais, como destruição de habitat, soterramento, favorecimento da dispersão de espécies invasoras, como o coral-sol e o peixe-leão, etc. Através da sobreposição de dados espaciais, detectamos, de modo inédito, que 83.3% dos projetos de parques eólicos (15 empreendimentos) estão previstos para serem instalados em áreas de alta importância biológica, como sistemas recifais. Muitos dos projetos também estão localizados a menos de 20 km de distância de áreas de ocorrência de espécies invasoras. Os resultados de ambos artigos ressaltam a necessidade de políticas urgentes de ação de conservação para a preservação desses ecossistemas marinhos de alta importância biológica, como estudos de impactos ambiental baseados em evidências científicas, planejamento espacial marinho adequado, criação de novas áreas marinhas protegidas no-take e outras políticas de conservação, de modo a fornecer subsídios para discutir caminhos para a economia azul no Atlântico Sul.
Abstract: Marine ecosystems are essential for sustaining life on the planet, that provide numerous direct and indirect benefits. In this context, from the need for sustainable use of the oceans, and the planned expansion of activities in various marine sectors, the concept of Blue Economy emerged, which ensures the profitable and sustainable use of the resources provided by the sea. In this context, this thesis was organized into two chapters in the form of international scientific articles about two emerging activities in the marine environment that can directly impact the sustainable use of the oceans. The first chapter dealt with the mining of marine carbonates in the Western Southwest Atlantic, its current status, potential impacts and conservation actions. Marine carbonates are economically important due to their high concentration of calcium, being abundant in calcareous algae, mainly in the form of rhodoliths. Brazil has large deposits of marine carbonates, estimated at 2,1011 tons, with an exploration potential of 96,000 to 120,000 t/year. However, the growing interest in mining is threatening unique ecosystems such as rhodolith beds, as many active mining processes are in these areas. Currently, there is not enough scientific information to support the safe exploitation of these resources, in addition to the possible impacts on connectivity with other environments such as coral reefs. So for this activity to be better established, environmental policy actions are needed that prioritize the health of rhodolith banks. The second chapter dealt with the threats posed by the installation of offshore wind farms to tropical reef systems. These projects are also emerging in the scenario of the world's blue economy because they are renewable energy generation. The parks consist of the installation of wind turbines at sea, which have advantages due to high wind speeds and the possibility of high rates of land occupation. Currently, in Brazil, the installation of 66 wind farms is planned, with a total of 3,364 wind turbines installed at sea and a production potential of 48,410 MW (until November 2022). Of these, 18 parks are in the licensing process on the semi-arid coast of the equatorial Southwest Atlantic. Although it is a source of clean energy, these parks can affect reef systems in different ways, such as habitat destruction, burial, favoring the dispersal of invasive species such as sun coral and lionfish, etc. By overlaying spatial data, we detected, in an unprecedented way, that 83.3% of wind farm projects (15 enterprise) are expected to be installed in areas of high biological importance, such as reef systems. Many of the projects are also located less than 20 km away from areas where invasive species occur. The results of both articles highlight the need for urgent conservation action policies for the preservation of these marine ecosystems of high biological importance, such as studies of environmental impacts based on scientific evidence, adequate marine spatial planning, creation of new no-take marine protected areas and other conservation policies, in order to provide subsidies to discuss paths towards a blue economy in the South Atlantic.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70190
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